POBRES VÃO
PRA PEIA! Projeto Econômico De Bolsonaro É Pior Que O De Temer, Diz Economista
Por Portal
Click Política Última atualizaçãõ 4 out, 2018
Eleonora de
Lucena e Rodolfo Lucena, no Tutaméia –
“O projeto de Jair Bolsonaro é
antinacional, antipopular e antidemocrático. Finge que não tem desigualdade no
Brasil. Não tem diálogo, é na base da porrada.
É o Temer elevado ao quadrado”.
A definição é do economista Guilherme Mello em entrevista ao Tutaméia.
Integrante
da equipe de formulação do programa de governo de Lula/Haddad, Mello trata na
conversa de detalhes do plano
do PT. Diz:
“Os únicos que têm a temer numa vitória de Haddad são aqueles que não produzem,
não trabalham e só enriquecem.
Esses têm a temer porque o programa que o Haddad
representa ataca os interesses deles, propõe distribuição de renda.
Mas mesmo
esses caras, se pensarem com a cabeça fria, vão ver que é muito melhor viver
num país que tem emprego, que está crescendo.
Que podem ganhar mais dinheiro do
que vivendo num pais como hoje, que é o caos social. Isso não é bom para
ninguém”.
Para ele, a
situação não é fácil porque “existe muito rancor criado nesses anos”. E emenda:
“O líder tem que ter essa capacidade de superar o rancor, de conversar com quem
é contra ele.
Só vejo isso no Haddad. O pessoal do mercado que está apostando…
Tem gente que está apostando no caos. Sempre tem gente que está apostando no
caos. O caos dá dinheiro para algumas pessoas”.
Doutor em
economia pela Unicamp, ele discorre sobre as conquistas dos governos petistas:
crescimento, emprego, redução de desigualdades, políticas de interesse nacional
na economia e nas relações externas.
“Muito disso desmoronou”, afirma. O golpe,
ressalta, tirou de cena “o projeto no qual o povo brasileiro é visto como
solução”.
VENDA DO
FUTURO
Na sua
visão, foi implantado um projeto “antipopular, antidemocrático e antinacional.
É uma descrença total no nosso país e no nosso povo para nos desenvolvermos”.
Mello, 35,
condena a política entreguista do governo golpista. Fala do desmonte da
Petrobrás, da venda da Embraer, do esvaziamento do BNDES.
A lógica, segundo
ele, é “vender o quanto antes para conseguir dinheiro para pagar as contas.
Está
se vendendo o futuro, a perspectiva que tínhamos para fortalecer a indústria, a
tecnologia, a educação, a saúde.
Se a gente não tem projeto de país, os outros
têm, a China, os EUA têm”.
Para ele,
para reverter o legado destrutivo do golpe “será fundamental o apoio da
sociedade.
Haddad tem um recado claro: esse projeto do golpe eu não quero.
Também não quero o projeto do fascismo, quero um projeto democrático popular”.
MEDIDAS
EMERGENCIAIS E DE LONGO PRAZO
Ao TUTAMÉIA,
o economista discorre sobre as medidas emergenciais do plano Lula/Haddad:
retomar obras paradas, o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, fortalecer o
salário mínimo.
Será preciso, diz, “dar um gatilho na economia, com a retomada
na renda, no consumo, com renegociação das dívidas das famílias”.
Mello advoga
a revogação de medidas golpistas, como as regras para o Pré-Sal.
“É preciso
rever e rearticular marco para o Pré-Sal, o nosso passaporte do futuro”,
afirma, falando também sobre a reforma trabalhista e a emenda 95, a “PEC da
morte”, que fixou teto para os gastos públicos.
“Não é possível o Estado
brasileiro conviver com essa regra.
Ela impede que o Estado brasileiro forneça
serviços públicos minimamente de qualidade. É uma emenda à Constituição que
destrói a Constituição”.
Num terceiro
plano, há propostas de médio e logo prazo, como as reformas bancária e
tributária.
“Está mais claro do que nunca que a nossa estrutura tributária é
inaceitável. A sociedade sabe que está sendo penalizada”.
CARTEL DE
BANCOS
Nesta
entrevista, Mello fala sobre câmbio, juros e política industrial. Sobre bancos,
afirma:
“O sistema
financeiro deve ajudar a ter acesso a crédito.
Quando ele atua ao contrário,
ele não está cumprindo sua função social.
No Brasil, o sistema bancário não
cumpre sua função social deste ponto de vista.
Em grande medida porque é um
mercado altamente concentrado: cinco grandes bancos detêm mais de 80% dos
ativos do mercado.
É basicamente um cartel, se comportam da mesma maneira”.
Para ele,
“São poucos bancos que não concorrem entre si. O setor é muito concentrado e
tem pouca competição.
Esse cenário de alta concentração e pouca competição faz
com que os bancos não ofertem o crédito no volume e no preço que poderiam
ofertar caso competissem.
Eles se protegem, mantêm rentabilidade –sempre muito
alta–, mas não cumprem sua função”.
E aponta:
“Vamos
colocar esse pessoal para competir. Vamos criar um sistema de premiação e
punição.
Quem quiser competir vai ser premiado. Vai pagar menos imposto.
Quem
oferecer crédito mais abundante a taxas mais baixas vai ter uma carga
tributária mais baixa.
É a ideia de progressividade aplicada ao mercado
financeiro.
Ele vai ser forçado a concorrer.
Isso vai ajudar a desconcentrar o
sistema no longo prazo”.
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