SUED E PROSPERIDADE
08/08/2021
“Bolsonaro
Sabe Que Vai Perder E Tem Medo De Ser Preso”, Diz Lula Sobre Voto Impresso
Celeste Silveira 7 de agosto de 202
Para o ex-presidente, Bolsonaro
“sente prazer em contar mentira” e acha que “o povo é tonto, que não tem
consciência”.
Líder nas pesquisas de intenção de
voto para 2022, o ex-presidente Lula afirmou neste sábado (7) que Jair
Bolsonaro busca construir uma narrativa em torno de fraude nas eleições para
forçar a adoção de voto impresso por medo de ser preso após deixar o Palácio do
Planalto.
“Temos um presidente 100%
irresponsável e 100% mentiroso. Um homem que sente prazer em contar mentira, em
tentar enganar o povo. Ele acha que o povo é tonto, que não tem consciência”.
Lula ainda reafirmou a disposição de
continuar na luta para reconstruir o país.
“O Brasil é um país extraordinário.
Um povo extremamente generoso, alegre.
O país poderia estar muito melhor. Era a
6ª economia do mundo, protagonista internacional. Temos um potencial
extraordinário. Eu vou continuar brigando pra gente reconstruir nossa
democracia”.
*Com informações da Forum
CONTINUA
Levar A Plenário PEC Do Voto Impresso
É Ideia Típica De Idiota Com Atitude
Celeste Silveira 8 de agosto de 2021
Luis Costa Pinto –
Em política,
ter por aliado um idiota com atitude pode se revelar a antessala do 5º patamar
do inferno. Na próxima terça-feira, caso não ocorra um recuo inesperado da
estratégia traçada às pressas pelos acacianos conselheiros do presidente da
Câmara dos Deputados, Arthur Lira levará a plenário a decisão de arquivar ou
manter a tramitação a proposta de emenda constitucional que obriga a impressão
dos votos da urna eletrônica.
São necessários 308 votos a favor da iniciativa,
em dois turnos, para que ela siga viva como tocha incendiária nas mãos de Jair
Bolsonaro. Com ela numa mão, e na outra os despojos da Constituição que rasgou,
o presidente inflama a cena política nacional.
Todos os muros de contenção de
desatinos que foram erguidos nos últimos 33 anos para preservar a Carta Magna
de bandoleiros e aventureiros como são os bolsonaristas já ardem em chamas.
Num esforço de retórica primitivo,
como sói acontecer a tudo que é da lavra do parlamentar alagoano, uma espécie
de jagunço das volantes de Eduardo Cunha, Lira anunciou que levaria a proposta
para ser votada em plenário apesar de ela ter sido derrotada por 23 votos
contrários e escassos 11 favoráveis na Comissão Especial criada para debatê-la
e à sua constitucionalidade. À entrada do plenário da Câmara dos Deputados a
estátua de bronze de Ulysses Guimarães, em tamanho natural, não se furta de
lembrá-lo: a manobra é antirregimental, oportunista, imoral ilegal e só poderia
sair da cabeça de um presidente de Parlamento que se curva qual capacho ao
chefe do Poder Executivo. O argumento equestre de Arthur Lira – de cavalo
xucro, firme-se em tempo – é o de que a proposta será arquivada com o voto da
maioria da Casa legislativa e isso não apenas calará o comandante dele, o
candidato a autocrata que conspurca a harmonia entre os poderes da República,
como também pacificará o ambiente institucional.
Decidido a obnubilar o horizonte sem
nuvens dos agostos brasilienses para surgir como único a portar um farol de
milha capaz de iluminar ao longe (em que pese cobrar a quilometragem de uso de
tal farol qual um parlamentar de mandato uberizado), o presidente da Câmara
vende facilidades e cria dificuldades. Na contabilidade da noite do domingo, 8
de agosto, está certo: o bode do voto impresso, argumento de Bolsonaro ar
manter tenso o ambiente e coesas suas tropas milicianas, sairá derrotado do
bate-chapa em plenário. Mas, e se a proposta de voto impresso tiver menos de
200 votos? Caso o placar seja esse, e não é impossível que isso ocorra, Arthur
Lira e Jair Bolsonaro terão um novo e imenso problema em seus colos agrestes e
escamosos.
Deitado num confortável colchão de
127 pedidos de impeachment os quais não despacha nem para que avancem, nem para
que sejam arquivados, porque deles emanam as bandeiradas do taxímetro que o
conecta ao Palácio do Planalto, Lira argumenta que processos de impedimento do
presidente da República não encontram eco na Câmara. Se isso é verdade, a tese
do voto impresso a partir da qual Bolsonaro incendiou o País, terá mais de 200
votos, talvez próximo a 260. Placar inútil para fazê-la tramitar, daria enfim o
argumento decisivo para que se comece a virar a página com todos fingindo que o
debate teria enobrecido a Democracia – o que é mentira, mas, seria vendido como
verdade. Vendido, note-se bem.
Entretanto, e se a estapafúrdia
proposta de imprimir voto eletrônicos e pôr o Brasil na vanguarda do atraso dos
processos eleitorais tiver menos de 200 votos? Isso significaria em tese que,
faltando 29 votos, ou menos, para o número cabalístico de 171 apoiadores
incondicionais necessários a qualquer presidente que deseje escapar de um
impeachment, Bolsonaro estará em péssimos lençóis. Pior que isso: ver-se-á
enrolado nas cobertas incendiárias deitado de conchinha com Arthur Lira. Cada
movimento milimétrico para fugir da autocombustão terá um preço estratosférico
– tipo assim, tarifa de gás de cozinha ou de litro de gasolina em bomba de
posto nesses tempos de hiperinflação bolsonarista.
Revelando o tamanho da base de
Bolsonaro na Câmara dos Deputados depois da conflagração total com as instituições,
com a Avenida Faria Lima e com a mídia tradicional que estavam obsequiosamente
genuflexos e calados ante os evidentes arreganhos da Besta em seus cascos
trôpegos, a pro-atividade de Arthur Lira ao levar a plenário o que já foi
derrotado e comissão será a cunha definitiva para impedir o fechamento da
janela do 5º patamar do inferno bolsonarista. A atitude do uber-deputado que
preside a Câmara tende a ser uma idiotice excessivamente cara para Bolsonaro e,
paradoxalmente, útil para todos nós que exigimos impeachment, já.
*Luis Costa
Pinto/247
Fonte: https://antropofagista.com.br/