Temer completa um mês de golpe sem pôr os pés na rua. Oh,
dó!
junho 11, 2016 por esmael do Brasil
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O presidente interino Michel Temer (PMDB) completa
neste domingo (12) o seu primeiro mês no comando do país. Alvo de protestos em
todo o país, desde manifestações nas ruas – como as que ocorreram ao longo da
última sexta-feira (10) – até as ocupações em prédios públicos por causa de
medidas antipáticas da sua gestão, como a extinção de ministérios, cortes de
recursos para a Saúde e propostas de retirada de direitos trabalhistas e fim de
programas sociais, o presidente interino evitou ao longo dos últimos 30 dias
agendas públicas.
Ele já desistiu de ir ao enterro de Cauby Peixoto, de
inaugurar o VLT do Rio e de ir ao Nordeste. Temer ainda mandou fechar a rua da
casa onde mora em São Paulo. Sua única saída neste primeiro mês, onde teve
algum contato com o público, foi uma ida ao Congresso, quando foi recebido com
vaias e gritos de “golpista”.
Abaixo matéria da Agência Brasil sobre o primeiro mês de
Temer:
Paulo Victor Chagas, da Agência Brasil – Neste domingo
(12), Michel Temer completa um mês como presidente interino da República. Ele
assumiu o poder após o Congresso Nacional aprovar a admissibilidade do processo
de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e, ao longo das últimas quatro
semanas, conseguiu imprimir uma agenda positiva na área econômica.
No primeiro dia de trabalho, o governo anunciou a intenção
de extinguir milhares de cargos públicos até o fim deste ano e, na sexta-feira
(10) detalhou que vai cortar 4.307 funções e cargos comissionados em 30 dias.
Em outro gesto, Temer anunciou o congelamento de nomeações para empresas
estatais e fundos de pensão, até que a Câmara dos Deputados aprove projetos que
limitam tais indicações a pessoas com qualificação técnica.
Na economia, o presidente interino alterou e aprovou a meta
fiscal para 2016, que prevê déficit primário de R$ 170,5 bilhões. Medida que
havia ficado parada durante meses, a Desvinculação das Receitas da União (DRU),
que permite ao governo usar livremente parte de sua arrecadação, foi aprovada
em dois turnos pelos deputados e agora será analisada no Senado.
Após anunciar a nova meta, Temer foi ao Congresso entregar o
projeto ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nos primeiros 30
dias, o governo Temer teve apoio de congressistas e do mercado, mais foi
criticado por movimentos sociais, que não reconhecem a legitimidade da gestão e
criticam a ausência de negros e de mulheres em sua equipe.
As vitórias em matérias econômicas foram conseguidas por
meio da ampla base de apoio que, com 367 deputados e 55 senadores, aprovou o
prosseguimento do processo de impeachment. O presidente interino, porém, também
viu-se envolvido em polêmicas, foi obrigado a recuar em decisões e a demitir
integrantes da equipe.
Depois de completar uma semana no cargo, Temer aceitou o
pedido de exoneração do ministro do Planejamento, Romero Jucá, um de seus
principais aliados. A saída do ministro ocorreu após a divulgação de uma
conversa entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, na qual
ambos supostamente discutiam formas de barrar as investigações da Operação Lava
Jato.
Sete dias depois, foi demitido o ministro da Transparência,
Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, após serem divulgadas conversas em
que ele dá orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de
recursos na Petrobras e aparece criticando a Lava Jato. A notícia foi dada
horas depois de o Palácio do Planalto confirmar a permanência de Silveira no
cargo.
Temer recuou também na questão do Ministério da Cultura,
cuja extinção tinha sido anunciada. Após ser pressionado por artistas e
servidores do ministério, o presidente interino recriou a pasta. Ao assumir,
Temer havia anunciado reduzir de 32 para 23 o número de ministérios.
Servidores da antiga Controladoria-Geral da União, que se
transformou no Ministério da Transparência, continuaram protestando mesmo após
a queda de Fabiano Silveira, e o governo não descarta voltar atrás para atender
reivindicações, tais como a volta da identidade institucional da marca CGU e a
vinculação do órgão à Presidência da República.
Na última segunda-feira (6), Temer anunciou uma medida que
teve muita repercussão: a disponibilização de um avião da Força Aérea
Brasileira (FAB) exclusivamente para o transporte de órgãos para transplante.
Ele também buscou, ao longo do mês, fazer acenos a
diferentes setores, como quando surpreendeu a própria equipe e participou de
uma reunião em que vários ministros discutiam os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Nesta semana, após se reunir empresários, ele fez questão de almoçar também com
representantes de entidades sindicais no Palácio do Jaburu.
Na próxima semana, Temer deve comparecer novamente ao
Congresso para entregar aos parlamentares um projeto que cria um teto para as
despesas públicas, medida que já tinha sido anunciada pelo ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles.
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