terça-feira, 18 de setembro de 2018

Casa só com ‘mãe e avó’ é ‘fábrica de desajustados’ para tráfico, diz vice de Bolsonaro


Casa só com ‘mãe e avó’ é ‘fábrica de desajustados’ para tráfico, diz vice de Bolsonaro

3 hours ago18/09/2018



O general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, afirmou nesta segunda (17) 
que famílias pobres “sem pai e avô, mas com mãe e avó” são “fábricas de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

Ele desfiava uma teoria correlacionando o que considera dissolução da família nuclear por defensores de “agendas particulares que tentam impor ao conjunto da sociedade”. 

Não foi explícito, mas seu argumento é análogo ao utilizado pelos críticos da união homossexual.

Segundo o general da reserva, a sociedade no mundo todo vive uma crise de costumes. 

Particularizou então o caso brasileiro. 

“A partir do momento em que a família é dissociada, surgem os problemas sociais. 

Atacam eminentemente nas áreas carentes, onde não há pai e avô, é mãe e avó.

E, por isso, torna-se realmente uma fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar nessas narco-quadrilhas”.

Mourão pregou então investimentos em saúde, segurança e infraestrutura do Estado, para combater a presença do crime nas favelas. 

Ele fez as considerações para uma plateia francamente simpática, a julgar pelas perguntas e manifestações da plateia, na seção paulista do Secovi, o sindicado do mercado imobiliário.

Se polícia age como polícia, é criticada. Direitos humanos são para os humanos direitos”, disse, sendo aplaudido. 
Ele defendeu o controle eletrônico de pontos de fronteira para tentar deter o tráfico, além do investimento em tecnologia.

Transitando pelo politicamente incorreto, criticou a política externa dos anos Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-10). 
“Nós nos ligamos com toda a mulambada, me perdoem o termo, do lado de lá e de cá do oceano na diplomacia Sul-Sul”, disse.

Citou então os casos de suspeitas de corrupção em financiamentos brasileiros a projetos na África e na América Latina, um dos eixos da política Sul-Sul apregoada pelo então chanceler Celso Amorim, que buscava alternativas políticas e econômicas às parcerias tradicionais com EUA e Europa.

Questionado posteriormente sobre o termo usado, disse que só havia dito “para o auditório ficar satisfeito”.

Tocando violino para a audiência, fez uma defesa do livre mercado, da redução ou simplificação da carga tributária, da necessidade da reforma previdenciária e da “implementação da trabalhista, que tem gente que é contra”. “Compete ao governo ser indutor, dar marcos regulatórios”, afirmou.

Para ele, o Brasil é um “cavalo para saltar 1,80 m”, mas está “todo amarrado, só consegue saltar 0,70m”.

 Defendeu o ajuste fiscal baseado no corte de gastos e regulação. “Agências reguladoras são boas. Mas a macacada vai lá e faz cabide de emprego. Vamos pôr gente com mandato.”

“É preciso projeto para dar segurança ao investidor. Haverá então lucro, reinvestimento e empregos”, disse, pregando investimento em infraestrutura. 

“Querermos estradas alemãs, não com o padrão da República Centro-Africana, me desculpem os irmãos de lá. Temos de priorizar as áreas mais importantes”, afirmou.

No comércio exterior, defendeu a redução da Tarifa Externa Comum do Mercosul. 

“Vamos aproveitar que a Venezuela [Estado associado ao bloco] já foi pro saco e discutir isso com os membros efetivos”, disse.

Para Mourão, o refino e a distribuição da Petrobras podem ser vendidos, mas relativizou a demanda privatista. 
“Tem de privatizar o que tem de ser privatizado”, disse, afirmando que o problema maior da petroleira é a corrupção.

(…)


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