Temer Se
Agarra Ao Poder Para Não Ser Preso
Por Redação
Click Política Em 2 jun, 2018
POR RIBAMAR
FONSECA
Após o caos
em que Pedro Parente mergulhou o país, ao provocar a greve dos caminhoneiros
com os aumentos abusivos dos combustíveis, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso sumiu.
Certamente para não ter que responder a perguntas indiscretas,
como responsável pela indicação de Parente para a presidência da Petrobrás, o
guru dos tucanos preferiu fingir-se de morto até passar o mau tempo, que
prenuncia tempestades próximas.
Cresce a pressão, até entre aliados, para que
Michel Temer renuncíe.
Para muita gente, depois que perdeu autoridade para
conduzir o país mesmo sem legitimidade, a renúncia de Temer é a melhor solução
para permitir a antecipação das eleições presidenciais e, consequentemente,
para tirar a Nação do buraco em que foi lançada pelo governo golpista.
Estranha-se, porém, que o ex-presidente FHC, que chegou a sugerir grandeza a
Dilma para renunciar, não tenha feito até agora a mesma sugestão a Temer,
provavelmente porque sabe que se o presidente golpista sair o PSDB, que só
conseguiu uma fatia do poder mediante o golpe, também sairá.
Diante do
panorama criado pelo movimento dos caminhoneiros, que expôs a fragilidade do
governo, tudo leva a crer que Temer não conseguirá chegar até o final do
mandato que usurpou da presidenta Dilma Roussef, com ou sem renúncia.
Se a
terceira denúncia contra ele surgir agora, com base nas acusações sobre as
propinas do porto de Santos, ninguém mais conseguirá segurá-lo no Palácio do
Planalto.
A esta altura ele já deve ter concluído que foi um mau negócio ter
derrubado Dilma para assumir o seu lugar, mas teme deixar o cargo e ficar
sujeito à prisão.
Diante dessa perspectiva, portanto, se conseguir um acordo
sobretudo com a Justiça para não ser preso, a possibilidade de renúncia ficará
mais próxima.
Como, porém, as forças responsáveis pelo golpe de 2016 não
admitem a volta da esquerda ao poder, especialmente de Lula que seria eleito já
no primeiro turno, nos bastidores da Justiça já está sendo tramada a supressão
das eleições diretas de outubro com a mudança de regime:
a ministra Carmem
Lúcia, presidenta da Suprema Corte, já pautou para o próximo dia 20 o
julgamento de uma velha consulta, de mais de 20 anos, sobre a adoção do
Parlamentarismo sem plebiscito.
A manobra é
escandalosa.
A ministra, que tem marcado sua presença na presidência do Supremo
Tribunal Federal por manobras para alcançar objetivos políticos – um exemplo
foi a questão da prisão em segundo turno para garantir a prisão de Lula –
obviamente não desencavou essa ação de 1997 por acaso:
a iniciativa certamente
foi muito bem pensada para impedir qualquer possibilidade do ex-presidente ou
de qualquer outro candidato da esquerda chegar ao Planalto.
Se a eleição for
indireta ainda nesta legislatura, com esse mesmo Congresso corrupto que aprovou
o impeachment de Dilma, estará assegurada a manutenção dessa cambada que tomou
conta do poder. E tudo continuará como dantes.
A não ser que a população,
através das entidades de classe, decida sair da apatia e parar o país até que
as instituições, especialmente o Judiciário, se conscientizem de que, conforme
reza a Constituição, o poder emana do povo.
O Brasil, afinal, não pode mais
continuar à mercê de onze ministros que, já faz algum tempo, passaram a ditar as
regras, ignorando a Carta Magna e atropelando o Legislativo.
Em recente
pronunciamento a ministra Carmem Lúcia defendeu a democracia e destacou o papel
da Justiça na garantia dos direitos do cidadão, mas a realidade não casa com o
seu discurso.
O Judiciário, na verdade, tem dado maus exemplos de injustiça e
de desobediência à Constituição em todos os níveis.
Todo mundo sabe, por
exemplo, que numa democracia a greve é o instrumento legal de que dispõem os
trabalhadores para defender seus direitos, mas aqui a própria Justiça do
Trabalho entende o contrário e condena os movimentos, tornando-os ilegais.
Foi
o que acabou de acontecer com a greve dos petroleiros, declarada ilegal pelo
Tribunal Superior do Trabalho que, inclusive, estabeleceu uma multa absurda caso
o movimento não fosse abortado.
Antes, o ministro Alexandre de Moraes, nomeado
por Temer, já havia fixado outra multa milionária para acabar com a greve dos
caminhoneiros, que recebeu o apoio da população por conta das suas
reivindicações justas.
A principal reivindicação dos caminhoneiros e
petroleiros, no entanto, não foi atendida até agora pelo governo Temer: a
demissão do tucano Pedro Parente da presidência da Petrobrás.
Temer, que é
o grande responsável pelo caos que se instalou no país, conseguiu desagradar
até os seus aliados, estando por um fio.
Ele e seus cúmplices continuam
agarrados ao poder porque temem a prisão, conscientes de que só ainda estão
livres pela proteção do foro privilegiado.
E dos tucanos que integram o Supremo
Tribunal Federal, mas ninguém sabe até quando terão essa proteção, porque a
população não está mais indiferente à ação seletiva da Justiça e já começa a
pressiona-la.
Apesar do esforço da mídia golpista em esconder ou minimizar o
comportamento político da Suprema Corte, que mantém preso o ex-presidente Lula
e liberta tucanos acusados de manipular milhões de dólares em propina, como
Paulo Preto, o povo já percebe claramente a parcialidade de juízes.
Por conta
disso, recente pesquisa mostra que mais de 50% da população não confia mais na
Justiça que, até pouco tempo, era uma das instituições de maior confiança e
credibilidade.
Até quando vai perdurar essa situação ninguém sabe, mas um dia
tudo muda, porque não há mal que sempre dure. Quem viver, verá.
Queridos leitores do Blog SUED E PROSPERIDADE
que a paz esteja com
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