Procuradoria
investiga dinheiro sujo na campanha de Bolsonaro
11/10/2018 13:25
Atualizado 18/10/2018
Ao abrir
Procedimento Investigatório Criminal contra Paulo Guedes, o ‘Posto Ipiranga’ da
equipe econômica do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), a
força-tarefa Greenfield citou a necessidade de apurar as ‘conexões’ entre
doações de R$ 53 milhões a partidos e políticos da empresa Contax e aportes de
fundos de pensão. A diligência está entre os procedimentos sugeridos pela
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que cita uma
relação entre a Contax e Guedes, aos investigadores.
A
investigação foi aberta com base em relatórios sobre dois fundos de
investimentos (FIPs) administrado por uma empresa de Guedes que receberam R$ 1
bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão de estatais.
Também será apurada
a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias.
As
informações levantadas pela Previc, segundo o MPF, apontam que há ‘relevantes
indícios de que entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/gestores dos
fundos de pensão Funcef, Petros, Previ, Postalis (todas alvos da Operação
Greenfield), Infraprev, Banesprev e FIPECQ e da sociedade por ações BNDESPar
possam ter se consorciado com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes,
controlador do Grupo HSM Brasil, a fim de cometerem crimes de gestão
fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas ‘e emissão e
negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias, relacionados a
investimentos no FIP BR Educacional’.
Entre as medidas recomendadas pela Previc, está a verificação de ‘eventuais
conexões entre os aportes dos fundos de pensão e as doações da empresa Contax
Participações S/A (registradas em R$ 53 milhões para partidos políticos e
candidatos, entre 2008 e 2014) da qual, segundo o portal Bloomberg, o sr. Paulo
Roberto Nunes Guedes era diretor’.
No documento de instauração de inquérito, assinado no dia 2 de outubro, o
procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, chefe da força-tarefa
que investiga fraudes em fundos de pensão, Caixa Econômica e BNDES, pede o
‘aprofundamento da investigação sobre os aportes no FIP BR Educacional’.
No relatório, o procurador elenca 17 diligências para a instrução das
investigações.
Entre elas, pede para que sejam oficiados o Tribunal de Contas
da União e a Controladoria Geral da União ‘para que apure eventual prejuízo
sofrido pelo BNDESPAR
e pelos fundos de pensão FUncef, Petros, Previ, Postalis,
Infraprev, Banespreve FIPECQ em decorrência do investimento no FIP BR
Educacional’.
Também pediu para que a Receita Federal faça uma ‘análise de interesse fiscal
do contribuinte Paulo Roberto Nunes Guedes, bem como das pessoas jurídicas
vinculadas a seu grupo econômico’.
Ao fim do ofício, e fora da lista das 17 diligências, o procurador finaliza o
documento determinando a solicitação à Assessoria de Pesquisa e Análise
Descentralizada do Ministério Público Federal em Brasília
a ‘pesquisa de
vínculos societários das pessoas físicas e jurídicas mencionadas na nota
técnica nº 1409/2018/PREVIC (inclusive a Contax Participações S/A), bem como
pesquisa sobre doações eleitorais realizadas pelas pessoas físicas e jurídicas
em questão entre os anos de 2008 e 2018’.
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