Temer já
teve nome envolvido com a máfia dos bicheiros e STF arquivou
20/02/2018
Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe pra onde ir, já
dizia Sêneca no Senado Romano, no auge do império, há mais de dois mil anos.
A
frase é, aparentemente, perfeita para definir Michel Temer neste que é
presumivelmente seu último ano de governo
Só que não se engane.
Temer
sabe aonde quer chegar, só não sabe para onde vai levar o governo.
Mas
governo, na mão dele, não é fim, é meio.
Temer
se alimenta das crises desde que seu nome começou a aparecer no noticiário, no
início da década de 80.
Até então, Michel Temer, um professor sem expressão na PUC, era
um entre outros nomes que apareciam em anúncios de cursinhos preparatórios para
concursos públicos na área jurídica.
Levado
ao PMDB por Fernando Henrique Cardoso, tornou-se chefe da Procuradoria do
Estado de São Paulo, no governo de Franco Montoro.
Na
primeira crise de segurança, Montoro o tirou da Procuradoria e o colocou na
Secretaria de Segurança Pública.
Em
1986, disputou e perdeu uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas, suplente,
acabou assumindo o cargo e participou da Constituinte.
Em
1990, disputou outra vez uma vaga de deputado, e perdeu. Teve 32 mil votos, 11
mil a menos do que na eleição anterior.
Saiu
do ostracismo em 1992, quando foi nomeado secretário de Segurança Pública na
crise que se seguiu ao Massacre do Carandiru.
Um
aspecto pouco destacado na sua carreira política é a citação do nome dele em
esquemas de jogo ilegal, ao mesmo tempo em que comandava a Secretaria de
Segurança Pública.
Um
deputado federal de seu partido, Joaquim Carlos Del Bosco do Amaral, denunciou
Temer à Justiça na década de 90 por envolvimento com o jogo do bicho.
“Ele
teve o apoio dos dos piores setores policiais, inclusive daqueles ligados ao
jogo do bicho, a chamada corretagem zoológica”.
Segundo
a denúncia de Del Bosco do Amaral, Temer manteve um comitê político na
Secretaria de Segurança Pública, para captar recursos dos bicheiros.
Em
2006, o Supremo Tribunal Federal arquivou a denúncia, sem que houvesse
investigação.
O
delegado-geral da Polícia Civil em São Paulo, no período em que Temer era
secretário, Álvaro Luz, declarou à CPI do Bicho, em 1994, que tinha orientação
para reprimir apenas os bicheiros que atuassem de maneira ostensiva.
Vem
desta época a suspeita, nunca investigada, de que os contraventores contribuíam
com uma caixa na Segurança Pública toda semana.
Temer
é, em razão de fatos como este, um político visto como uma figura sinistra.
A
julgar pela suspeita de envolvimento com o bicho, tem um pé no submundo e outro
nas altas esferas da polícia e do Judiciário.
É
um erro considerá-lo politicamente débil.
Pode
dar essa impressão às vezes, mas, alvejado, ele sempre dará um jeito de
sobreviver.
Não é à toa que, de suspeito de envolvimento
com o crime organizado em torno do jogo ilegal em São Paulo, ele tenha
acumulado poder para autorizar a intervenção federal no Rio de Janeiro, com os
militares no comando da Segurança Pública do Estado.
Muitas palavras poderiam definir Michel Temer, mas uma se encaixa
melhor: perigoso.
Outras
fontes que falam sobre o envolvimento de Temer:
esteja com todos.
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Maria Joselia
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