'Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Exclusivo: procuradores
da Lava Jato tramaram em segredo para impedir entrevista de Lula antes das eleições
por medo de que ajudasse a eleger o Haddad'
9 de Junho
de 2019, 17h57
‘PODE ELEGER O HADDAD'
Lula, preso pela Lava Jato desde abril de 2018, faria
“palanque na cadeia”, “um verdadeiro circo”, caso fosse entrevistado pela Folha
de S. Paulo. “Que piada!!! Revoltante!!!”, ela exclamou. Foto: Andressa
Anholete/AFP/Getty Images
Parte 2
Em chats
privados, procuradores reagiram indignados ao saber que ex-presidente falaria à
Folha e celebraram quando ação do Partido Novo impediu a entrevista.
Um extenso
lote de arquivos secretos revela que os procuradores da Lava Jato, que passaram
anos insistindo que são apolíticos, tramaram para impedir que o Partido dos
Trabalhadores, o PT, ganhasse a eleição presidencial de 2018, bloqueando ou
enfraquecendo uma entrevista pré-eleitoral com Lula com o objetivo explícito de
afetar o resultado da eleição.
Os arquivos,
a que o Intercept teve acesso com exclusividade, contêm,
entre outras coisas, mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no
aplicativo Telegram.
Neles, os procuradores da força-tarefa em Curitiba,
liderados por Deltan Dallagnol, discutiram formas de inviabilizar uma
entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à colunista da Folha de
S.Paulo Mônica Bergamo, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal
Ricardo Lewandowski porque, em suas palavras, ela “pode eleger o Haddad”
ou permitir a “volta do PT” ao poder.
Os procuradores,
que por anos garantiram não
ter motivações políticas ou partidárias, manifestaram repetidamente nos
chats a preocupação de que a entrevista, a ser realizada a menos de duas
semanas do primeiro turno das eleições, ajudaria o candidato à Presidência pelo
PT, Fernando Haddad.
Por isso, articularam estratégias para derrubar a decisão judicial de 28 de setembro de 2018, que a liberou
– ou, caso ela fosse realizada, para garantir que fosse estruturada de forma a
reduzir seu impacto político e, assim, os benefícios eleitorais ao candidato do
PT.
A @folha apresentou a seguinte opinião após o julgamento de Lula no STJ: "não há como sustentar a ideia de que é alvo de um processo de exceção depois que três instâncias do Judiciário analisaram seus argumentos e chegaram ao mesmo entendimento". bit.ly/2UEwe43
O trabalho do MPF na Lava Jato, de novo, é técnico, imparcial e apartidário, buscando a responsabilização quem quer que tenha praticado crimes no contexto do megaesquema de corrupção na Petrobras.
4.289 pessoas estão falando sobre isso
Essas
discussões ocorreram no mesmo dia em que o STF acatou o pedido de entrevista da
Folha de S.Paulo. Conforme noticiado no Consultor Jurídico: “Na decisão, o ministro
[Ricardo Lewandowski] citou que o Plenário do STF garantiu ‘a ‘plena’ liberdade
de imprensa como categoria jurídica proibitiva de qualquer tipo de censura
prévia'”.
Os
diálogos demonstram que os procuradores não são atores apartidários e
apolíticos, mas, sim, parecem motivados por convicções ideológicas e
preocupados em evitar o retorno do PT ao poder.
As conversas fazem parte de um
lote de arquivos secretos enviados ao Intercept por uma fonte anônima há
algumas semanas (bem antes da notícia da invasão do celular do ministro Moro, divulgada nesta
semana, na qual o ministro afirmou que não houve “captação de conteúdo”).
O
único papel do Intercept foi receber o material da fonte, que nos informou que
já havia obtido todas as informações e estava ansiosa para repassá-las a
jornalistas.
A declaração conjunta dos editores do The Intercept e do
Intercept Brasil (clique para ler o texto completo) explica os critérios
editoriais usados para publicar esses materiais, incluindo nosso método para
trabalhar com a fonte anônima.
Naquele dia,
a comoção teve início às 10h da manhã, assim que o grupo soube da decisão de
Lewandowski.
O ministro ressaltou que os argumentos usados para impedir a
entrevista de Lula na prisão eram claramente inválidos, uma vez que com
frequência entrevistas são “concedidas por condenados por crimes de tráfico,
homicídio ou criminosos internacionais, sendo este um argumento inidôneo para
fundamentar o indeferimento do pedido de entrevista”.
Assim, levando em conta
que Lula “não [se encontra] em estabelecimento prisional, em que pode existir
eventual risco de rebelião” e tampouco “se encontra sob o regime de
incomunicabilidade”, o ministro decidiu em favor da entrevista.
Um clima de
revolta e pânico se espalhou entre os procuradores. Acreditando se tratar de
uma conversa privada que jamais seria divulgada, eles deixaram explícitas suas
motivações políticas.
A
procuradora Laura Tessler logo exclamou: “Que piada!!! Revoltante!!! Lá vai o
cara fazer palanque na cadeia. Um verdadeiro circo.
E depois de Mônica Bergamo,
pela isonomia, devem vir tantos outros jornalistas… e a gente aqui fica só
fazendo papel de palhaço com um Supremo desse… ”.
Uma outra
procuradora, Isabel Groba, respondeu com apenas uma palavra e várias
exclamações: “Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”.
Após uma
hora, Tessler deixou explícito o que deixava os procuradores tão preocupados:
“sei lá…mas uma coletiva antes do segundo turno pode eleger o Haddad”.
Enquanto
essas mensagens eram trocadas no grupo dos procuradores da Lava Jato, Dallagnol
estava conversando em paralelo com uma amiga e confidente identificada no seu
Telegram apenas como ‘Carol PGR’ (cuja identidade não foi confirmada pelo
Intercept).
Lamentando a possibilidade de Lula ser entrevistado antes das
eleições, os dois estavam expressamente de acordo que o objetivo principal era
impedir o retorno do PT à presidência e concordaram que rezariam para que isso
não ocorresse.
‘ando muito
preocupada com uma possivel volta do PT, mas tenho rezado muito para Deus
iluminar nossa população para que um milagre nos salve’.
Carol PGR –
11:22:08 Deltannn, meu amigo
Carol PGR –
11:22:33 toda solidariedade do mundo à você nesse episódio da Coger,
estamos num trem desgovernado e não sei o que nos espera
Carol PGR –
11:22:44 a única certeza é que estaremos juntos
Carol PGR –
11:24:06 ando muito preocupada com uma possivel volta do PT, mas tenho
rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos salve
Deltan
Dallagnol – 13:34:22 Valeu Carol!
13:34:27 Reza
sim
13:34:32 Precisamos
como país
Não se trata
de uma confissão isolada. Toda a discussão, que se estendeu por várias horas,
parece mais uma reunião entre estrategistas e operadores anti-PT do que uma
conversa entre procuradores supostamente imparciais.
Descartada a
possibilidade de impedir a entrevista, eles passaram a debater qual formato
traria menos benefícios políticos para Lula: uma entrevista a sós com Mônica
Bergamo, ou uma coletiva de imprensa com vários jornalistas. Januário Paludo,
por exemplo, propôs as seguintes medidas:
“Plano a: tentar recurso no próprio
stf, possibilidade Zero.
Plano b: abrir para todos fazerem a entrevista no
mesmo dia. Vai ser uma zona mas diminui a chance da entrevista ser
direcionada.”
Outro
procurador, Athayde Ribeiro Costa, sugeriu expressamente que a Polícia Federal
manobrasse para que a entrevista fosse feita depois das eleições, já que não
havia indicação explícita da data em que ela deveria ocorrer.
Dessa forma,
seria possível evitar a entrevista sem descumprir a decisão.
Athayde
Costa – 12:02:22 N tem data. So a pf agendar pra dps das eleicoes. Estara
cumprindo a decisao
12:03:00 E se forcarem antes, desnuda ainda mais o carater eleitoreiro
Uma coletiva
de imprensa, além de diluir o foco da entrevista, ainda traria a vantagem de
possivelmente inviabilizá-la operacionalmente, como pontuou o procurador Julio
Noronha horas depois.
Ele também sugeriu abrir a entrevista a outros presos
para reduzir a repercussão:
Julio
Noronha – 17:43:37 Como o Lewa já autorizou, acho que só há dois cenários:
a) A entrevista só para a FSP, possivelmente com o “circo armado e preparado”;
b) tentar ampliar para outros, para o “ciro” ser menor armado e preparado, com
a chance de, com a possível confusão, não acontecer.
(Quando a
entrevista foi finalmente autorizada, em abril passado, a Polícia Federal,
agora sob o comando do ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, o
ex-juiz que havia condenado Lula à prisão, tentou transformá-la numa coletiva
de imprensa.
Em nenhum
trecho da conversa Dallagnol, que participou de forma ativa das discussões, ou
qualquer outro procurador, indicou desconforto com as motivações políticas
explícitas das estratégias da acusação.
Mais do que isso, esse grupo de
Telegram, ativo por meses, sugere que esse tipo de cálculo político era
rotineiro nas decisões da força-tarefa.
Em um
momento, um dos procuradores citou um artigo publicado no site O Antagonista informando
que a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, não pretendia recorrer da
decisão autorizando a entrevista. Os procuradores especularam imediatamente
sobre as causas da escolha de Dodge:
[…]
Athayde
Costa – 17:15:32 Ela ja ta pensando é na indicacao ao STF caso Hadadd
ganhe
17:16:01 Absurdo
Laura
Tessler – 17:16:03 que palhaçada…adora jogar pra platéia…quer ganhar o
apoio da imprensa ao nome dela
Parte das
discussões tratava também de vazar uma eventual petição para veículos de
imprensa.
Paulo Galvão
– 20:09:30 Passaram a petição da entrevista pro antagonista?
20:09:51 Vcs
querem passar p globo?
Os procuradores da força-tarefa estavam tão alarmados com a possibilidade
de uma entrevista de Lula levar o PT à vitória que compartilharam um artigo irônico do Antagonista.
Publicado naquele dia, o
texto sugeria que, num eventual governo Haddad, “Lula sai da cadeia e
os procuradores da Lava Jato entram no lugar dele”.
Os receios
dos procuradores, porém, foram logo acalmados. Às 22h49 do mesmo dia, o
procurador Julio Noronha compartilhou mais uma reportagem do Antagonista, dessa vez com uma boa
notícia: “Partido Novo Recorre ao STF Contra Entrevista de Lula”.
Uma hora
depois, o clima era de comemoração. O ministro do STF Luiz Fux concedeu uma
liminar contra a entrevista, atendendo ao pedido do Partido Novo. Na decisão, o
ministro diz que “se faz necessária a relativização excepcional da liberdade de
imprensa”.
Januário Paludo foi taxativo: “Devemos agradecer à nossa PGR:
Partido Novo!!!”.
Os
procuradores não demonstraram preocupação com o fato de um ministro do STF ter
poder para suspender a liberdade de imprensa – ou de que um partido que se diz
liberal entrou com um pedido nesse sentido.
Pelo contrário, os procuradores
comemoraram a proibição.
Januário
Paludo – 23:41:02 Eu fiquei sabendo agora…
Deltan –
23:41:32 Rsrsrs
Athayde
Costa – 23:42:02 O clima no stf deve ta otimo
Januário
Paludo – 23:42:11 vai ser uma guerra de liminares…
POR ANOS, A
LAVA JATO foi acusada de operar com motivações políticas, partidárias e
ideológicas, e não jurídicas. A força-tarefa vem negando isso de forma
veemente.
Agora que suas conversas estão se tornando públicas, a população terá
a oportunidade de decidir por si mesma.
As discussões do dia 28 de setembro
trazem indícios significativos de que a força-tarefa não é o grupo apolítico e
apartidário de luta anticorrupção que os procuradores e seus aliados na mídia
tentam pintar.
Ao contrário
do que tem como regra, o Intercept não solicitou comentários de procuradores e
outros envolvidos nas reportagens, para evitar que eles atuassem para impedir
sua publicação e porque os documentos falam por si.
Entramos em contato com as
partes mencionadas imediatamente após publicarmos as matérias, que
atualizaremos com os comentários assim que forem recebidos.
Dependemos
do apoio de leitores como você para continuar fazendo jornalismo independente e
investigativo.
Vamos ganhar uma renda extra pessoal?
A cabei de me juntar á bunited.
E achei que é interessante pra você também.
A bunited tem o poder de tornar nosso mundo
sustentável. Não é só conversa, mas mudanças substanciais e reais.
E o melhor é que bunited paga para todos que trazem
novos membros com sucesso. Muito inovador, não?
Clica ai pra você ver, eu amei isso!
Este é o meu ID de Membro bUnited: BDXD-6740.
É grátis, sem problemas e por uma boa causa.
Boa sorte.
Doação
para o Blog
Queridos
leitores do Blog SUED E PROSPERIDADE
Que
a paz esteja com todos.
Venho
pedir aos leitores que têm condições e querem contribuir
com
o Blog uma pequena doação para o Blog
Que
a prosperidade os acompanhe hoje e sempre.
Desde
já agradeço.
Maria
Joselia
Número
da conta
Maria
Joselia Bezerra de Lima
Caixa
Econômica Federal
Agencia:
0045
Operação:
013
Conta:
00054784-8
Poupança
Brasil
Obrigado
Nenhum comentário:
Postar um comentário