terça-feira, 1 de junho de 2021

Nise Yamaguchi Entrega Personagem Central Da Trama Da Cloroquina

 SUED E PROSPERIDADE

01/05/2021

Nise Yamaguchi Entrega Personagem Central Da Trama Da Cloroquina

Celeste Silveira 1 de junho de 2021

Depoente desta terça-feira na CPI da Covid, a médica Nise Yamaguchi trouxe elementos que jogam luzes sobre um personagem central na trama da cloroquina: o tenente-médico Luciano Dias Azevedo, que tentou empurrar o remédio ineficaz contra a covid-19 à toda a população brasileira, por meio da rede pública de saúde. “Oi Luciano este decreto não pode ser feito assim, porque não é assim que regulamenta a pesquisa clínica. Tem normas próprias. Exporia muito o Presidente”, disse Nise Yamaguchi, no documento levado à CPI. Luciano foi o autor da minuta do decreto que mudaria a bula da cloroquina.

Por Ricardo Brito (Reuters) – A médica Nise Yamaguchi apresentou nesta terça-feira à CPI da Covid do Senado a minuta de um decreto discutido pelo governo que permitiria o uso em toda a rede pública da cloroquina e outras medicações sem eficácia comprovada contra a Covid-19, segundo cópia do documento entregue por ela à CPI e visto pela Reuters.

No documento que teve sua autenticidade reconhecida em um Cartório de Notas, Nise reproduz toda a minuta e faz um alerta sobre a sua eventual divulgação, que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro.

“Oi Luciano este decreto não pode ser feito assim, porque não é assim que regulamenta a pesquisa clínica. Tem normas próprias. Exporia muito o Presidente”, alertou.

A discussão sobre a confecção pelo governo de um decreto que poderia liberar um uso em massa da cloroquina e outras medicações sem eficácia comprovada contra Covid-19 foi revelada em depoimentos anteriores na CPI, como do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

Na minuta de decreto entregue à CPI, consta que a “adesão ao tratamento medicamentoso ora em estudo da Covid” deverá ser acordado entre médico e paciente, sendo que este último deveria assinar um termo de livre consentimento.

No depoimento à CPI, Nise continuou a defender o uso da cloroquina e outras medicações do chamado tratamento precoce. No entanto, a médica negou que tenha havido uma minuta de decreto para mudar a bula da cloroquina para incluir o medicamento no tratamento contra a doença.

Ela também negou ter feito parte de um gabinete paralelo que tomaria decisões sobre o enfrentamento da pandemia à revelia de orientações dadas pelo Ministério da Saúde, mas admitiu ter atuado como uma espécie de “consultora eventual” do governo.

A médica chegou a receber diárias do governo por esse último trabalho e, na documentação que entregou à CPI, fez uma devolução de 224,20 reais em diárias que disse ter recebido a mais para desempenhar o seu trabalho.

*Com informações do 247/Reuters

CONTINUA

Tales Faria: O Guarda Da Esquina Violento Temido Com O AI-5 Foi Empoderado Por Bolsonaro

Celeste Silveira 1 de junho de 2021

Segundo Matéria de Tales Faria, publicada no Uol, Publicamente, ainda não houve uma declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em apoio aos policiais militares de Pernambuco que reprimiram com violência, neste sábado, 29, os protestos contra o governo. Quatro manifestantes foram atingidos por balas de borracha, dois deles, com risco de perder um dos olhos.

Mas não é impossível que o presidente da República venha a se manifestar em defesa do uso das balas de borracha.

Também não é impossível que Bolsonaro venha a defender publicamente o policial militar de Goiás que prendeu, nesta segunda-feira (31), um professor secundarista após exigir que ele retirasse do carro o adesivo em que chamava o presidente genocida.

O policial de Goiás e os de Pernambuco não fizeram nada diferente do que o presidente sempre defendeu como candidato e também agora que comanda o Palácio do Planalto.

Foram empoderados quando “o mito” assumiu o poder em Brasília. Principalmente pelo fato de Bolsonaro, após a posse como presidente, reafirmar suas declarações em defesa de atos violentos, tais como a tortura contra os adversários do regime militar nas décadas de 1960 e 1970.

Não é pura coincidência o fato de o filho Zero-Três do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), já ter defendido inclusive o Ato Institucional número 5, o famigerado AI-5, usado pela ditadura para dar ao presidente-general de plantão, Arthur da Costa e Silva, poderes acima da Constituição. Serviu para ele e os generais seguintes até o final do regime.

Foi na reunião em que se decidiu pela promulgação do AI-5 que o então vice-presidente da República, Pedro Aleixo, se opôs. Como civil, advogado e jornalista, ele se dirigiu ao presidente cunhando a seguinte frase: “O problema é o guarda da esquina.”

Aleixo queria dizer o seguinte, se a violência é aceita e institucionalizada nos altos escalões da República, ela se espraia por todos aqueles que se julgam detentores de algum poder. Até o guardinha da esquina. 

Um terceiro caso recente aconteceu neste sábado, 31, no município paulista de Caieiras. Desta vez, sem nenhuma conotação política.

Um terceiro caso recente aconteceu neste sábado, 31, no município paulista de Caieiras. Desta vez, sem nenhuma conotação política. 

Um policial militar agrediu com um soco na boca um jovem negro durante abordagem. Simplesmente porque se julgava com poder para tal. É o “guarda da esquina” empoderado, que Pedro Aleixo tanto temia.

Vale lembrar que todos eles foram ou estão sendo punidos de alguma forma pelos governadores de seus estados.

O governador Paulo Câmara, do PSB que faz oposição ao governo federal, declarou que havia determinado à polícia o respeito aos manifestantes e não agir com violência.

Atitudes como as dos policiais de seu estado representam um certo motim dos “guardinhas da esquina” contra seus superiores civis desarmados. Teoricamente o governador é o comandante em chefe da PM. 

Esse tipo de motim quebra a ordem hierárquica dos regimes democráticos, segundo a qual o poder armado deve estar subordinado ao poder civil.

A vítima final desse estado de coisas é aquele civil que não detêm qualquer autoridade formal. 

É o cidadão normal das ruas que não está autorizado a andar armado porque deveria ter um policial a defendê-lo, não para agredi-lo.

*Do Uol

Fonte: https://antropofagista.com.br/

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