Maia diz que denúncia contra Temer 'é muito grave' e admitiu
que vai paralisar a Casa
Igor Gadelha e Isadora Peron1 hora atrás 14/09/2017
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmou nesta quinta-feira, 14, que a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer
apresentada pela Procuradoria-Geral da República é "muito grave" e
admitiu que a tramitação do processo vai paralisar os trabalhos da Casa.
© Foto: Dida Sampaio/Estadão O presidente da
Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia
"Denúncia contra presidente da República, independente
de qual é a agenda, é sempre muito grave.
Não tem como falar que vamos ter duas
agendas relevantes no plenário da Câmara tendo uma denúncia contra presidente
do Brasil", disse Maia.
Segundo Maia, o assunto será "prioridade" na Casa
e as demais matérias só serão retomadas após a conclusão do processo.
O presidente da Câmara evitou fazer previsão sobre se os
deputados vão ou não dar aval para que Temer seja investigado por organização
criminosa e obstrução de Justiça e disse que vai manter o seu papel de
"árbitro" no processo.
"Meu papel não é avaliar o mérito da denúncia.
É respeitar a decisão da
PGR e do Supremo Tribunal Federal", disse.
Maia afirmou ainda que vai seguir o regimento e cumprir a Constituição, assim
como fez na primeira denúncia.
"Temos que ter muita tranquilidade, é um
momento muito difícil. Nosso papel é garantir equilíbrio e paz no Brasil",
disse.
O deputado se distanciou de Temer durante a tramitação da primeira denúncia.
Sucessor natural ao cargo caso o peemedebista fosse afastado, ele manteve uma
postura neutra, mas fez algumas movimentos que incomodaram aliados do
presidente.
Maia tem dito a interlocutores que o clima de desconfiança já
começou a se repetir antes mesmo de a segunda denúncia ter sido apresentada.
O próximo passo agora é o Supremo encaminhar a denúncia para a Câmara.
Na Casa,
a denúncia será analisada primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Após a elaboração de um relatório, o caso segue para o plenário.
Para que a
denúncia contra o presidente tenha seguimento, é preciso a autorização de dois
terços dos deputados.
Durante eventual julgamento no STF, o presidente é
afastado por 180 dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário