ENGANANDO O POVO! Rede Globo Omite Que Exibiu ‘Reportagem’
Por Encomenda E ‘Admite’ Ser Parcial; ENTENDA!
Por Redação Click Política Última
Atualização 2 nov, 2017
Pragmatismo Político com Marcelo Auler, em seu blog
“A reportagem, como bem disse a produtora, havia sido encomendada: ‘não vou
mentir para os senhores, a reportagem foi encomendada pela CBA‘. Ou seja, não
haveria a necessária imparcialidade que deve caracterizar o bom jornalismo”.
(Nota assinada por 10 entidades que lutam pela preservação da Serra do
Brigadeiro – BH, em 05/2017).
Ana mirely
Ana Ariely
“A acusação seria ofensiva se não fosse ridícula. A Globo não faz reportagem
por encomenda. Faz reportagens legítimas”. (Da Assessoria de Comunicação da
Globo, em 30/05/2017).
No que pese a Rede Globo de Televisão, por meio de sua Comunicação Social,
garantir que não faz reportagem por encomenda, o Globo Rural, na edição do
domingo 23/10, a pretexto de falar da mineração em Minas Gerais, acabou fazendo
lobby da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
Ana mirely
Ana Ariely
A possibilidade de a Rede Globo apresentar um programa “encomendado” pela
mineradora foi denunciada, em maio passado, através de uma nota assinada por
dez entidade que defendem a preservação ambiental em torno da Serra do
Brigadeiro, na Zona da Mata de Minas Gerais.
A exploração da bauxita para a fabricação de alumínio na
Zona da Mata mineira gera á tempos uma disputa entre a Companhia Brasileira de
Alumínio (CBA), do Grupo Votorantin, e os movimentos em defesa do meio
ambiente.
Nessa queda de braço, como já mostramos no Blog em O frei
ameaçado pela bauxita (5/3/17) e O dilema mineiro: mineração ou preservação?
(19/3/17), um dos líderes é o franciscano Frei Gilberto Teixeira, da
Fraternidade Santa Maria dos Anjos.
Pároco da igreja de Santo Antônio, em Belisário, distrito de
Muriaé, uma das cidades no entorno da Serra do Brigadeiro onde está uma
considerável reserva do minério, ele chegou a ser ameaçado de morte por estar à
frente deste movimento.
Cabe lembrar que a Serra do Brigadeiro, encravada na Zona da
Mata mineira, é, ao mesmo tempo, conhecida por sua rica biodiversidade, com
amplas áreas preservadas de Mata Atlântica, mas também uma região com algumas
das maiores reservas de bauxita.
É uma área de preservação ambiental. Nem
assim, porém, está a salvo dos interesses da mineradora.
Outra característica da região é a chamada agricultura
familiar, com uma forte produção de olerícolas (legumes), café, frutas (como
uvas orgânicas), além de ser um forte polo de produção leiteira.
Os defensores
da preservação da serra e suas matas destacam ainda a questão, cada dia mais
fundamental, do fornecimento de água, pois ali estão nascentes importantes.
Ouvida à época em que as entidades divulgaram a nota (veja
íntegra abaixo), a direção da Globo, através da assessoria de Comunicação,
encaminhou ao Blog o comentário classificando como ridícula a acusação e
rejeitando a hipótese de realizar reportagens “por encomenda”
rede globo omite reportagem por encomenda
No mesmo tom foi a resposta encaminhada pela assessoria de
imprensa da mineradora:
“A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) respeita o direito
à liberdade de imprensa e, de forma transparente e ética, adota o diálogo
aberto como base dos seus relacionamentos.
Desta forma, não procede qualquer
menção ao seu nome em ações que não estejam em conformidade com as suas crenças
e valores”.
Na época, o Blog ouviu ainda Fernando Gabeira, citado na
nota, por conta de um dos seus programas na GloboNews. Mas, infelizmente, com o
passar do tempo a conversa se perdeu no WhatsApp.
Ele, porém, de forma
tranquila disse ter mantido isenção ao relatar a questão da disputa.
Certamente a emissora insistirá que a reportagem Área de
extração de bauxita em MG é recuperada com mata, café e pasto, que aborda a
exploração de bauxita nas serras mineiras, foi correta. Trabalho profissional.
Até abordou o lado negativo da questão.
O fez, é verdade, de forma superficial, com colocações que pareciam no ponto
para serem rebatidas. Como o foram. Além de ouvirem basicamente só um lado da
disputa, não esclarecendo aos telespectadores de quem se tratava.
Notas das entidades denunciando imparcialidade da TV Globo
A matéria jornalística, por exemplo, apresentou o professor
Ivo Ribeiro da Silva, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), assegurando a
possibilidade de recuperação de áreas degradadas pela mineração.
O que a reportagem da Globo não revelou, tal como fizemos ao
abordar o assunto, em 19 de março, é que as pesquisas desenvolvidas pelo
professor Ivo foram encomendadas pela própria CBA e por ela financiadas.
A CBA, entre 2008 e fevereiro deste ano, investiu R$
1.175.695,00 em três projetos:
1 – Avaliação das melhores práticas de manejo do solo nos
processos de reabilitação das áreas mineradas, a cargo do professor Ivo;
2 – aplicação de bioindicadores de avaliação e monitoramento em áreas
restauradas, coordenado pelo professor de ecologia e restauração de florestas,
Sebastião Venâncio Martins;
3 – e, no mais recente, um estudo sistêmico de
caracterização hidrológica do processo de extração de bauxita e recuperação da
área minerada, sob s supervisão do professor Herly Carlos Teixeira Dias;
Do total investido, a maior parcela foi para o trabalho do
professor Ivo: R$ 1.016.575.
Tal investimento não deveria ter sido informado ao
ouvinte?
Em nome da isenção, deve-se questionar também se não seria
necessário apresentar o depoimento de outros professores, inclusive da mesma
Universidade Federal de Viçosa (UFV), que contestam tais informações?
Na matéria que trouxemos ao público provocando o debate
sobre o dilema da mineração, foram três opiniões divergentes: o engenheiro
agrônomo e professor aposentado da UFV, Ivo Jucksch; Lucas Magno, professor de
Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de
Minas Gerais (Campus Muriaé); e a geógrafa Manuela Pereira de Almeida Pinto,
diretora da Escola Família Agrícola Serra do Brigadeiro, no município de
Ervália, Zona da Mata mineira.
Dela, inclusive, é a frase que abriu a
reportagem: “Está se pensando no umbigo de um só e não em um grupo social”.
A reportagem, queira ou não a Rede Globo, passou uma nítida
posição favorável à mineração e, consequentemente, à poderosa a Companhia
Brasileira de Alumínio, umbilicalmente ligada ao Grupo Votorantin.
A maior
prova dessa “defesa” está na página da Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisa Mineral – ABMP, onde ela registra:
“A apresentação do Globo Rural de ontem (22) coloca de forma
clara e didática como a mineração, além de imprescindível, pode ser fator de
desenvolvimento e melhoria de outros setores, até mesmo aqueles que
inicialmente podem disputar e concorrer no mesmo espaço.
Vejam a mineração de
alumínio da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) na Zona da Mata de Minas
Gerais”.
É fato que o assunto gera polêmica,uma vez que o alumínio,
goste-se ou não do estrago que gera, faz parte do dia a dia da vida das
pessoas.
Sua extração causa danos ambientais cuja reparação além de demorada, é
custosa. Nada fácil ao pequeno agricultor, menos ainda quem vive da agricultura
familiar.
Um planejamento estratégico tem que ser feito para sua
exploração, delimitando-se áreas onde possa ocorrer sem comprometimento da sobrevivência
de quem vive da terra e sem risco ao meio ambiente.
Notadamente as áreas de
proteção ambiental e as nascentes.
Para tal, é preciso que o governo federal –
responsável direto pelas autorizações para a mineração -exerça seu papel.
Mas,
no Brasil atual, governo não há.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
Totalmente parcial, um lixo!
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