sexta-feira, 18 de junho de 2021

Queiroga, Pazuello, Ernesto E Outros 11 Passam À Condição De Investigados Pela CPI Da Covid

 SUED E PROSPERIDADE

18/06/2021

Queiroga, Pazuello, Ernesto E Outros 11 Passam À Condição De Investigados Pela CPI Da Covid

Celeste Silveira 18 de junho de 2021 

Renan Calheiros (MDB-AL) diz que membros da comissão já tiveram acesso a provas e indícios que justificam mudança de patamar das investigações.

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), divulgou uma lista com os nomes de 14 pessoas que passarão a partir de agora à condição de investigados pela comissão, incluindo o ministro Marcelo Queiroga (Saúde), diretores da pasta, ex-ministros e membros do gabinete paralelo.

O ofício com os nomes foi encaminhado na manhã desta sexta-feira (18) para o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

O relator também incluiu os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) na lista.

O primeiro será investigado por omissão na crise de oxigênio de Manaus no início do ano e também por suspeita de ter propagado a tese da imunidade de rebanho e por atrasos em vacinas.

Já em relação a Ernesto a CPI quer apurar se ele foi omisso na obtenção de insumos do exterior para produção de vacinas e se a linha ideológica que adotou no ministério pode ter colocado entraves nessas operações.

Renan afirmou que essa mudança na condição de algumas pessoas, passando de testemunhas para investigados acentua um “momento importante da investigação”. O relator explica que, em relação a essas pessoas, os membros da comissão já tiveram acesso a provas e indícios que justificam essa mudança de patamar das investigações.

“É bom para a investigação e para a segurança jurídica dos investigados”, disse Renan.

Os investigados, argumenta, poderão agora ter acesso à investigação, provas e indícios que estão sendo reunidos contra eles. O próprio Renan reconhece que, em relação aos depoimentos, os trabalhos da comissão podem ser dificultados, uma vez que esses agentes agora estarão desobrigados de falar a verdade e podem permanecer calados.

Renan citou em particular o caso do ministro Marcelo Queiroga. Justificou que sua inclusão afirmando que seu primeiro depoimento à comissão foi “pífio” e “ridículo”.

“Colocamos o ministro Queiroga, atual ministro, que teve uma participação pífia e ridícula na comissão parlamentar de inquérito. Em seu primeiro depoimento, tentou dizer que teria a autonomia que faltou a [Nelson] Teich e [Luiz Henrique] Mandetta. Os fatos mostraram o contrário”, afirmou.

O relator também justificou a inclusão afirmando que adquiriu lotes de vacinas 20% mais caros que contratos anteriores e, em diálogo com a Organização Mundial de Saúde, teria defendido o tratamento precoce.

Renan e o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também criticaram duramente o presidente Jair Bolsonaro, que defendeu em transmissão ao vivo que a imunização pela infecção é mais efetiva do que a vacina contra a Covid-19.

Relação de investigados:

Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

Élcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde

Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência

Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

Paolo Zanoto, virologista, suspeito de fazer parte do gabinete paralelo

Hélio Angotti, secretário de Ciência, Tecn., Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde

Francielle Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

Carlos Wizard, empresário

Arthur Weintraub, ex-assessor da presidência da República

Nise Yamaguchi, médica defensora da hidroxicloroquina

Marcellus Campelo, secretário de Saúde do Amazonas

Luciano Dias Azevedo, médico que redigiu proposta de mudança da bula da hidroxicloroquina​

Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores​

*Com informações da Folha

CONTINUA

Sikêra Jr. Recebeu Cachê De R$ 120 Mil Do Governo Bolsonaro

Celeste Silveira 17 de junho de 2021 

Governo repassou R$ 120 mil em cachê a apresentador bolsonarista, mostra documento da CPI.

Secom fez sete pagamentos a Sikêra Jr. de dezembro de 2020 até abril deste ano; apresentador diz que ‘não trabalha de graça’

Constança Rezende e Raquel Lopes, Folha – O governo federal repassou R$ 120 mil de verbas públicas em cachê para o apresentador Sikêra Jr., da Rede TV!, conhecido por defender o governo Jair Bolsonaro, além de ser amigo da família do presidente.

A informação consta em documento entregue à CPI da Covid do Senado pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).

De acordo com a planilha de pagamentos analisada pela Folha, a pasta realizou sete repasses para a empresa do apresentador, a José Siqueira Barros Junior Produções.

Eles foram feitos de dezembro do ano passado até abril deste ano, sob a justificativa da participação de Sikêra em sete campanhas publicitárias do governo, segundo o documento.

Os desembolsos foram feitos pela Secom através da subcontratação das empresas PPR profissionais de publicidade reunidos e Calia/Y2 Propaganda e Marketing, que têm contratos com o Executivo.

Os valores foram registrados na planilha sob a descrição “áudio e vídeo-pagamento de cachê” para campanhas realizadas pelo governo em diferentes áreas.

Entre elas está a do Cuidado Precoce para a Covid-19, que orientou pessoas com suspeita da doença a procurarem atendimento ainda nos primeiros sintomas. Sikêra recebeu R$ 24 mil.

Ele também ganhou R$ 16 mil para participar da campanha Semana Brasil 2020, realizada em setembro do ano passado “para celebrar a retomada, com segurança, da economia e dos empregos”.

Outros R$ 24 mil foram embolsados pela campanha de “Lançamento cédula de R$ 200”; R$ 8.000 pela campanha de “Combate ao mosquito Aedes”; R$ 20 mil para a campanha de “Conscientização das famílias sobre os riscos de exposição de crianças na internet”; mais R$ 20 mil para a “Semana Nacional do Trânsito”; e por fim R$ 8.000 para a de “Uso Consciente de Energia e Água”.

Em março do ano passado, a Secom publicou em sua conta no Twitter, a “SecomVc”, outra campanha que Sikêra teria participado: “Juntos Somos mais Fortes”, sobre cuidados com o coronavírus.

A Secom disse no post que Sikêra e outros profissionais teriam participado voluntariamente da ação, que estaria sendo veiculada sem custos para a União.

Em setembro do ano passado, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) foi criticado por não comparecer a uma audiência no Ministério Público Federal ao mesmo tempo em que estava com o irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), dançando e cantando no programa do apresentador, Alerta Nacional, da TV A Crítica, que é transmitido de Manaus para o resto do país pela RedeTV!.

Bolsonaro também concedeu entrevista exclusiva à Sikêra no dia 23 de abril. A página do Instagram do programa divulgou um vídeo chamando para a entrevista com o presidente sentado num sofá ao lado de Sikêra fazendo piadas.

No vídeo, ele olha para Sikêra e diz “queima ou não queima?”. Depois, pergunta a um homem vestido de personagem oriental “ tudo pequenininho aí?é pequenininho?”.

A relação do apresentador com a família Bolsonaro não é recente. Sikêra apoiou a campanha para presidente em 2018, chegando a divulgar vídeos do então candidato em suas redes sociais com a legenda “meu presidente”. Quando seu programa estreou em rede nacional, Eduardo e Flávio também lhe desejaram boa sorte.

Não trabalho de graça, diz apresentador

Procurado pela Folha por email nesta quarta-feira (16), Sikêra não respondeu. Entretanto, durante seu programa ele respondeu à demanda da reportagem, admitindo que recebeu os pagamentos e, depois, publicou em seu perfil do Instagram a resposta.

Ele afirmou que recebeu do Ministério da Saúde, que “não trabalha de graça” e que vive de propaganda.

“Senhoras e senhores, durante o intervalo conversávamos eu, minha diretora Elis e meu querido e amado elenco. E eu fui questionado… recebemos um email, mandaram para a Rede TV! e outro para a TV A Crítica, para o meu chefe. Estão questionando que o Sikêra recebeu dinheiro da Saúde.”

“Recebi, do Ministério da Saúde, eu não trabalho de graça. Eu vivo de quê? De propaganda, né? Eu vendo aqui caixão, terreno, carro, redução de parcela de carro, sorvete, dentista, eu vendo dentista, remédio, vitamina. Eu vendo tudinho… eu vendo faculdade, eu vendo limousine funerária, cinta para perder quilo, pneu, manteiga, suplemento para emagrecer, para engordar. Eu vendo tudo, eu sou um profissional.”

“Pessoal da ‘Foia’, eu sou um profissional, eu vivo disso, eu não tenho outra forma de viver, não. O que vier para mim. Eu anuncio vocês. Pagando? Leia a Folha de S.Paulo, assine”, disse.

Fonte: https://antropofagista.com.br/

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