SUED E
PROSPERIDADE
20/11/2020
Confirmado
Pelo Ministério Da Justiça: Acordo Com Procuradores Dos EUA Para Condenar Lula
Foi Ilegal
Celeste Silveira 30 de novembro de
2020
Anúncio é
uma vitória para a defesa do ex-presidente, que já apontava ilegalidades no
acordo de cooperação firmado entre a Lava Jato e autoridades dos EUA no caso do
triplex do Guarujá, que resultou na prisão de Lula.
O Ministério
da Justiça confirmou à defesa do ex-presidente Lula que não há nenhum documento
nas dependências da pasta que formalize a cooperação entre procuradores
norte-americanos e brasileiros no processo do triplex do Guarujá, que levou o
ex-presidente Lula a ser condenado e preso.
Em 2017, em
um evento público (vídeo abaixo), o procurador americano Kenneth Blanco disse
que procuradores americanos cooperaram com os brasileiros na acusação do
tríplex contra Lula. Com a informação de que não houve formalização da
parceria, fica comprovado que a cooperação foi feita fora dos parâmetros de
acordo de investigação entre os dois países.
O acordo sobre cooperação entre Brasil e Estados Unidos foi assinado no governo Fernando Henrique Cardoso e exige que ela passe pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).
A confirmação do Ministério
da Justiça é uma vitória da defesa de Lula, que já apontava ilegalidades nas
relações da Lava Jato com os EUA.
Confira o vídeo com a fala do procurador Kenneth Blanco e, abaixo, reportagem do Conjur sobre o pedido da defesa de Lula para anular o processo do triplex com base na parceria ilegal entre o MPF e o FBI.
*Com
informações do 247
CONTINUA
Moro Vira
Sócio De Americanos Que Ajudam Empresas Investigadas. Entenderam?
Celeste Silveira 30 de novembro de
2020
Reinaldo Azevedo –
A notícia mais, como posso dizer, especiosa desta segunda, em razão de fatos ocorridos no domingo, nada tem a ver com as eleições municipais. Ou tem, mas pelo avesso.
Alvarez & Marsal, uma consultoria americana
especializada em gestão de empresas, anunciou, em pleno vuco-vuco eleitoral, a
contratação de ninguém menos do que Sergio Moro, que o ministro Luiz Fux,
presidente do Supremo, considera um verdadeiro herói da Lava Jato. Ele vai
atuar na área de “Disputas e Investigações” da A&M em escala global. Ah,
agora sim!
Em
entrevista recente para Pedro Bial, na Globo, Rosangela Moro, a única conja do
Brasil, anunciou que o casal, pobrezinho, precisa pagar boletos. Todos os
problemas acabaram!
Notem. Na página da A&M, encontra-se esta informação:
“O Grupo Odebrecht entrou em Recuperação Judicial no dia 17/06/2019 (processo no. 1057756-77.2019.8.26.0100) e está em processamento perante a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, tendo a Alvarez & Marsal sido nomeada administradora judicial do processo”.
Sim, vocês
entenderam direito: Moro, o ex-juiz da Lava Jato, cujo trabalho provocou os
sortilégios que provocou nas empresas, na economia e na política é agora
sócio-diretor da empresa encarregada de cuidar da recuperação judicial da
empreiteira que a força-tarefa ajudou a quebrar. Mais: ele vai trabalhar
justamente na área de “Disputas e Investigações”.
A A&M,
convenham, está na sua, né? Imaginem quantos segredos das empresas brasileiras
Moro conhece… Os arquivos da Lava Jato de Curitiba — aqueles que os bravos
rapazes não querem compartilhar nem com seu braço na Procuradoria Geral da
República — estão na mente divinal deste homem impoluto, deste herói
vocacionado para o serviço público, deste cavaleiro valente que nada vê à sua
frente a não ser o interesse público.
Quem melhor
do que Moro para ser um sócio-diretor no Brasil? Você é dono de alguma empresa
que caiu nas teias do Ministério Público Federal em razão daquele incansável
serviço de combate à corrupção da Lava Jato, que, segundo o ministro Luiz Fux,
há de durar para sempre, já que a corrupção é coisa tão feia como o Holocausto?
Bem, então você sabe o caminho. É a A&M. Moro é o mal e também é a cura.
Epa! Ninguém
sabia que ele já era especialista em “aconselhar clientes”… Quais clientes? A
empresa lista nomes de profissionais que integram seus quadros e que já
pertenceram a divisões governamentais dos EUA ou do Reino Unido:
Steve Spiegelhalter (ex-promotor do Departamento de Justiça dos EUA), Bill Waldie (agente especial aposentado do FBI), Anita Alvarez (ex-procuradora do estado de Cook County, Chicago) e Robert DeCicco (ex-funcionário civil da Agência de Segurança Nacional), Paul Sharma (ex-vice-chefe da Autoridade de Regulação Prudencial do Reino Unido) e Suzanne Maughan (ex-líder investigativo da Divisão de Execução e Crime Financeiro da Autoridade de Conduta Financeira e investigador destacado para o Escritório de Fraudes).”
Nenhum
deles, é evidente, virou herói nacional, ministro da Justiça e pré-candidato a
chefe de Estado e de governo.
Na página da
A&M, afirma-se sobre Moro:
“como
Ministro da Justiça e Segurança Pública desenvolveu programas especiais para
reduzir crimes violentos e proteger as fronteiras do Brasil, além de ser
responsável pela elaboração e promulgação de leis federais sobre apreensão e
expropriação de bens relacionados ao tráfico de drogas e outras atividades
criminosas graves”.
É mesmo?
Qual é o programa especial contra crime violento? Ninguém sabia que ministro da
Justiça, no Brasil, tem o poder de promulgar leis.
Sustenta-se
ainda que “tanto como ministro quanto como juiz federal, Moro colaborou com
autoridades de países da América Latina, América do Norte e Europa na
investigação de casos criminais internacionais relacionados a suborno, lavagem
de dinheiro, tráfico de drogas e crime organizado”.
Na condição
de titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, tínhamos por aqui um verdadeiro
agente de uma espécie de Internacional do Combate à Corrupção, é isso? Passava,
então, por cima dos Três Poderes da República?
A A&M
joga o jogo. Vamos ver até quando os bananas, no Brasil, continuarão a fazer a
fortuna, também a crítica, de heróis dessa espécie. Se depender de Luiz Fux, a
empresa ainda terá uma penca para contratar. Steve Spiegelhalter, sócio-diretor
da A&M e líder da área de Investigações da América do Norte, saudou assim a
contratação de Moro:
“A
experiência de Sergio como ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil,
somada à sua extensa bagagem em anticorrupção, crime do colarinho branco e
lavagem de dinheiro, contribuirá para solucionar os problemas dos clientes.”
Spiegelhalter
sabe o que diz. Depois de provocar o estrago que provocou no Brasil, Moro está
pronto para lotar a A&M de clientes e oferecer a cura. Mas, claro!, os
ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia não veem suspeição nenhuma na atuação
daquele juiz que agora assume as vestes de empresário global.
Enquanto houver forças-tarefa nos moldes em que temos e enquanto o Ministério Público for o Poder dos Poderes, sem prestar contas a ninguém, o Brasil será um farto fornecedor de sócios-diretores de empresas dessa natureza.
Afinal, esses patriotas conhecem o antídoto do veneno que administraram.
O país vai à breca,
mas eles passarão muito bem, não é mesmo, ministro Fux, Cármen Lúcia e Edson
Fachin?
*Reinaldo
Azevedo/Uol
Fonte: https://antropofagista.com.br/
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