PF
identifica supostos emissários de R$ 28,2 milhões a Aécio
Estadão
Conteúdo 4 horas atrás 13/02/2019
© Sergio LIMA O senador Aécio Neves volta ao Senado
após sessão onde senadores derrubaram seu afastamento pela Primeira Turma do
STF – 18/10/2017
(PF) pediu mais 60 dias para investigar o deputado Aécio Neves (PSDB-MG)
em inquérito que mira supostos repasses de 50 milhões de reais das empreiteiras
Andrade Gutierrez e Odebrecht oriundos de contratos para as usinas
hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia.
Os investigadores afirmam
ter localizado empresários que alugaram uma sala comercial no bairro de
Ipanema, na zona sul do Rio, onde teriam sido entregues 28,2 milhões de reais
em espécie.
Neste
inquérito, delatores da Odebrecht afirmam que o tucano teria defendido os
interesses da empreiteira nas usinas hidrelétricas do Rio Madeira, Jirau e
Santo Antônio.
Os executivos dizem que repasses eram acertados com o ex-diretor
de Furnas Dimas Toledo, aliado do tucano, e destinados à campanha
de Aécio em 2010.
A maioria
dos depósitos teria sido feita em uma conta em Cingapura controlada por
Alexandre Accioly, empresário amigo do deputado, que é dono da rede de
academias Bodytech.
Nos autos, Accioly nega ser intermediário do tucano.
Relatório da PF revela pagamentos de 900.000 de dólares da Odebrecht a contas no
exterior.
Um dos
delatores chamados a depor foi Enio Augusto Pereira e Silva, da Odebrecht, que
falou à PF em dezembro de 2018.
Ele citou pagamentos relacionados a
“Mineirinho”, codinome de Aécio nas planilhas da empreiteiras segundo
delatores, e mencionou uma reunião entre Dimas Toledo e outro executivo da
empreiteira, Henrique Valladares.
A Polícia
Federal fez perícias nos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht para
identificar dados relacionados às entregas ao codinome “Mineirinho”.
“Foi
possível, por meio de pesquisas em relatórios derivados dos sistemas MyWebDay
(Subseção 1.3) e Drousys (Subseção 1.1), extrair informações a respeito de
registros de pagamentos ao codinome ‘Mineirinho’ alocados no centro de
custos/obra “UA77222 – Projeto Madeira”, diz o relatório.
A PF citou
vinte repasses que somam 28,2 milhões a um intermediário de nome “Antônio”, em
endereço localizado na Rua Visconde de Pirajá, no bairro de Ipanema, Rio de
Janeiro.
As entregas de dinheiro teriam ocorrido entre junho de 2009 e dezembro
de 2010.
Também consta um número de telefone celular ao lado do suposto
intermediário.
Segundo as
investigações, no endereço citado, estava sediada a SOA & W Serviços de
Digitação Ltda, representada por José Antonio Estevão Soares.
O empresário, no
entanto, faleceu em 2012, de acordo com cadastro da Receita Federal.
A PF afirma
que o empresário “possivelmente era a pessoa conhecida por Antônio’, que é
citada nos sistemas da empreiteira.
Já o telefone para contato registrado ao
lado de “Antonio” estaria em nome de Eduardo Luiz Alvarenga Lima.
Ao pedir a
prorrogação do inquérito, no dia 1º de fevereiro, a PF ressaltou a necessidade
de se ouvir Walter Mesquita, que foi sócio de José Antonio Soares, além de
Eduardo Luiz Alvarenga Lima e outros delatores e testemunhas.
Defesa
O advogado
Alberto Zacharias Toron, que defende o parlamentar tucano, se manifestou por
meio de nota:
“o deputado Aécio Neves desconhece o nome mencionado e
qualquer endereço de suposta entrega de recursos por parte da empresa.
Ele repudia
ainda qualquer ilação que tenta vincular seu nome aos supostos fatos.
Todas as
doações feitas pela Odebrecht às campanhas do PSDB estão devidamente
registradas junto à Justiça Eleitoral”, afirmou.
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