PT dá início a processo de expulsão de Palocci
Ricardo Galhardo e Gilberto Amendola1 hora atrás 18/09/2017
© Foto: HEULER ANDREY/AFP/Getty Images PT
dá início a
processo de expulsão de Palocci
A executiva municipal do PT de Ribeirão Preto decidiu nesta
segunda-feira, 18, por unanimidade, enviar o caso do ex-ministro e ex-prefeito
da cidade Antonio Palocci para a comissão de ética do partido.
Na prática, o PT
de Ribeirão deu início hoje ao processo de expulsão de Palocci.
A Comissão de
Ética da legenda tem um prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 30 para
apresentar um relatório.
O ex-ministro é acusado de quebrar a ética partidária ao
dizer em depoimento ao juiz Sérgio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva firmou um "pacto de sangue"
com o empreiteiro Emílio Odebrecht
e teria recebido benefícios pessoais da empresa, Palocci disse também que
chegou a entregar maços de dinheiro vivo a Lula.
"O motivo são as acusações inverídicas que ele fez
tentando incriminar o ex-presidente Lula", disse o presidente do diretório
municipal do PT de Ribeirão, Fernando Tremura.
Segundo ele, o partido não vai investigar as acusações de
corrupção das quais Palocci é alvo.
"Não vamos entrar neste mérito. As
acusações de corrupção vão ser investigadas pela Justiça federal",
explicou o dirigente.
Tremura negou que o PT de Ribeirão estivesse evitando abrir
o processo contra sua principal liderança.
"Não é que o PT não queria
investigar, é que até agora ninguém tinha feito uma denúncia", afirmou.
O responsável pela iniciativa é Luiz Fernando da Silva,
integrante da executiva municipal.
Agora Palocci será notificado sobre a
abertura do processo e terá um prazo para apresentar sua defesa.
Dentro de no
máximo três meses a comissão de ética apresenta um relatório com o resultado
das investigações e sugestões de penalidades a serem aplicadas, se for o caso.
O relatório é votado pelo Diretório Municipal, a quem cabe a última palavra.
A mãe de Palocci, dona Toninha de Castro, de 82 anos, é
suplente no Diretório Municipal e militante ativa do partido.
Segundo Tremura,
ela costumava participar de todas as reuniões e votava quando algum integrante
titular faltava à reunião. "Agora ela anda meio afastada.
Dá para
entender, ela é mãe", disse o presidente do PT de Ribeirão.
Na direção nacional a expectativa é que Palocci tome a
iniciativa de pedir a desfiliação.
Depoimento. Na semana passada, Tremura, afirmou que o
ex-ministro Antonio Palocci teria prestado depoimento para o juiz Sérgio Moro,
no último dia 6, "sob efeito de tortura".
A conclusão foi enviada ao
militantes do partido por meio de uma nota.
Ao Estado, Tremura disse que as acusações que Palocci fez ao ex-presidente
Lula foram "arrancadas depois de muita tortura psicológica, em
consequência de uma prisão ilegal".
Sobre as críticas que Palocci recebeu
de alguns membros do PT, Tremura disse não ser correto compará-lo a figuras
como o ex-ministro José Dirceu, o ex-deputado José Genoino e o ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto (que, embora presos, não delataram o ex-presidente).
"Palocci não tem as mesmas características, formação e preparo desses
companheiros.
São pessoas diferentes, com histórias diferentes
de vida".
Questionado sobre uma possível expulsão de Palocci, ele afirmou que em Ribeirão
Preto (cidade na qual o ex-ministro foi prefeito por duas vezes) "ainda
não há hipótese de expulsão".
"Claro, vamos esperar uma diretriz
nacional, mas nada do que ele disse diminui a importância de Palocci para
Ribeirão Preto", disse Tremura.
Fonte: https://www.msn.com/pt-br
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