Alvo de pedido de prisão, Renan faz ameaça velada a Rodrigo
Janot
O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL, RENAN CALHEIROS (PMDB-AL),
DURANTE SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO NACIONAL DESTINADA À APRECIAÇÃO DE 24
VETOS, 2 PROJETOS DE RESOLUÇÃO E DO PL (CN) 1/2016, QUE ALTERA A META FISCAL -
24/05/2016
Alvo de mais uma
delação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
subiu à tribuna do plenário nesta quarta-feira para fazer uma ameaça velada ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que já encaminhou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) um pedido de prisão do peemedebista. Calheiros fez
questão de ressaltar que a Casa já recebeu nove pedidos de impedimento de Janot
e, em seguida, falou que excessos podem ser "corrigidos".
Renan disse que quatro ações contra o procurador já foram
arquivadas e que analisará os novos pedidos com o mesmo critério e "sem
nenhuma preponderância de fatores políticos ou pessoais".
"Instituições não se prestam e não podem servir de biombos para
persecuções individuais. Quando há um excesso contra o indivíduo, eu já disse
aqui e queria repetir, ele é assimilável, ele é corrigível, não pode haver
excesso contra a instituição", afirmou na tribuna do Senado.
O peemedebista prometeu se declarar impedido caso os pedidos
de impedimento de Janot trouxerem alguma citação a ele e disse que na próxima
quarta-feira vai tornar público o despacho sobre o novo pedido de ação contra
Janot.
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Nesta quarta-feira, vieram à tona declarações feitas pelo
ex-presidente da Transpetro Sergio Machado em acordo de delação premiada.
Segundo ele, Renan fazia pressões por maiores repasses de propina e, em meio às
cobranças, passou a ser alvo de notas na imprensa segundo as quais estaria de
saída da empresa. De imediato, entendeu o recado e confirmou ao Ministério
Público que "precisava ser eficaz na arrecadação de propinas ou não
ficaria no cargo".
"Já fiz questão de depor duas vezes, de responder todas
as perguntas que me fizeram, e farei assim com todas as investigações. Mas não
é comum nem é lúcido você investigar por citação, por ouvir dizer por
terceiros, por depoimento de terceiros que não tem nada a ver, e fazer dez,
quinze citações e, pelo mesmo motivo, arquivar aqui citações de Senadores na
mesma delação. Isso não pode acontecer, sobretudo por orientação de um conjunto
de uma força-tarefa que é composta por três procuradores rejeitados aqui pelo
Plenário do Senado Federal", disse o presidente do Senado.
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