DENÚNCIA DE TACLA DURAN GANHA FORÇA! Delatores Da Odebrecht
Denunciam Pressão Da Empresa E De Procuradores Da
Lava Jato
Por Redação Click Política Em 15
dez, 2017
A Folha publica matéria sobre ex-funcionários da Odebrecht
que, há um ano, aceitaram colaborar com a Justiça.
Eles se tornaram “alvo de
pressões crescentes da empresa e dos procuradores da Lava Jato”, diz o jornal.
Um dos delatores, Paulo Sérgio Boghossian, corre o risco de
ir para a cadeia.
Ex-gerente de uma obra executada para a Petrobras por um
consórcio liderado pela Odebrecht, ele é acusado de corromper um ex-funcionário
da estatal e se recusa a reconhecer este e outros crimes.
Em novembro, o Ministério Público o acusou de descumprir o
acordo de delação premiada assinado no ano passado e pediu ao juiz Sergio Moro,
que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba, o cancelamento de todos os
benefícios concedidos a ele.
Procuradores avisaram a Odebrecht que consideram a punição
uma medida de caráter pedagógico, num momento em que outros colaboradores
exibem desconforto com a situação a que chegaram após aderir aos acordos
celebrados com a Lava Jato.
Paulo Melo, executivo que participou da negociação de um terreno
comprado para o Instituto Lula e foi acusado de lavagem de dinheiro, pediu
absolvição a Moro.
Ele diz que não cometeu o crime e não viu nada de errado na
relação entre a empresa e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Outros dois ex-funcionários da Odebrecht, Carlos Armando
Paschoal e Emyr Costa, que participaram das obras do sítio de Atibaia (SP) que
era frequentado por Lula e foi reformado por empreiteiras, também pediram para
ser inocentados.
Eles dizem que só cumpriam ordens e negam ter cometido crimes.
(…)
Os delatores têm sido chamados para depor com frequência em
inquéritos policiais e processos judiciais, mas a maioria não tem acusação
formal nem sabe quando começará a cumprir as penas estabelecidas nos acordos
com o Ministério Público.
Dos 78 colaboradores, somente dez foram julgados e
condenados por Moro até agora, entre eles Marcelo, e oito são réus à espera da
primeira sentença, como Boghossian e Melo.
Não há crimes imputados aos outros
60.
Essa situação deixa inquietos vários delatores,
especialmente os mais jovens, que querem retomar suas carreiras profissionais.
Em novembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou um deles, Paulo Cesena,
a antecipar o cumprimento de sua pena antes mesmo de ser processado.
(…)
Preocupada com o risco de perder controle sobre os
delatores, a Odebrecht contratou o advogado Pedro de Freitas, sócio do
escritório Veirano, para coordenar os 19 escritórios que trabalham na defesa
dos ex-funcionários.
Desde outubro, a empresa já promoveu três reuniões para cobrar
dos delatores que assumam suas responsabilidades.
Embora os acordos de
colaboração sejam individuais, a Odebrecht assumiu boa parte das despesas que
eles têm com advogados e multas.
(…)
Boghossian, o delator na mira da Procuradoria, contratou um
consultor indicado por um gerente da Petrobras para destravar pedidos da
Odebrecht na estatal e diz que alguns foram atendidos.
Mas ele alega que a
contratação foi decidida por seus superiores, e que não sabe se houve pagamento
de propina.
Marcelo Odebrecht disse que a compra do imóvel destinado ao
Instituto Lula era parte dos acertos que fez para financiar os projetos
políticos de Lula.
Paulo Melo, o executivo que cuidou da transação e agora pede
absolvição, diz que não sabia disso.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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