Jornalista
diz que FHC pedia dinheiro a Odebrecht e só Moro não sabia
6 hours ago
07/06/2018 Denúncias
“No dia 21
de setembro de 2010, pouco antes da eleição, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso enviou um email a Mercelo Odebrchet, com um singelo e revelador
indicativo de assunto: ‘O de sempre’.
Odebrecht certamente já sabia do que se
tratava”, diz o jornalista Ricardo Kotscho, acrescentando que o empresário
ficou mais de dois anos preso e nunca foi chamado por Sérgio Moro
“para
esclarecer o conteúdo dos emails encontrados nos discos rígidos do computador
do empresário”; Kostcho critica a falta de interrogatório a FHC “mesmo que haja
provas cabais para a instalação de processos”
Por Ricardo Kotscho, em seu blog – No dia 21 de
setembro de 2010, pouco antes da eleição, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
enviou um email a Mercelo Odebrchet, com um singelo e revelador indicativo de
assunto:
“O de
sempre”.
Odebrecht
certamente já sabia do que se tratava.
Não era um
eventual “pedido” de recursos para o partido, não registrados pelas campanhas
do PSDB. Ou seja, “caixa dois”, como se costuma dizer quando envolve outros
partidos.
Naquele
e-mail, FHC pede perdão pela insistência e volta a solicitar “o de sempre”,
desta vez para a campanha de Flexa Ribeiro, candidato a senador pelo PSDB do
Pará:
FHC: “Ainda
há tempo para eles alcançarem, no caso na verdade é manterem a posição que os
leva ao exito”.
Odebrecht:
“Flexa não sei dizer, mas vou verificar”.
No dia 13 de
setembro, FHC havia enviado o primeiro email ao empreiteiro, com um direto
indicativo de assunto, “pedido”, para reforçar a conversa que tiveram durante
um jantar em que o ex-presidente pediu socorro ao amigo:
FHC: “O
candidato ao Senado pelo PSDB do Mato Grosso, Antero Paes de Barros, ainda está
em segundo lugar, porém a pressão do governismo, ancorada em muitos recursos,
está fortíssima.
Seria possível ajudá-lo? Envio abaixo os dados bancários”.
Em resposta,
Marcelo Odebrecht falou para ele ficar tranquilo:
Odebrecht:
“Depois aproveito e lhe dou o feedback dos demais apoios e reforços que fizemos
na linha do que conversamos”.
É a primeira
vez, que o nome de FHC aparece, com provas, como arrecadador de recursos para
campanhas tucanas, mas o assunto não mereceu manchetes no noticiiário.
O que
aconteceu?
Marcelo
Odebrecht ficou mais de dois anos preso em Curitiba sob os cuidados de Sergio
Moro, que o condenou, mas nunca foi chamado pelo juiz para esclarecer o
conteúdo dos emails encontrados nos discos rígidos do computador do empresário.
A troca de
mensagens foi localizada por peritos da Polícia Federal e anexada a um dos
processos em que o ex-presidente Lula é réu, segundo relata Ana Luiza Albuquerque,
na Folha.
Por que só
foi revelada agora pela revista Veja? Não vinha ao caso?
São muitas
as perguntas e dúvidas que envolvem esta extemporânea denúncia que envolve os
nomes de dois ex-presidentes, por acaso um do PSDB e outro do PT.
FHC não se
limitava a pedir recursos à Odebrecht para as campanhas tucanas.
Numa outra
troca de mensagens, em dezembro de 2010, o assunto era “iFHC”, o nome do
instituto criado pelo ex-presidente, com recursos fornecidos por grandes
empresas, no final do seu segundo mandato, em 2002.
Neste
e-mail, André Amaro, presidente da Odebrecht Defesa e Tecnologia, diz a Marcelo
que, em alinhamento com Emílio Odebrecht, informou a um certo
“Daniel” que a
empreiteira contribuirá com R$ 1,8 milhão em 24 meses, “conforme acertado no último
encontro dos empresários no instituto”.
Não seria
interessante, só por curiosidade, saber quem era esse “Daniel”, ou a
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba não tem tempo para perder tempo com isso?
A resposta
de Marcelo Odebrecht:
“Ele me
comentou. Parece que meu pai puxou para cima. Deixe meu pai avisado”.
Saberemos
algum dia o final desta história?
Procurado
pela Folha, FHC disse via assessoria:
“Posso ter
pedido, mas era legal. Não sei se deram e não foi a troco de decisões minhas,
pois na época eu estava fora dos governos, da República e do Estado”.
Sim, em 2010
FHC estava há oito anos afastado do governo central, mas o PSDB continuava
disputando eleições.
Existe em
campanhas algo chamado “expectativa de poder” que move os doadores de recursos
e FHC certamente conhece este fenômeno.
O candidato
tucano José Serra chegou a liderar as pesquisas na eleição presidencial e o
PSDB tinha grandes chances de manter o poder em Minas e São Paulo, além de
Ceará e Mato Grosso, onde a empreiteira tem interesses.
FHC também
conhece, certamente, aquela expressão de que não há “almoço grátis”.
Ao contar
esta história, reforço a minha impressão, cada vez mais generalizada, de que na
nossa Justiça impera a teoria de dois pessoas e duas medidas, a depender de
quem são os políticos envolvidos.
Uns vão para
a cadeia; outros não são nem importunados, mesmo que haja provas cabais para a
instalação de processos.
Doação para o Blog
Queridos leitores do Blog SUED E PROSPERIDADE
que a paz esteja com
todos.
Venho pedir aos
leitores que têm condições e querem contribuir
com o Blog uma pequena
doação para o Blog
Que a prosperidade os
acompanhe hoje e sempre.
Desde já agradeço.
Maria Joselia
Número da conta
Maria Joselia Bezerra
de Souza
Caixa Econômica Federal
Agencia: 0045
Operação: 013
Conta: 00054784-8
Poupança
Brasil
Obrigado
Nenhum comentário:
Postar um comentário