Para Incriminar Lula, Palocci Embolsou R$ 30 Milhões E Não Agiu Sozinho
16/08/2020
Para
Incriminar Lula, Palocci Embolsou R$ 30 Milhões E Não Agiu Sozinho
Celeste Silveira 16 de agosto de
2020
Antonio
Palocci não vale nada, já se sabia, mas é preciso também verificar a
responsabilidade dos policiais federais e do desembargador João Pedro Gebran
Neto, do TRF-4, na fraude que foi a delação do ex-ministro.
Durante mais
de dois anos, Palocci se ofereceu a Moro para delatar. Ameaçou entregar a Globo
e bancos, em depoimento que tratou de outro assunto.
Até a
força-tarefa de Curitiba rejeitou, talvez em uma estratégia que só se
compreenderia mais tarde: terceirizar a responsabilidade.
Na época, em
chat privado, a procuradora Laura Tessler chegou a comentou sobre a farsa, como
se saberia pela Vaza Jato.
“Não só é
difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, afirmou.
“O melhor é
que (Palocci) fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”,
acrescentou Antônio Carlos Welter.
Moro também
achava a delação fraca, segundo as conversas do chat que se tornariam públicas.
Mesmo assim,
divulgou um dos anexos da delação quando faltava uma semana para o primeiro
turno das eleições de 2018.
Quem
negociou delação e tomou os depoimentos foi a Polícia Federal em Curitiba —
braço da Lava Jato. E quem homologou foi o amigo de Moro no TRF-4, João Pedro
Gebran Neto.
Com o
acordo, Palocci deixou a cadeia, com 30 milhões de reais lavados pela Justiça,
já que esse dinheiro se encontrava bloqueado por ser resultado dos crimes que o
próprio ex-ministro cometeu.
Em
reportagem publicada hoje, com base no relatório da PF para investigar
denúncias apresentadas na delação sobre vazamento de informação privilegiada do
Banco Central, o Conjur informa os únicos delitos comprovados até agora “foram
praticados pelo próprio Palocci”.
Ele
“falsificou agendas de compromissos e contratos para dar ares de veracidade ao
que disse”, registra.
O advogado
de Lula, Cristiano Zanin Martins, não tem dúvida de que a delação atendeu a
interesse político.
“Sempre
dissemos que a delação de Palocci era um instrumento da Lava Jato para praticar
lawfare contra o ex-presidente Lula.
Na semana passada o Supremo Tribunal
Federal acolheu um dos recursos que levamos à Corte para reconhecer que Moro
agiu de forma ilegal e com viés político ao anexar, de ofício, essa delação ao
processo de Lula seis dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais
de 2018. Agora a Polícia Federal concluiu que a mesma delação é um nada.
Isso
reforça que sempre estivemos na direção certa e que Moro e a Lava Jato
praticaram intenso lawfare para tentar aniquilar Lula e para isso colocaram o
país numa situação terrível”, afirmou.
Com fortuna
legalizada, Palocci aplicou um golpe, mas se engana quem imagina que a Justiça
foi vítima.
Como mostram
os diálogos da Vaza Jato, só acreditou nele quem quis ou quem também viu algum
benefício nas mentiras que Palocci contava.
Benefícios
não para o sistema de justiça, mas para se encaixar em jogo político ou algo
ainda mais imoral do que isso.
Se não forem
responsabilizados — e é difícil que seja, já que a delação é como um contrato
e, portanto, se caracteriza como ato jurídico perfeito –,
os responsáveis pela
delação de Palocci devem ser expostos à execração pública.
São
cúmplices.
*Joaquim de
Carvalho/DCM
CONTINUA
Delegado Da
PF Mostra Que Delação De Palocci Foi Inventada; O Fantástico Fará Uma Grande
Matéria Sobre Isso?
Celeste Silveira 16 de agosto de
2020
Os únicos
elementos de corroboração da delação produzida pelo ex-ministro Antonio Palocci
são notícias de jornais que, na coleta de provas, não se confirmaram.
Essa foi a
conclusão de mais um inquérito gerado pelos 23 anexos da delação do ex-petista:
o que trata de acusações em torno do Fundo Bintang — que envolvia pessoas como
o ex-presidente Lula, Guido Mantega e André Esteves (BTG), entre outros.
Temos que
lembrar que num “bem-bolado” entre Globo e Moro, essa “delação” de Palocci foi
extremamente explorada no JN na véspera do 1º turno para beneficiar Bolsonaro
contra Haddad.
Desmoralização
da Lava Jato
Ao menos
dois inquéritos como esse já foram arquivados, um que também falava do BTG e
outro sobre o ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto.
Neste mês, o STF também
anulou acusações produzidas em conjunto por Palocci e pelo ex-juiz Sérgio Moro
às vésperas da eleição presidencial de 2018, em ação penal contra Lula.
As mentiras
de Palocci foram usadas para vasculhar a vida pessoal e empresarial de dezenas
de pessoas — que foram para o noticiário como cúmplices de crimes.
Mas os
delitos comprovados até agora foram praticados pelo próprio Palocci, que
falsificou agendas de compromissos e contratos para dar ares de veracidade ao
que disse.
A proposta
de delação de Palocci fora rejeitada duas vezes pelo Ministério Público Federal
antes de ser adotada pela Polícia Federal.
Em seu relatório final, o delegado
Marcelo Feres Daher atenua o impacto da conclusão, citando apenas os
desmentidos sem falar das provas que contrariam o que disse Palocci.
O relatório
da PF afirma que as assertivas de Palocci, ao que tudo indica, foram retiradas
de pesquisas na internet e não acrescentam elementos novos — apenas notícias de
jornais.
Notícias que não foram confirmadas pelas provas produzidas.
Agora é
esperar pra ver se a Globo dará a mesma importância para a verdade sobre a picaretagem
de Moro e Palocci que deu para a armação desses dois vigaristas.
*Com
informações do Conjur
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