26 de abril
de 2019
Por Joaquim
de Carvalho do DCM
Lula chorou
a falar do neto, mas logo recuperou o fôlego para defender o Brasil: como o
país aceitou prescindir de um cara assim?
Em seus últimos dias de liberdade, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, Lula chamou alguns amigos e perguntou um a um:
“Você acha
que eu vou ficar muito tempo preso? Tem advogado que acha que eu saio rápido…”
Pelo menos
dois disseram que ele não sairia tão rapidamente.
Um deles lembrou que meses
antes havia lhe sugerido deixar o Brasil ou buscar asilo em uma embaixada.
Havia países
dispostos a abrigar Lula, para que ele liderasse do exílio a resistência ao
avanço da direita.
E não era
Cuba nem Venezuela. Nem nenhum país africano.
Lula refutou
a proposta.
“Estou muito
velho para viver em outro país. Vou ficar aqui e provar minha inocência.
Meu
lugar é no Brasil”, disse.
Hoje, na
primeira entrevista que concedeu desde abril do ano passado, Lula demonstrou
que tem um caso de amor com o Brasil.
O jornalista
Florestan Fernandes perguntou:
“O senhor
fica mais preocupado aqui preso na Federal com o que lá fora? Com seus filhos,
com a sua família? O que lhe preocupa? Saber que eles estão passando
dificuldade para se colocar na sociedade porque, diferente do que disseram,
muitos não estão numa situação financeira…
Lula
interrompe:
“Veja, estão
todos mal. Todos, todos mal. Eu estou com meus bens todos bloqueados”, diz.
A
sobrevivência dos filhos, netos e da bisneta o preocupa, efetivamente, mas esta
não é uma situação inédita na sua vida.
Há quarenta
anos, quando teve seu mandato sindical cassado pela ditadura e depois foi
preso, ficou sem renda.
E alguns amigos iam toda semana à sua casa, em São
Bernardo do Campo, para levar cesta básica.
Um desses
amigos é o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que levava cesta com mantimentos e
uma lata grande de leite em pó da marca Mococa.
Por conta
disso, os filhos, crianças, começaram a chamar Greengalgh de tio Mococa, e o
apelido pegou.
Lula chama Greenhalgh de Mococa até hoje.
Atualmente,
quem dá assistência aos filhos de Lula é Paulo Okamoto, Greenhalgh continua
muito próximo, mas hoje se dedica muito mais no apoio direto a Lula.
Toda
segunda-feira, de manhã, ele visita o ex-presidente.
Está cadastrado como
advogado de Lula, e a pedido dele analisou o processo do triplex, mas os dois,
naturalmente, não falam apenas de questões técnicas.
Trocam ideia, riem,
choram… Toda segunda-feira.
A pergunta
de Florestan Fernandes era sobre a preocupação que Lula tem com os filhos.
Naturalmente, ele tem, e muita.
Mas logo depois de falar sobre os filhos se
concentra no Brasil — “eu posso brigar, o povo nem sempre pode…”
A
preocupação de Lula é com o país, e como nesta entrevista o ex-presidente
passou a imagem de sinceridade ao falar. ..
Lembrou o
presidente que pediu a publicitários, logo depois de assumir, em 2003, que
fizessem uma campanha para resgatar a auto-estima dos brasileiros:
“Sou
brasileiro, não desisto nunca”
“Eu fico
preocupado com a situação do Brasil”, disse hoje.
“Eu,
sinceramente, não consigo imaginar o sonho que eu tive para esse País.
Eu não
consigo imaginar o sonho que eu tinha quando a gente descobriu o pré-sal para
fazer este país virar gigante.
Eu tenho um orgulho e eu sonhei grande, porque
eu passei a ser um presidente muito respeitado.
Aqui na América do Sul, o
Brasil era referência.
Eu sonhava criar um bloco na América do Sul para a gente
ter força nas negociações com a União Européia, com os Estados Unidos, com a
China. Individualmente, a gente é muito fraco.
Eu fui o único presidente a ser
chamado para a reunião do G8. Eu era o presidente, mas o Brasil foi muito
importante no G20.
Tudo isso desmanchou. Agora eu vejo o prefeito de Nova York
que não quer fazer um jantar com o presidente do Brasil.
O dono do restaurante
se recusa… A que ponto nós chegamos! Que avacalhação!”, disse.
Lula, quando
lhe acenaram com a hipótese da prisão domiciliar, disse que ele não negociaria
nenhum benefício.
Repetiu a frase: “Não troco minha dignidade nem pela minha
liberdade”, afirmou.
No cárcere,
ele trabalha, e muito, da mesma maneira que trabalharia em casa.
Claro que
teria a vantagem de ficar mais próximo da família e dos amigos, mas o que Lula
quer mesmo é deixar a prisão para viajar pelo Brasil.
Se for para ficar em
casa, ele não vê, pessoalmente, grandes vantagens.
Já se tiver
a possibilidade de andar pelo Brasil, Lula se realizará outra vez.
Não para
fazer campanha individualmente, mas para compartilhar um sonho: o do Brasil
gigante.
Lula está
forte, mas, com a entrevista de hoje, demonstrou como o País precisa dele, e de
sua fé no povo e esperança em um projeto desenvolvimento, que só se justifica
(e se realiza) se for inclusivo.
O cara faz
falta.
CONTINUA
26 de abril
de 2019
O
ex-presidente Lula concedeu sua primeira entrevista desde que foi preso há mais
de um ano nesta sexta-feira (26) aos jornalistas Florestan Fernandes Junior, do
El País, e Monica Bergamo, da Folha.
Questionado sobre sua rotina na
Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, Lula contou que passa o tempo
inteiro sozinho.
“Vejo pen drives que o pessoal me manda, assisto a filmes,
séries, muito discurso, muita aula”, disse.
Ele também revelou que fez um curso
a distância sobre Canudos, no canal Paz e Bem.
“Vou assistindo e vou me
aprimorando, quando eu sair daqui, sairei doutor.”
Lula falou
ainda que tenta aproveitar a solidão para aprender, “mentalizar a
espiritualidade, tentar ser mais humano, acho que sairei melhor do que entrei,
com menos raiva das pessoas, e motivado para brigar, estou doido pra fazer uma
caravana”.
Em outro momento da entrevista, Lula disse que quando sair de
Curitiba estará “com o pé na estrada”.
Em 2017, Lula rodou o Brasil em
caravanas, retomando a primeira Caravana da Cidadania de 1993.
O
ex-presidente afirmou que escuta todos os dias os gritos de bom dia, boa tarde
e boa noite, da Vigília Lula Livre, que reúne militantes desde quando Lula foi
preso em 7 de abril do ano passado em frente à PF.
“Não sei como um dia eu vou
poder agradecer essa gente.
Tem gente que está aqui desde o dia que eu cheguei
aqui. Serei eternamente grato.
Quando eu sair daqui, quero sair a pé e tomar a
primeira cachaça com eles.”
Em
outros momentos, o petista falou da vida na prisão, da morte do neto, do
governo de Jair Bolsonaro, das acusações de corrupção.
“Tenho muitos momentos
de tristeza aqui, mas o que me mantém vivo? E é isso que eles têm que saber, eu
tenho compromisso com este país.”
CLICK
POLÍTICA com informações de Revista Fórum
Doação
para o Blog
Queridos
leitores do Blog SUED E PROSPERIDADE
Que
a paz esteja com todos.
Venho
pedir aos leitores que têm condições e querem contribuir
com
o Blog uma pequena doação para o Blog
Que
a prosperidade os acompanhe hoje e sempre.
Desde
já agradeço.
Maria
Joselia
Número
da conta
Maria
Joselia Bezerra de Lima
Caixa
Econômica Federal
Agencia:
0045
Operação:
013
Conta:
00054784-8
Poupança
Brasil
Obrigado
Nenhum comentário:
Postar um comentário