Ex-Presidente
Dilma Rousseff Em Nota Desmascaras Mentiras Em Série Lançada Na Netflix;
ENTENDA!
Por Redação
Click Política Última Atualização 26 mar, 2018
Nota de
esclarecimento
O país
continua vivo, apesar dos ilusionistas, dos vendedores de ódio e dos golpistas
de plantão.
Agora, a narrativa pró-Golpe de 2016 ganha novas cores, numa visão
distorcida da história, com tons típicos do fascismo latente no país.
A propósito
de contar a história da Lava-Jato, numa série “baseada em fatos reais”, o
cineasta José Padilha incorre na distorção da realidade e na propagação de
mentiras de toda sorte para atacar a mim e ao presidente Lula.
A série “O
Mecanismo”, na Netflix, é mentirosa e dissimulada. O diretor inventa fatos. Não
reproduz “fake news”.
Ele próprio tornou-se um criador de notícias falsas.
O cineasta
trata o escândalo do Banestado, cujo doleiro-delator era Alberto Yousseff, numa
linha de tempo alternativa.
Ora, se a série é “baseada em fatos reais”, no
mínimo é preciso se ater ao tempo em que os fatos ocorreram.
O caso Banestado
não começou em 2003, como está na série, mas em 1996, em pleno
governo FHC.
Sobre mim, o
diretor de cinema usa as mesmas tintas de parte da imprensa brasileira para
praticar assassinato de reputações, vertendo mentiras na série de TV, algumas
que nem mesmo parte da grande mídia nacional teve coragem de insinuar.
Youssef
jamais teve participação na minha campanha de reeleição, nem esteve na sede do
comitê, como destaca a série, logo em seu primeiro capítulo.
A verdade é que o
doleiro nunca teve contato com qualquer integrante da minha campanha.
A má fé do
cineasta é gritante, ao ponto de cometer outra fantasia: a de que eu seria
próxima de Paulo Roberto da Costa. Isso não é verdade.
Eu nunca tive qualquer
tipo de amizade com Paulo Roberto, exonerado da Petrobras no meu governo.
Na série de
TV, o cineasta ainda tem o desplante de usar as célebres palavras do senador
Romero Jucá (PMDB-RR) sobre “estancar a sangria”, na época do impeachment
fraudulento, num esforço para evitar que as investigações chegassem até aos
golpistas.
Juca confessava ali o desejo de “um grande acordo nacional”.
O estarrecedor
é que o cineasta atribui tais declarações ao personagem que encarna o
presidente Lula.
Reparem. Na
vida real, Lula jamais deu tais declarações.
O senador Romero Jucá, líder do
golpe, afirmou isso numa conversa com o delator Sérgio Machado, que o gravou e
a quem esclarecia sobre o caráter estratégico do meu impeachment.
Na ocasião,
Jucá e Machado debatiam como paralisar as investigações da Lava Jato contra
membros do PMDB e do governo Temer, o que seria obtido pela chegada dos
golpistas ao poder, a partir do meu afastamento da Presidência da República, em
2016.
Outra
mentira é a declaração do personagem baseado em Youssef de que, em 2003, o
então ministro da Justiça era seu advogado. Uma farsa.
A pasta era ocupada
naquela época por Márcio Thomas Bastos. Padilha faz o ataque à honra do
criminalista à sorrelfa.
O advogado sequer está vivo hoje para se defender.
O cineasta
não usa a liberdade artística para recriar um episódio da história nacional.
Ele mente, distorce e falseia. Isso é mais do que desonestidade intelectual.
É
próprio de um pusilânime a serviço de uma versão que teme a verdade.
É como se
recriassem no cinema os últimos momentos da tragédia de John Kennedy, colocando
o assassino, Lee Harvey Oswald, acusando a vítima.
Ou Winston Churchill
acertando com Adolf Hitler uma aliança para atacar os Estados Unidos.
Ou
Getúlio Vargas muito amigo de Carlos Lacerda, apoiando o golpe em 1954.
O cineasta
faz ficção ao tratar da história do país, mas sem avisar a opinião pública.
Declara basear-se em fatos reais e com isso tenta dissimula o que está fazendo,
ao inventar passagens e distorcer os fatos reais da história para emoldurar a
realidade à sua maneira e ao seu bel prazer.
Reitero meu
respeito à liberdade de expressão e à manifestação artística.
Há quem queira
fazer ficção e tem todo o direito de fazê-lo.
Mas é forçoso reconhecer que se
trata de ficção.
Caso contrário, o que se está fazendo não está baseado em
fatos reais, mas em distorções reais, em “fake news” inventadas.
Dilma
Rousseff
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