NASSIF: Moro
Perde O Controle Total Sobre Tacla Duran; CONFIRA AQUI!
Por Redação
Click Política Última Atualização 4 jun, 2018
Do GGN, por
Luis Nassif:
Tacla Duran se torna colaborador da justiça de Andorra
Uma notícia publicada hoje em La República, diário peruano, coloca uma dúvida a
mais nos métodos da Lava Jato.
A notícia
“Jueza de Andorra, uma valiosa aliada” fala sobre a colaboração entre o
Ministério Público local e o de Andorra, que permitiu mapear os subornos da
Odebrecht no país.
A reportagem
cita o advogado Rodrigo Tacla Durán, apresentando-o como “colaborador” da
justiça de Andorra.
Segundo o
diário, Tacla Durán se converteu em um dos principais informante da juíza de
instrução Canólic Mingorance.
Ao diário, ele declarou que a Odebrecht subornou
mais de mil pessoas na América Latina, de todos os partidos, de esquerda e
direita, do governo e da oposição. E não apenas políticos.
A partir das
informações de Duran, a reportagem narra o modo de operação do grupo.
Havia um
sistema de comunicação para não deixar nenhum rastro na movimentação do
dinheiro, nem obrigar os funcionários beneficiados a se locomover até Andorra.
Os encontros eram na Espanha, França e mesmo em Lima.
O BPA
cobrava comissão e registrava as transações em uma contabilidade paralela,
através da offshore panamenha Landstreet.
As
informações de Duran ajudaram a rastrear as atividades do BPA no Panamá e no
Uruguai.
Tacla e a
Lava Jato
Nenhuma dessas informações interessou à Lava Jato.
Duran
começou a trabalhar com a Odebrecht em 2007.
Quando estourou a Lava Jato, foi
trabalhar na defesa da companhia, tendo acesso a documentos que não poderiam
ser informados para qualquer advogado. Fez parte de uma equipe da casa,
incumbida de uma triagem prévia dos documentos.
Nesse
trabalho, aprendeu o modo de operação do marqueteiro João Santana.
Segundo sua
versão, Santana era marqueteiro da Odebrecht, não de Lula ou de outros presidentes
latino-americanos.
A Odebrecht
vendia pacote: financio sua campanha, obras são importantes para plano de
governo e vamos buscar recursos em bancos de desenvolvimento.
E forneço o
marqueteiro e os recursos de campanha.
O depoimento
de Duran não interessou à Lava Jato, por fugir da narrativa criada, de colocar
Lula no centro do esquema.
Ele chegou a
ser procurado pelo procurador Roberto Pozzobon. Em uma reunião a dois, Pozzobon
o teria informado sobre o teor do depoimento que seria aceito em um acordo de
delação premiada, assim como a punição. Tacla não aceitou.
Ele se
pretendia apresentar apenas como um colaborador que prestava serviços à
Odebrecht.
A Lava Jato pretendia enquadrá-lo no centro de um esquema em que
transitava dinheiro de várias empreiteiras.
As relações
com a Lava Jato azedaram de vez e, para não ser preso, Tacla fugiu para a
Espanha, onde estava protegido pela dupla cidadania.
No dia 11 de
abril de 2017 foi denunciado por práticas na Petrobras.
A guerra de
informações
Desde então, Tacla resolveu encarar a Lava Jato. Alegou estar sendo perseguido
por não aceitar a narrativa que tentavam lhe impor.
Da Espanha,
vazou um projeto de livro, onde denunciava o advogado Carlos Zucoloto Junior de
lhe propor facilidades junto à força-tarefa, redução das multas impostas,
mediante o pagamento de R$ 5 milhões por fora.
Para
surpresa geral, antes que Zucoloto se pronunciasse, o amigo Sérgio Moro saiu em
sua defesa, sustentando que não se poderia confiar na palavra de um réu – como
se toda a Lava Jato não tivesse sido montada em cima de delações de réus
confessos.
Logo depois,
foi divulgado pela revista Veja documento da Receita Federal na qual se vê que
o escritório de Tacla tinha como correspondente em Curitiba o escritório do
qual são sócios Carlos Zucoloto Junior e Rosângela Moro, respectivamente
primeiro amigo e esposa de Sérgio Moro.
Pelo que
consta, o escritório tornou-se correspondente de Tacla há tempos, para tratar
de temas de interesse em Curitiba, terra de sua mãe, onde havia alguns
conflitos por herança.
A guerra das
informações prosseguiu com matérias do Estadão tentando desqualifica-lo,
algumas delas baseadas em artigos publicados pelo site Altaveu.com, de Andorra,
do proprietário do banco BPA, denunciado por ele.
No dia 18 de
setembro passado, Sergio Moro solicitou ao Ministério Público Federal, no
âmbito do tratado de cooperação com a Espanha, a intimação par Tacla responder
a uma ação penal:
Expeça a
Secretaria pedido de cooperação jurídica internacional tendo por base o Acordo
de Cooperação e Auxílio Mútuo em Matéria Penal entre a República Federativa do
Brasil e o Reino da Espanha celebrado em 22/05/2006 e promulgado no Brasil pelo
Decreto no 6.681, de 08/12/2008.
Por meio
dele solicite-se a citação de Rodrigo Tacla Duran para responder à ação penal
com prazo de dez dias para apresentar resposta.
Solicite-se
ainda a intimação para comparecimento em audiência no prazo de 10 dias úteis
perante este Juízo para viabilizar a continuidade da ação penal, sob pena de
revelia.
A intenção
de Moro seria manter o caso sob seu controle absoluto. O pedido foi indeferido
pelo Tribunal de Audiencia Nacional da Espanha.
Tacla poderia ser processado
pelas autoridades espanholas, “desde que sejam enviados os meios de prova
necessários para que seja dado início à persecução penal naquele país”,
conforme ofício endereçado ao procurador Deltan Dallagnol pelo procurador
Douglas Fischer, Secretário de Cooperação Internacional da PGR.
Para
alcançar o intento, Moro teria que apresentar mais do que delações contra
Tacla. Sem provas, a justiça espanhola não atenderá a Moro.
Aliás, pela
clara impossibilidade do pedido ser acatado, a impressão que ficou é que Moro
pretendeu apenas atrasar os acordos de cooperação e Tacla com a justiça de
outros países.
Agora, com a
Justiça de Andorra aceitando-o como colaborador, fica fortalecida a versão de
Tacla, de que sua delação não foi aceita por não atender aos objetivos
políticos da Lava Jato.
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