BOMBA!
Marcos Coimbra Garante: “As Eleições Presidenciais Foram Fraudadas”
Por Portal
Click Política Em 16 dez, 2018
Do Nocaute –
O professor Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi, não tem dúvida de que as
últimas eleições foram fraudadas.
Coimbra participou, nesta sexta-feira, dia
14, do Seminário Mídias Sociais e Comunicação Digital, organizado em Belo
Horizonte, pelo PT MG e pela Secretaria de Organização Nacional do Partido dos
Trabalhadores.
Também participaram do evento o ex-ministro Franklin Martins e o
coletivo Mídia Ninja.
Coimbra revela que a denúncia foi levada à presidente do
STF, Rosa Weber.
A ministra,
de acordo com o seu relato, não deu atenção ao caso.
De acordo com
interlocutores que apresentaram a denúncia, Weber não entendeu a dimensão da
ameaça à democracia ou se omitiu, alegando que a grande preocupação do STE era
com relação à confiabilidade nas urnas eletrônicas.
Marcos
Coimbra defende que a esquerda não deve deixar o assunto de lado, pois “se isso
ocorrer, estará normalizada uma poderosa distorção na democracia brasileira,
fazendo com que as futuras eleições não passem de rituais, com o final
conhecido anteriormente”.
É urgente,
para o professor, que o PT e o conjunto da esquerda façam uma autocrítica.
Entretanto, esclarece, não a autocrítica que a mídia, Globo à frente, cobra da
esquerda.
Para ele o
que deve ser feito é um balanço e erros e acertos, para indicar as estratégias
de atuação em um mundo que inegavelmente mudou.
Para
comprovar a sua afirmação, o pesquisador apresentou gráficos, que contêm os
resultados dos principais institutos de pesquisa do país.
O
comportamento das curvas, que representam a evolução da intenção de votos em
Jair Bolsonaro, indicam com bastante clareza uma súbita elevação da sua média
histórica, que oscilava entre 20% a 25% da preferência do eleitorado.
Segundo os gráficos, a cerca de uma semana antes da realização do primeiro
turno, os números mudaram de uma maneira que foge do padrão histórico das
movimentações da opinião pública.
Haddad, que
vinha em um consistente movimento de crescimento, sofreu um baque e teve sua
trajetória interrompida.
Enquanto
isso, Bolsonaro iniciava um avanço atípico, em um padrão que nunca fora
registrado antes no histórico das pesquisas de opinião realizadas no Brasil.
O que
explica isso, para Marcos Coimbra, foi a ilegal utilização das redes sociais,
principalmente o WhatsApp, para disseminar mentiras e calunias contra Fernando
Haddad e o PT.
O professor
apresentou um exemplo da artificialidade desse movimento nas redes sociais.
A partir de
dados que chegaram a ele, somente uma página da Internet, com endereço no mesmo
local onde funcionava o site Bolsonaro Presidente, disparou em um só dia mais
de 600 mil mensagens com informações falsas e caluniosas contra Haddad, todas
elas abordando a questão moral, como o kit gay, um suposto estupro cometido
pelo candidato, estímulo a jovens para se relacionarem com outros do mesmo sexo
e coisas nessa linha.
Coimbra
alerta que esta foi apenas uma das páginas envolvidas na operação de
desconstrução de Fernando Haddad.
De acordo
com dados que chegaram a ele, a operação foi em grande escala, “apenas um dos
contratos com empresas responsáveis por disparos em massa de WhatsApp, que
foram alvo da reportagem da Folha de S. Paulo, atingia R$ 12 milhões”.
Os disparos
não foram realizados ao acaso, informa o professor, “o alvo foi preciso,
pessoas de baixa renda da região sudeste, focalizando principalmente no público
evangélico”.
As curvas
dos gráficos da evolução da intenção de votos dos principais institutos do
Brasil sugerem uma grande possibilidade de que esta tese seja real.
O professor
revela que muitas outras empresas ou esquemas desconhecidos envolvendo
mercenários ou robôs estavam envolvidos na operação, o que “custa muito
dinheiro, não é barato”.
Ele vê
crimes eleitorais nesse episódio, destacando especialmente dois: o abuso do
poder econômico, com a doação de empresas, o que é proibido; e a disseminação
de calúnias e informações falsas.
Franklin
Martins
O ex-ministro
da comunicação social do governo Lula ressaltou a importância das novas mídias
digitais.
Segundo ele,
as novas tecnologias digitais vieram para o bem e para o mal.
Se por um
lado, a Internet democratiza a comunicação e permite mais emissores no ambiente
da comunicação social, por outro lado, grandes empresas como o Facebook ou o
Twitter tem ampla capacidade de intervir no universo digital e intervir na
comunicação.
Franklin
adverte, no entanto, que a questão central é o conteúdo e a disputa pela agenda
do que a sociedade vai debater.
Ele lembra
que sempre que uma nova mídia surge, há mudança de paradigmas.
Quem sai na
frente na utilização das novas mídias leva vantagem;
“Franklin
Delano Roosevelt foi pioneiro no rádio, enquanto seus adversários tinham apoio
dos grandes jornais impressos; Kennedy soube utilizar o potencial da
recém-nascida TV, enquanto seu oponente, Nixon, ainda estava na era
radiofônica”.
Mas, tanto
Roosevelt, quanto Kennedy, introduziram novas agendas que sensibilizaram o
eleitorado.
O mesmo
ocorreu no Brasil. FHC foi eleito com a agenda do combate à inflação, lembra
Martins.
E continua,
“a agenda que levou Lula ao Planalto, na sua primeira eleição, foi a inclusão
social.
Depois, ao longo do seu mandato Lula agregou o crescimento econômico,
que foi a plataforma que elegeu Dilma, na sua primeira eleição”.
Sem
condições de disputar no campo da agenda da inclusão e do crescimento, porque
não concorda com isso, a oposição tentou impor o seu tema clássico, que é a
corrupção, recorda Franklin.
Mas, ele
avalia que a reeleição de Lula e a primeira eleição de Dilma, revelaram que a
oposição estava perdendo a disputa pela agenda.
Inexplicavelmente,
logo que assumiu a presidência, Dilma assumiu a agenda do adversário e iniciou
uma cruzada de “limpeza”.
Para o ex-ministro, a presidenta deixa de lado as
conquistas dos governos petistas e, de maneira que merece profundas análises,
passa a priorizar a agenda que interessava à oposição.
A surpresa
ainda é maior, porque Dilma faz a opção pela agenda da corrupção e deixa em
segundo plano a inclusão e o crescimento no momento que o país estava em uma
posição econômica invejável, com os fundamentos econômicos sólidos, programas
sociais consistentes e o menor desemprego da história, em torno de 4%.
Nas últimas
eleições, Franklin Martins reconhece que houve a fraude com uso da internet,
mas considera que “o PT não priorizou a luta pela imposição da sua agenda, com
isso houve espaço para o crescimento da agenda de quem não quer debater a
inclusão, a qualidade de vida da população e o crescimento com distribuição de
renda”.
A extrema
direita, sabendo que o seu verdadeiro programa seria fatalmente derrotado,
porque não interessa à maioria, conseguiu impor uma agenda que a favorecia, o
comportamento e os costumes.
Martins
observa que a agenda do comportamento também pavimentou o terreno para os
ataques e calúnias moralistas contra a figura do candidato Fernando Haddad.
Franklin,
conclui dizendo que a questão da internet é fundamental, como ocorre em todo
avanço tecnológico nas comunicações, o assunto tem que ser debatido e o meio
precisa ser priorizado pela esquerda, pelo seu potencial democratizante;
mas o
que é decisivo, para a disputa política na sociedade é a agenda.
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Obrigado
Creio que a análise é incompleta porque não questiona as urnas eletrônicas. Mesmo as eleições em que o PT ganhou, creio que a diferença seria ainda maior a favor do PT se houvesse impressão do voto.
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