SATISFEITOS? Moro e ‘dallanhóis’ desempregaram 50 mil
engenheiros; CONFIRA!
Por Redação Click Política 22 de dezembro de 2017
O Conversa Afiada reproduz afiado artigo de Clovis
Nascimento, presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros
(Fisenge), publicado pelo Blog do Esmael Morais:
Um outro Brasil é possível
Clovis Nascimento*
2017 foi um ano marcado por retrocessos, mas também por
resistências.
Apesar do golpe ao mandato da presidenta Dilma Rousseff, milhares
de brasileiros e brasileiras se manifestaram ao longo do ano em defesa
dos
direitos.
O Brasil vive uma crise política sem precedentes na História, fato
que aprofunda a recessão na economia.
E esse cenário é desastroso para a
engenharia nacional, uma vez que as políticas implementadas favorecem o capital
estrangeiro.
Os efeitos da operação Lava Jato contabilizam mais de 50 mil de engenheiros
desempregados, de acordo com o Caged.
Antes do golpe presidencial, entre 2005 e
2014, a engenharia viveu seu auge, apontando crescimento de 72,8% na evolução
do estoque de empregos, segundo os dados compilados pelo Dieese, da
RAIS/Ministério do Trabalho.
O desmonte das empresas nacionais de engenharia e a abertura
irrestrita ao mercado internacional são medidas que afetam a soberania, ao
contrário do que muitos países privilegiam, que é o investimento no mercado
interno, em infraestrutura e na produção nacional, como motivadores da economia
e de geração de empregos.
De outro lado, o governo acelera o programa de
privatizações, com as empresas do setor elétrico, a Eletrobrás, aeroportos e
empresas de saneamento.
Essa semana, a Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro
concedeu liminar para suspender a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgoto
(Cedae), graças à mobilização dos trabalhadores, movimentos sociais e
sindicatos.
Por outro lado, os cortes no orçamento reduzem drasticamente
programas sociais como “Minha Casa, Minha Vida”, “Bolsa Família” e enxugam
todos os investimentos públicos em ciência e tecnologia.
Pesquisadores
brasileiros estão saindo do país para dar continuidade a seus estudos, estes
que podem ser fundamentais para curas de doenças, desenvolvimento de novas
tecnologias e inovação, por exemplo.
As ciências que constroem o campo de
conhecimento das engenharias formam um patrimônio cognitivo essencial para
pensar e promover o desenvolvimento.
Em uma avalanche de retirada de direitos, o Congresso
Nacional aprovou uma reforma trabalhista, que acaba com a CLT [Consolidação das
Leis do Trabalho] e desmonta a organização sindical.
Trabalhadores comerciários
e bancários já dão demonstrações de resistência com paralisações e mobilizações
contra a reforma trabalhista, que já provoca demissões e precarização das
relações
de trabalho.
Na engenharia, a reforma trabalhista irá reduzir os
contratos celetistas, priorizando os chamados PJ (Pessoa Jurídica), além de
possibilitar o não pagamento do Salário Mínimo Profissional, histórica
conquista de nossa categoria.
Não satisfeito, o governo federal ainda pretende
aprovar, para o próximo ano, a Reforma da Previdência, que irá negar o direito
de aposentadoria a milhares de brasileiros e brasileiras.
Ao longo do ano, a Fisenge [Federação Interestadual de
Sindicatos de Engenheiros] seguiu o lema
“Resistir! Em defesa da engenharia e
da soberania nacional”, que foi o tema central do nosso 11º Congresso Nacional
de Sindicatos de Engenheiros.
Centramos em quatro pilares fundamentais: a
resistência , a defesa da engenharia, o desenvolvimento e a soberania nacional.
Fazer balanços ao final de um período significa, para além de fazer uma análise
crítica, assumir responsabilidades.
A engenharia é responsável por inúmeras
transformações sociais no campo e na cidade e temos o compromisso de irmanarmos
e filarmos trincheiras de resistência e luta com o conjunto da classe
trabalhadora pela debelação dessa crise política e retomarmos o desenvolvimento
em defesa da soberania nacional.
E se a História nos ajuda na compreensão dos
processos, resgato a fala do engenheiro, idealizador do Salário Mínimo
Profissional e político brasileiro Rubens Paiva, que foi assassinado pela
ditadura
civil-militar:
“Os outros são os golpistas que devem ser repelidos e,
desta vez definitivamente, para que o nosso país veja realmente o momento da
sua libertação raiar”.
Para 2018, a nossa tarefa central deve ser a de mudança de
rumos para o nosso país.
Um outro Brasil é possível.
*Clovis Nascimento é engenheiro e presidente da Federação
Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge)
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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