Em 2005,
Bolsonaro defendeu miliciano no plenário da Câmara
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25/01/2019
O presidente Jair Bolsonaro criticou a condenação por
assassinato do ex-policial militar Adriano Nóbrega, durante um discurso no
plenário da Câmara dos Deputados, em 2005.
Hoje, o tenente está foragido
suspeito de chefiar a milícia da favela de Rio das Pedras, ligada à morte da
vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.
Em 2004,
Adriano foi preso preventivamente acusado pelo homicídio do guardador de carro
Leandro Santos.
O crime aconteceu logo após o jovem de 24 anos ter denunciar agentes
da polícia pela prática de extorsão e ameaça.
Enquanto estava preso, aguardando a decisão do Júri popular, o policial foi homenageado
com a honraria mais alta da Assembleia Legislativa do Rio, a Medalha
Tiradentes, concedida pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho mais
velho do presidente.
Ainda em
2005,pouco antes da condenação, Bolsonaro pai usou o plenário da Câmara dos
Deputados para fazer um discurso em defesa do militar, como mostram registros
da
“Um dos
coronéis mais antigos do Rio de Janeiro compareceu fardado, ao lado da
Promotoria, e disse o que quis e o que não quis contra o tenente [Adriano],
acusando-o de tudo que foi possível, esquecendo-se até do fato de ele [Adriano]
sempre ter sido um brilhante oficial e, se não me engano, o primeiro da
Academia da Polícia Militar”, afirmou Bolsonaro.
Três dias
após a condenação de Adriano, o então parlamentar voltou a se posicionar sobre
a prisão, criticando a condenação de PMs “sejam eles culpados ou não”.
“É
importante saber a quem interessa a condenação pura e simples de militares da
polícia do Rio de Janeiro, sejam eles culpados ou não.
Interessa ao casal
Garotinho, porque a Anistia Internacional cobra a punição de policiais em nosso
país, insistentemente.
É preciso ter um número xis ou certo percentual de
policiais presos.
O Rio é o Estado que mais prende percentualmente policiais
militares e, ao mesmo tempo, o que mais se posiciona ao lado dos direitos
humanos”, afirmou ele no plenário.
Em novembro
de 2006, Adriano foi solto, conseguindo o direito de ter um novo julgamento em
segunda instância.
Em 2007, foi absolvido.
Mais tarde,
ex-PM voltou a ser preso por tentativa de assassinato e envolvimento com
criminosos do jogo do bicho.
Finalmente, em janeiro de 2014, foi exonerado da
Polícia Militar quando ficou constatado que trabalhou como segurança do
bicheiro Zé Personal, da máfia dos caça-níqueis.
Ao longo dos
anos, a família Bolsonaro manteve algum tipo de relação com a família de
Adriano, além dos elogios públicos.
Em setembro de 2007, Flávio nomeou a mulher
do ex-PM, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, como assessora de gabinete.
Em
abril de 2016, foi a vez de empregar a mãe do ex-policial, Raimunda Veras
Magalhães, também como assessora de gabinete.
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