SUED E
PROSPERIDADE
21/05/2021
Governo
Bolsonaro Recebe Alertas De Nova Onda Da Pandemia, E Área Técnica Da Saúde Teme
Piora
Celeste Silveira 22 de maio de 2021
Estados e municípios já sentem
pressão sobre sistema de saúde, disse ministro.
Segundo a Folha, o governo federal vem recebendo alertas sobre a
chegada de uma nova onda da pandemia de Covid-19 de secretários de estados e
municípios.
Segundo gestores do SUS (Sistema
Único de Saúde) que participam das discussões, o ministro Marcelo Queiroga
(Saúde) afirma ter preocupação sobre o cenário da crise sanitária, mas
publicamente minimiza o risco de alta no curto prazo.
Em documentos internos, a Saúde
reconhece que é incerta a evolução da doença.
“Não estamos vislumbrando isso nesse
momento. A maneira adequada de se evitar terceira onda é avançar na campanha de
vacinação”, disse o ministro nesta sexta-feira (21).
Ele afirmou que alguns estados e
municípios já notaram “pressão sobre o sistema de saúde”. “Isso se relete pela
abertura que foi concedida nesses estados.”
Presidente do Conass (Conselho
Nacional de Secretários de Saúde) e secretário no Maranhão, Carlos Lula afirma
que alertou Queiroga, nesta semana, sobre possível alta da doença.
Para Lula, o recrudescimento da
pandemia pode ser superior aos anteriores. “A gente já parte de um patamar
muito alto”, disse o secretário.
Segundo ele, o SUS não tem estoque
suficiente de insumos essenciais, como kits de intubação, e está perto do
limite da expansão de leitos.
Nesta sexta, o Brasil registrou 2.136
mortes pela doença e 77.598 novos casos, totalizando 446.527 óbitos e
15.976.156 pessoas infectadas durante a crise sanitária.
A média móvel de mortes ficou em
1.963 óbitos por dia nesta sexta, abaixo de 2.000 pelo 11º dia consecutivo. Há
120 dias a média está acima de mil óbitos diários.
A área técnica da pasta afirmou ao
Ministério da Economia, no dia 13 de maio, que o “cenário da pandemia no Brasil
é caracterizado pelo recrudescimento da doença”, ao defender que fossem
mantidas as reduções de custos para importação de insumos e medicamentos para
evitar desabastecimento.
Em abril, a Saúde disse à equipe do
ministro Paulo Guedes (Economia) que a crise era grave e havia incertezas sobre
a demanda futura por leitos e medicamentos.
O governador do Amazonas, Wilson Lima
(PSC), esteve com Queiroga, no fim de abril, para tratar de uma possível nova
onda no estado, tido como bússola da evolução da doença no resto do país.
No dia seguinte, porém, ambos
acompanharam o presidente Jair Bolsonaro em aglomeração em Manaus.
Em depoimento à CPI da Covid, em 6 de
maio, Queiroga disse que o exemplo do Amazonas deve servir de alerta para
evitar uma nova onda, “que pode ser muito perigosa para a nossa população”.
“Além de mostrar preocupação, é
preciso tentar demonstrar proatividade para comprar mais vacinas. Solucionar a
falta de kit intubação e evitar terceira onda no país”, disse Lula sobre a
postura do ministério.
Para ele, a pasta perdeu o foco e
está com as atenções voltadas à CPI.
Gestores do SUS temem, além da falta
de insumos, que a rede de atendimento pública não dê conta da nova alta da
pandemia.
Para o presidente do Conass, é
pequena a margem para ampliar o número de leitos e já faltam profissionais de
saúde disponíveis para o trabalho.
Além disso, há preocupação sobre a
falta de insumos como seringas para as campanhas de imunização contra a
Covid-19 e gripe.
Para Lula, a maior dúvida é quando a
nova onda virá. Segundo ele, algumas regiões já sentem o recrudescimento da
doença e pede maior discussão sobre o financiamento de leitos de UTI.
Uma das promessas do governo federal
de nova arma contra a pandemia é a recém-lançada política de testagem com o uso
do exame de antígeno, um modelo que entrega resultado em poucos minutos.
Queiroga promete testar mais de 25
milhões por mês, mas a Saúde só garantiu 3 milhões desses exames.
A pasta irá atrás, no curto prazo, de
outros 14 milhões, que não têm data para serem distribuídos.
Segundo técnicos da Saúde, o
ministério tem limitações orçamentárias para enfrentar a pandemia. A equipe de
Queiroga precisa pedir recursos adicionais à Economia a cada nova grande
iniciativa, compra de vacinas, custeio de leitos ou medicamentos de UTI.
Em abril, a Saúde pediu mais verba
para formar um estoque de medicamentos usados na intubação de pacientes para
180 dias, mas a Economia questionou se a pandemia não iria arrefecer e entregou
metade do valor.
A promessa da equipe econômica é
liberar de forma célere os novos pedidos da Saúde, mas gestores do SUS apontam
que o repasse a conta-gotas dificulta um planejamento mais duradouro.
Em resposta oficial, a Saúde disse em
abril que conseguiu recursos para o “pior cenário” da pandemia nos três meses
seguintes.
CONTINUA
TCU Vai
Investigar Indícios De Fraudes Em Contratos Na Gestão Pazuello
Celeste Silveira 21 de maio de 2021
Foram revelados indícios de fraudes
em contratos do Ministério da Saúde no Rio durante a gestão do general Eduardo
Pazuello.
O superintendente George Divério autorizou duas contratações sem
licitação que somam quase R$ 30 milhões.
O Tribunal de Contas da União (TCU)
abriu processo para investigar irregularidades em contratos feitos pela
superintendência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Na terça-feira, 18,
o Jornal Nacional revelou indícios de fraudes em contratos do Ministério da
Saúde no Rio durante a gestão do general Eduardo Pazuello.
O subprocurador-geral Lucas Furtado
diz que é “obrigatória atuação do Tribunal de Contas da União, a fim de que
sejam apurados os fatos”.
Em novembro de 2020, com um intervalo
de apenas dois dias, o coronel da reserva George Divério, nomeado por Pazuello
para a Superintendência estadual do ministério no Rio, autorizou duas
contratações sem licitação que somam quase R$ 30 milhões. Só para a reforma dos
galpões na Zona Norte do Rio, quase R$ 9 milhões.
Também no mês de novembro, o coronel
George Divério autorizou uma reforma completa na sede do Ministério da Saúde no
Rio, por quase R$ 20 milhões, novamente sem licitação.
Segundo o Jornal Nacional, a empresa
escolhida, sem licitação, para a obra de R$ 20 milhões fica numa esquina, em
Magé, na Baixada Fluminense, numa área dominada pela milícia.
“À primeira
vista, parece uma empresa pequena para uma obra tão grande. Uma empresa bem
pequena. Dois portões e uma casinha de um cômodo do lado de dentro”, diz o
jornal.
Segundo representação no TCU, é
evidente que obras de reforma de um galpão para “guardar arquivos” e de
“reforma completa na sede do Ministério da Saúde no Rio” não se enquadram nas
hipóteses permissivas de dispensa de licitação.
Também teve um terceiro contrato sem
licitação, com mais de R$ 1,7 milhão para a mão de obra de apoio, como
recepcionistas e carregadores fornecidos pela Vinil Engenharia.
O senador Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, pediu nesta quarta-feira (19) a
quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do ex-ministro da
Saúde Eduardo Pazuello.
O requerimento foi apresentado à CPI mas deve ser
apreciado na próxima semana pelos senadores.
*Com
informações do 247
Fonte: https://antropofagista.com.br/