quarta-feira, 24 de março de 2021

O Fim Da Condenação De Lula É O Fim De Moro E Da Lava Jato

SUED E PROSPERIDADE

 24/03/2021

O Fim Da Condenação De Lula É O Fim De Moro E Da Lava Jato

Celeste Silveira 24 de março de 2021

A Suprema Corte só julgou o que a sociedade já havia julgado e o próprio comportamento do juiz de Curitiba já havia escancarado.

Moro condenou Lula de forma mais que tendenciosa, de caso pensado.

Na verdade, essa era a única razão da existência da Lava Jato que só ganhou dimensão porque a mídia e o PSDB, diga-se de passagem, viram nisso a possibilidade dos tucanos voltarem ao poder.

Sem a Lava Jato, a parcialidade de Moro e a condenação de Lula, o PSDB, que nunca aceitou nem a primeira derrota para o PT, amargaria, mesmo depois do golpe em Dilma, a quinta derrota consecutiva.

Isso era sabido pela sociedade, tanto que, mesmo com todo o linchamento midiático durante 13 anos, o PT se manteve forte e está mais vivo do que nunca. 

Já o PSDB se transformou no próprio espelho de Aécio que, por sua vez, feito um trapo humano, anda pelos cantos no submundo da política tentando caminhar como um rato pelas frestas estreitas para sobreviver, alimentando-se de migalhas do governo Bolsonaro.

Por isso, o fim da condenação de Lula é o fim de Moro e da Lava jato e, consequentemente, é a bala de prata na cabeça da sigla tucana.

Não há mais caminho de volta, nem com Moro como candidato, nem com ninguém do PSDB.

Foi o maior passo que o PSDB deu em falso. Lógico, como é um partido que, por osmose, confunde-se com a mídia, uma coisa puxou a outra.

E se o objetivo de tudo o que assistimos era apenas um, o de destruir Lula, Moro falhou miseravelmente e não haverá o menor interesse da mídia no que acontecerá com a Lava Jato daqui por diante.

A falsa preocupação com os destinos da Lava Jato é uma tola tentativa de fingir que algum dia a mídia esteve preocupada com os destinos da nação que, segundo ela, foi corroída pela corrupção.

A Lava Jato foi enterrada de vez ontem. Moro passou a não fazer parte de mais nenhum cardápio especulativo da direita. Ele agora faz parte do time dos fracassados, mesmo com toda a carga de ódio contra o PT e Lula vendida pela mídia para dar suporte à farsa da república de Curitiba.

Não há mais tempo e nada que possa ser feito. A perseguição política que ficou provada nos vazamentos do Intercept foi o tiro de misericórdia em Moro e, consequentemente no restolho da Lava jato que não vai despertar interesse algum na mídia, porque seu real objetivo mascou, falhou, faliu. Moro não conseguiu entregar a encomenda.

Lula será candidato em 2022 e, certamente, será o próximo presidente da República.

*Carlos Henrique Machado Freitas

CONTINUA

Tudo O Que Moro Roubou

Celeste Silveira 24 de março de 2021 

Não foi apenas uma vitória de Lula e de seus valorosos advogados contra a mentira e a injustiça. Não foi apenas o desmascaramento de quem o caluniou, espezinhou, humilhou e estigmatizou como corrupto, para bani-lo do coração do povo e da vida política.

Com o reconhecimento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro a Segunda Turma do STF fez história, homenageou a democracia e o direito de todos a um julgamento justo e a um juiz natural e imparcial, restaurando a crença na Justiça, mesmo que ela tarde.

Com seus votos, os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Carmem Lúcia estabeleceram como intolerável o atropelo dos ritos e regras, a torção da lei e o uso do poder da toga para saciar apetites, sejam eles ideológicos ou materiais. Como inadmissível a subtração de direitos e garantias individuais, inscritos na Constituição. Que assim seja, para todos, para sempre.

Se Gilmar foi grande em todo o processo, a Lewandowski não faltou coragem para garantir à defesa de Lula acessos importantes, tanto a acordos da Odebrecht como aos dados da Operação Spoofing. E à ministra Cármem Lúcia não se pode negar a dignidade de rever seu voto, à luz do que passou a conhecer.

Já o voto canhestro do ministro Nunes Marques foi evidência do quanto Bolsonaro teme Lula. Seu voto foi de vassalagem mas não precisava ter sido tão ruim. Foi de causar vergonha alheia nos estudantes de Direito que, no passado pré-pandêmico, assistiam às sessões do STF. Um voto que o ministro Gilmar Mendes estraçalhou com indignação sanguínea.

Agora é oficial, Moro foi um juiz ladrão, resumiu no calor da hora o deputado Glauber Braga.

De Lula, Moro roubou muito: os 580 dias de liberdade; o respeito de milhões de pessoas que o admiravam e passaram a acreditar nos contos da Lava Jato; as humilhações sem fim, que começaram com a condução coercitiva para um depoimento que ele não fora chamado a prestar, pois chamado teria comparecido; a busca e apreensão por policiais armados de metralhadoras que reviraram até os colchões; a vida de dona Marisa, que somatizou a perseguição em um AVC; o tempo e a energia consumidos no esforço para provar que nunca foi dono daquele apartamento.

Vimos pessoas festejarem a morte de Marisa e dizer que Lula quis ir ao enterro do neto para passear. Ao do irmão, não pode ir. 

Vimos pessoas festejarem a morte de Marisa e dizer que Lula quis ir ao enterro do neto para passear. Ao do irmão, não pode ir. O caixão é que teria de ir até ele dentro um quartel.

Mas Moro, juiz ladrão, roubou também de todos nós. Moro nos roubou a eleição de 2018, não apenas porque impediu que Lula fosse candidato e fosse eleito. Se outro tivesse sido eleito, num pleito limpo, não teria sido um roubo.

Moro nos roubou a eleição de 2018 porque, além de impedir Lula, à frente da Lava Jato ele demonizou a política, instilando a crença de que, se todos não prestavam, se todos eram acusados ou suspeitos de corrupção, o jeito era votar naquele que se dizia contra tudo e todos. Foi Moro que nos impôs o genocida, o projeto de ditador, o ignorante, o desumano e insano Bolsonaro. E aqui estamos, num país desgovernado, que mal consegue enterrar seus mortos.

Não por acaso, embora hoje brigados, os dois voltarão a se unir, através do voto de Nunes Marques. Na semana passada Bolsonaro disse à sua turba na porta do Alvorada, depois de referir-se a Lula como o nove, o que não tem um dedo: “não ficará elegível”. Contava com o voto de seu indicado, mas não com o novo voto da ministra Cármem.

Moro, juiz ladrão, roubou-nos também o Brasil que éramos. Os contos da Lava Jato destilaram o ódio, a intolerância para com o outro, o sectarismo que dividiu até famílias, e tiraram do escuro de seus armários os ressentidos que se filiaram à extrema-direita.

A declaração de suspeição é muito pouco para Moro. Justiça mesmo haverá se ele pagar pelo que fez. Ele e o genocida que ele nos impingiu.

*Tereza Cruvinel/247

Fonte: https://antropofagista.com.br/

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