Engenheiros
da Petrobrás dizem que política de preços de combustíveis beneficia grupos
estrangeiros
7 hours ago Economia
27/05/2018
A AEPET
reafirma o que foi expresso no Editorial “Política de preços de Temer e Parente
é ‘America First!’ “, de dezembro de 2017.
A Petrobrás
adotou nova política de preços dos combustíveis, desde outubro de 2016, a
partir de então foram praticados preços mais altos que viabilizaram a
importação por concorrentes.
A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas
refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada.
A exportação de petróleo
cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes.
A importação
de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6.
O diesel
importado dos EUA que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 superou 80%
do total importado pelo Brasil.
Ganharam os
produtores norte-americanos, os “traders” multinacionais, os importadores e
distribuidores de capital privado no Brasil.
Perderam os consumidores
brasileiros, a Petrobrás, a União e os estados federados com os impactos
recessivos e na arrecadação.
Batizamos essa política de “America first! ”, “Os
Estados Unidos primeiro!”.
Diante da
greve dos caminhoneiros assistimos, lemos e ouvimos, repetidamente na “grande
mídia”, a falácia de que a mudança da política de preços da Petrobrás ameaçaria
sua capacidade empresarial.
Esclarecemos à sociedade que a mudança na política
de preços, com a redução dos preços no mercado interno, tem o potencial de
melhorar o desempenho corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços
nas refinarias seja significativa, na medida em que a Petrobrás pode recuperar
o mercado entregue aos concorrentes por meio da atual política de preços.
Além
da recuperação do mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir
porque a demanda se aquece com preços mais baixos.
A atual
direção da Petrobrás divulgou que foram realizados ajustes na política de
preços com o objetivo de recuperar mercado, mas até aqui não foram efetivos.
A
própria companhia reconhece nos seus balanços trimestrais o prejuízo na geração
de caixa decorrente da política adotada.
Outra
falácia repetida 24 horas por dia diz respeito a suposta “quebra da Petrobrás”
em consequência dos subsídios concedidos entre 2011 e 2014.
A verdade é que a
geração de caixa da companhia neste período foi pujante, sempre superior aos
US$ 25 bilhões, e compatível ao desempenho empresarial histórico.
Geração
operacional de caixa, US$ bilhões
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
33,03 27,04 26,03 26,60 25,90 26,10 27,11
A Petrobrás
é uma empresa estatal e existe para contribuir com o desenvolvimento do país e
para abastecer nosso mercado aos menores custos possíveis.
A maioria da
população quer que a Petrobrás atue em favor dos seus legítimos interesses,
enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros de curto prazo.
Nossa Associação se solidariza aos consumidores brasileiros e afirma que é
perfeitamente compatível ter a Petrobrás forte, a serviço do Brasil e preços
dos combustíveis mais baixos e condizentes com a capacidade de compra dos
brasileiros.
* Associação
dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
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