Maconha vicia e gera prejuízos permanentes no cérebro, diz
novo estudo
Merelyn
Cerqueira 2 meses atrás Atualizado em 26/07/2016
Já faz um certo tempo que é considerada a ideia de que as
pessoas que ocasionalmente fumam maconha podem, em breve, se tornarem viciadas.
Agora, os cientistas afirmam ter chegado ao real
motivo dessa questão. Segundo eles, a Cannabis sativa, a longo prazo, perturba
determinados circuitos cerebrais, desencadeando desejos e dependências. Essa
constatação foi feita a partir de um estudo que mostrou que parte do cérebro
associada a recompensa, acendeu-se quando pessoas olhavam para imagens da droga
ou itens associados. Segundo os pesquisadores, essa ideia marca a diferença
entre usuários ocasionais e dependentes.
Ainda ilegal no Brasil, nos Estados Unidos ela é permitida
em 25 estados, para fins recreativos ou medicinais. Apesar do crescente número
de usuários, muitos cientistas consideravam que as evidências de vício por
parte da maconha ainda eram escassas. Logo, em estudos recentes, pesquisadores
sugeriram que ela pode impactar um circuito cerebral, conhecido como sistema de
recompensa mesocorticolímbico, provocando desejos. Esse sistema controla uma
outra região do cérebro que libera a dopamina – uma substância química
associada ao prazer.
Para investigar a relação da maconha com danos ao sistema
cerebral, os pesquisadores reuniram 59 adultos usuários e um grupo de 70
pessoas que não faziam uso da droga. À ambos os grupos eram mostradas imagens
da maconha e itens relacionados. Em seguida, eram mostradas fotos de frutas que
eles disseram gostar, tal como, banana, maçã, uvas ou laranjas. A equipe também
recolheu um questionário a respeito do uso da droga e se acreditava que estavam
sofrendo problemas em razão a isso. Muitos dos usuários afirmaram sofrer
problemas familiares e de relacionamento.
Logo, os pesquisadores descobriram que, em média, as
pessoas que usaram maconha tinham feito isso por pelo menos 12 anos. Usando
exames de ressonância cerebral, eles descobriram que quando mostradas as
imagens relacionadas a droga, como esperado, o circuito de recompensa do
cérebro ficou ativo. Este não era o caso quando olhavam para as frutas. Para os
não-usuários, isso acontecia exatamente ao contrário: as frutas estimulavam o
circuito.
“Descobrimos que esta perturbação do sistema de
recompensa se correlaciona com o número de problemas, como questões familiares,
que os indivíduos têm por causa do uso de maconha”, disse a pesquisadora
Dra. Francesca Filbey, da Escola de Ciência e Comportamento do Cérebro, da
Universidade do Texas, em Dallas, EUA. “O uso contínuo, apesar desses
problemas, é um indicador de dependência”,salientou.
A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional
sobre Abuso de Drogas e publicado na revista Human Brain Mapping.
[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Wikipédia ]
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