Golden
shower mascara despreparo e suspeitas de corrupção
28 mins ago Denúncias
07/03/2019
São Paulo
Jair
Bolsonaro e seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos usam a bárbarie como uma arma
política para mascarar o despreparo do presidente, as suspeitas de corrupção
que rondam membros da família e as relações perigosas do clã com milicianos do
Rio de Janeiro.
A selvageria
no discurso político é método. Bolsonaro agiu assim a vida inteira.
Era
previsível a repetição da fórmula quando chegasse ao Palácio do Planalto.
Surpreendem-se
apenas aqueles que aceitaram a “normalização” de Bolsonaro na campanha
eleitoral, tratando-o como um candidato democrata.
Ao longo de sua carreira
política, ele defendeu a ditadura militar de 1964, dedicou o voto
pró-impeachment de Dilma ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, ameaçou
a imprensa, atacou gays, quilombolas e mulheres.
É um autocrata.
Em 2018,
empresários, militares, políticos, jornalistas e eleitores optaram pelo
autoengano para evitar o retorno do PT ao poder e para implementar um programa
econômico ainda mais conservador do que o do governo Temer.
A enxurrada de fake
news que beneficiou Bolsonaro foi considerada uma novidade eleitoral e não um
crime contra a democracia.
Também é
curioso achar que o ministro Sergio Moro (Justiça) é vítima de uma “bolha” do
bolsonarismo radical muito atuante na internet.
Moro estimulou o crescimento
dessa bolha.
Quando juiz, o hoje ministro ajudou a criar o monstro que poderá
devorá-lo, como fizeram jor Pouco antes do Carnaval, Fabrício Queiroz,
ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, deu a seguinte explicação ao
Ministério Público.
Tomava dinheiro de funcionários empregados legalmente no
gabinete do então deputado estadual para contratar informalmente mais
assessores para trabalhar para Flávio Bolsonaro.
Confessa um
crime para acobertar a suspeita de outro: apropriação indébita de salários de
funcionários da Assembleia do Rio.
Pelo padrão Lava Jato, a fragilidade de tal
justificativa já teria desencadeado uma série de pedidos de prisões temporárias
e preventivas de Fabrício Queiroz, seus familiares e funcionários envolvidos.
O que fez o
clã Bolsonaro? Usou a bárbarie como arma política para desvirtuar a atenção de
uma acusação de corrupção contra Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo PSL do
Rio.
Em tuítes
escritos geralmente num português capenga, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ)
abriu fogo, sobretudo contra a imprensa.
No Twitter,
o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) agiu como um monstro moral,
desrespeitando a dor do avô Lula que perdera o neto Arthur de 7 anos de idade.
Na mesma
rede social, o presidente da República publicou um vídeo escatológico em reação
às críticas e xingamentos que recebeu nos blocos de Carnaval.
Pegou um
acontecimento isolado e sem relevância para generalizar e depreciar a nossa
maior festa popular.
Um presidente da República não pode fazer isso com um
ativo cultural e turístico do país.
Prejudicou a imagem do Brasil perante o
mundo.
No “Jornal
da CBN – 2ª Edição”, na faixa das 18h às 19h, haverá uma análise mais detida
desse tema.
Em resumo,
as redes sociais são usadas pela família Bolsonaro para não ter de explicar a
perda de mercado para os Estados Unidos, que vão vender mais carne e soja para
a China.
O presidente também não responde à completa falta de rumo na
articulação política em geral e na reforma da Previdência em particular.
De
propósito, o clã deixa em segundo plano trapalhadas de ministros que não estão
à altura dos cargos que ocupam.
Analistas que
hoje estão espantados com o modus operandi do presidente da República.
No debate
público, leva vantagem quem consegue ditar a agenda em discussão.
Bolsonaro e
filhos escondem o despreparo para o poder com uma nuvem de tuítes que coloca o
“golden shower” no centro do debate público, deixando as questões que
interessam ao país em segundo plano.
Eles também acenam para esse núcleo
original do bolsonarismo que só tem a oferecer ao país regressão social e
fundamentalismo político.
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