Ministério
de Bolsonaro inviabiliza recursos da ONU para o Nordeste
Em janeiro,
o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB) recebeu o diretor do Fida Brasil,
Claus Reiner, para tratativas sobre a parceria que viabilizaria o financiamento
de 40 milhões de dólares para combater a pobreza na zona rural
Os estados
do Maranhão e Ceará governados por partidos de esquerda e opositores
do governo Bolsonaro perderam 45 milhões de dólares de financiamento do
Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola da ONU (Ifad) por
falta de aprovação da Comissão de Financiamento Externo do Ministério da
Economia (Cofiex).
Os recursos perdidos seriam utilizados para a instalação de
cisternas, apoio a pequenos agricultores, comunidades indígenas e quilombolas.
Segundo estimativas, 100 mil famílias deixarão de ser atendidas pelo programa
das Nações Unidas.
O Ifad, que
tem o objetivo de combater a pobreza e a fome no campo estava disposto a
destinar 20 milhões de dólares para o Maranhão governado por Flavio Dino
(PCdoB) e 25 milhões de dólares para o Ceará, de Camilo Santana (PT).
De acordo
com o diretor do Ifad para o Brasil, Claus Reiner, o ocorrido foi uma grande
perda para o país que conta com a atuação desse fundo da ONU em seis projetos
iniciados entre os anos de 2013 e 2015 com a previsão de término em 2020.
Segundo Reiner, a possibilidade de extensão dos projetos é prevista e o Ifad
conta com um montante de 500 milhões de dólares para iniciativas que acabaram
não recebendo a aprovação da Cofiex.
Para o Ministério da Economia, a avaliação
do Cofiex somente considera aspectos financeiros e técnicos.
O Ceará está
fazendo alterações na documentação que embasa seu pleito de financiamento.
No
estado, a verba da ONU seria utilizada no projeto Paulo Freire, iniciativa já
em andamento com o próprio Ifad, que tem o objetivo de reduzir a pobreza e
elevar o padrão de vida de agricultores familiares em condições de extrema
pobreza em 31 municípios e em 600 comunidades rurais com baixo Índice de
Desenvolvimento Humano.
Considerado
pela ONU um país de renda média alta, o Brasil, para poder receber verbas do
Ifad deve apresentar contrapartidas com o objetivo de mostrar o seu
comprometimento com os valores investidos.
É aí que entra o aval do Ministério
da Economia comandado por Paulo Guedes.
O Ifad
existe desde 1978 e já forneceu mais de 18 bilhões de dólares em doações e
empréstimos a juros baixos para projetos que beneficiaram cerca de 462 milhões
de pessoas no mundo.
O fundo é uma instituição financeira internacional e uma
agência especializada das Nações Unidas com sede em Roma.
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