SUED E
PROSPERIDADE
13/06/2021
Bolsonaro
Não Conta Com Apoio Da Marinha E Aeronáutica Para O Golpe
Celeste Silveira 13 de junho de 2021
Janio de Freitas, Folha – Os golpistas têm uma
dúvida
Silêncio da Marinha e da Aeronáutica sugere não endosso a Bolsonaro.
Desde o golpe assestado em 2018 pelo general Eduardo Villas Bôas contra o processo de eleição livre e democrática, com pronta capitulação da maioria do Supremo Tribunal Federal, são diferentes as posições formais da Marinha e da Aeronáutica, idênticas, e a do Exército, ante os acontecimentos políticos, o governo e a própria Constituição.
Esse tem
sido e será ainda mais, se mantido, um fator decisivo para a sobrevivência
atual e futura da custosa democracia à brasileira.
Faltam indícios da existência, ou
não, de custo interno para a Aeronáutica e a Marinha. Se algum há, está bem
contido e vale a pena. Para todos os efeitos constitucionais, políticos e de
ordem, a estrita dedicação nas duas Forças ao profissionalismo militar tem sido
um empecilho ao fechamento do circuito golpista.
Pela dimensão, pelo espalhamento por
grande parte do território, o Exército é desde sempre a força militar
preponderante. Mas, para as intervenções na vida política e nos regimes, a
unidade das Forças Armadas foi o redutor de riscos excessivos aos resultados
pretendidos. Na golpeada segunda metade do século passado, por uma única vez o
Exército ousou agir sozinho contra o poder constituído.
Em 1955, os generais Lott e Denys derrubaram o presidente e seu sucessor que participavam do golpe iminente para impedir a posse de Juscelino.
Os dois chefes do Exército fizeram de surpresa
contra os comandos da Marinha e da Aeronáutica, agentes do golpismo, o que foi
chamado, e era, de golpe da legalidade. O comando da Marinha reagiu, pôs em mar
o seu cruzador, povoado de políticos decaídos, mas as contingências não lhe
ofereceram mais do que uma rota tranquila até Santos. E, aos intranquilos
civis, a refeição sempre sublime da oficialidade de Marinha.
Por menos que sejam conhecidas as
ideias vigentes na Aeronáutica e na Marinha, e por mais que as práticas da
política as desagradassem, o silêncio e a distância que mantêm são sugestões de
não endosso a Bolsonaro.
Convém lembrar que, bem antes disso,
já uma atitude incomum sinalizava a mesma rejeição: o general Villas Bôas, como
disse há tempos, falou ao Alto-Comando sobre a nota (golpista) que dirigiria ao
Supremo, mas não consultou os outros dois comandantes de Forças. Nem ao menos
os avisou. Só poderia ser assim por previsão de discordância impeditiva. O
ambiente já estava sombrio, pois.
Não há disputa, mas pode haver, se
Bolsonaro e o bolsonarismo acreditarem demais em suas possibilidades de marcha
ilegal. O risco de que tudo degenere é o que Bolsonaro e seu pessoal parecem
supor. Risco de disputa e o seu risco.
A eleição de Biden cassou o apoio americano, em geral determinante no Brasil, com que Bolsonaro podia contar ao tempo de Trump.
Ao atraso tecnológico das Forças Armadas, prejudicial e
inquietante muito mais para a Marinha e a Aeronáutica que ao Exército, não
convém a reação certa do mundo desenvolvido a promotores de destruição da
Amazônia e de agravamento dos dramas climáticos. Ao empresariado já bastam os
primeiros sinais de hostilidade no mercado externo.
Ainda assim, Bolsonaro quer tentar. É bastante tapado e envolvido por tapados para ir, irem, adiante. Além disso, outro componente de sua propensão é mais um risco:
o seguimento lógico e reto
da vida nacional conduz, conduzirá, conduziria os Bolsonaro e muitos coautores
dos crimes bolsonaristas a julgamentos e justas condenações à prisão.
A miséria de caráter que povoa as
instituições brasileiras não condiz com um final de justiça, mas Bolsonaro
aprecia tratamentos preventivos tresloucados. No caso, a conquista de poder
bastante para evitar o final lógico e reto em qualquer assunto, e muito mais
nos seus.
Com o silêncio e a distância, Marinha e Aeronáutica estão como configurações militares do regime constitucional democrático.
Nunca estiveram com a história tão depositada em seus navios, seus
aviões e, comprovem-na, sua dignidade.
CONTINUA
Relatório Sobre Desvios De R$ 52 Mi
Pelo Governo Chegam Hoje À CPI Da Covid
Celeste Silveira 13 de junho de 2021
A documentação que indica que o
governo federal desviou R$ 52 milhões que deveriam ser usados para dar
publicidade à campanha de combate à covid-19 será entregue hoje à CPI e amanhã
ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Segundo reportagem da Folha, os recursos foram desviados de uma medida provisória
que liberou créditos extraordinários para a pandemia. O dinheiro, no entanto,
acabou alocado na divulgação de ações de propaganda governamental.
Pela justificativa da MP 942, o
dinheiro reservado à Secom tinha “o objetivo de informar à população e
minimizar os impactos decorrentes da proliferação da doença”, mas as peças
publicitárias serviram para outro tipo de divulgação.
Vídeos, áudios e informativos foram
veiculados em TV aberta e fechada, rádio, internet e mídia exterior para
celebrar a liberação de dinheiro para o pagamento de salários em micro e
pequenas empresas e até repasses a estados e municípios.
As propagandas também tratam do Bolsa
Família, auxílio emergencial, suspensão de pagamento da conta de luz e aos
saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), medidas do Ministério
da Economia.
“Nós, do governo federal, trabalhamos
para enfrentar o seu avanço e cuidar da saúde da população. Investimos R$ 16
bilhões na compra de respiradores, ventiladores pulmonares, equipamentos de
segurança e medicação”, diz uma peça.
Parlamentar responsável pelo
requerimento de informações à Secom que resultaram nas evidências, Elias Vaz
(PSB) entregará hoje a documentação ao presidente da CPI, Omar Aziz. Ele acusa
o presidente Jair Bolsonaro de “usar dinheiro público de forma irregular para
promover o governo em vez de aplicar no combate à pandemia”.
“Esse dinheiro tinha destino já
definido, não poderia ser alterado”, afirma. O deputado também vai encaminhar
amanhã (14) o relatório ao TCU, a quem pedirá fiscalização do que considera
“desvio de finalidade”.
Em sua defesa, a Secom afirmou em
nota que as campanhas de enfrentamento da pandemia, prevenção e vacinação
desenvolvidas pelo órgão “são complementares aos esforços do Ministério da
Saúde, a quem compete executar campanhas exclusivamente de utilidade pública”.
A pasta disse ainda que cabe à
secretaria de comunicação as campanhas que “abrangem diversas áreas impactadas
pela pandemia e informam sobre as medidas adotadas no âmbito do Executivo
Federal para mitigar seus efeitos e reduzir os impactos na vida das pessoas”.
Essas ações incluem “beneficiários de
programas sociais, trabalhadores, empresas e entre outras categorias,
considerando o contexto no qual foram realizadas”.
As campanhas desenvolvidas pela Secom
com recursos do crédito extraordinário da MP 942 cumprem estritamente os
objetivos de informar à população e minimizar os impactos decorrentes da
proliferação da doença, uma vez que dão publicidade para as ações e serviços
disponíveis para as parcelas da população mais afetadas pela crise sanitária e
reforçam as orientações aos cidadãos no combate da pandemia.
Como “as ações contemplam também
orientações à população no combate da pandemia”, diz a pasta, “não há,
portanto, que se falar em desvio de objetivos”.
Orçamento de Guerra
A medida provisória 942, de abril de 2020, foi editada para liberar créditos extraordinários para o combate à doença.
Ela faz parte do Orçamento de Guerra, usado para enfrentar a calamidade
pública decorrente da pandemia.
*Uol
Fonte: https://antropofagista.com.br/
Só podemos nos unir e nos preparar para uma reação. O povo precisa ser informado do que está acontecendo, precisamos sair das redes e ir para as ruas.
ResponderExcluirNão dá mais para aguentar tantos absurdos diários, todos os dias o povo leva um tapa na cara deste governo !