Decisão da
UE contra frango brasileiro deve provocar demissões e queda de preços no
Brasil, diz associação de produtores
Entidade
questiona critério do teste sanitário e diz que ele é feito para forçar
exportadores a pagar mais impostos e priorizar a carne local.
Por Marina
Gazzoni, G1
19/04/2018
12h53 Atualizado 19/04/2018 14h00
Paraná é um dos líderes na produção nacional de frangos
(Foto: Giuliano Gomes/PR Press)
Os produtores
brasileiros de frango avaliam que a decisão da União
Europeia de proibir frigoríficos brasileiros de exportar para a região vai
provocar uma crise no setor.
A expectativa é que ocorra um excesso de oferta no
Brasil, o que levará à queda de preços no mercado interno e demissões nos
frigoríficos
A avaliação
é Ricardo Santin, vice-presidente de Mercados da Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA), entidade que representa produtores de frango e de
suínos no país.
A UE proibiu
20 frigoríficos brasileiros de exportar para a União Europeia.
A lista não foi
divulgada, mas segundo a ABPA são 12 frigoríficos da BRF e outros 8 de outras
empresas brasileiras.
A ABPA ainda
está calculando o impacto dessa proibição nas exportações brasileiras para a
Europa, mas segundo Santin isso deve afetar mais de 30% do volume exportado
para o bloco.
"As
consequências são as seguintes:
vai faltar carne lá (Europa) e vai sobrar aqui.
Com isso, o preço vai cair no mercado interno e disparar no externo",
explicou.
O Brasil é o
maior exportador de frango do mundo e a União Europeia é seu principal
comprador.
O bloco é responsável por 7,5% do frango vendido pelo país ao
exterior, em toneladas, e 11% em receita, segundo dados da ABPA. Em 2017, o
Brasil exportou US$ 775 milhões em frango para a União Europeia.
Exportação
de carne de frango do Brasil (Foto: Infografia: Juliane Monteiro/G1
Segundo
Santin, o mercado interno não tem condições de absorver o volume que deixará de
ser exportado para a Europa e os frigoríficos vão ter de reduzir a produção.
A suspensão
temporária das exportações e as restrições impostos à Europa nos
últimos meses já levaram frigoríficos brasileiros a darem férias coletivas para
seus funcionários.
Há um total de 15 mil trabalhadores nessa situação
atualmente, de acordo com Santin.
"As
férias coletivas podem virar desemprego. É triste ver que por um critério que é
uma barreira comercial disfarçada vai ter gente perdendo emprego",
afirmou.
Segundo a
União Europeia, esses frigoríficos terão que "construir um histórico de
conformidade com as normas da UE" para poder ser liberados para voltar a
exportar.
Fontes da UE disseram à TV Globo que a reabilitação dos frigoríficos
pode levar anos.
Critério
sanitário
O principal
motivo que levou a União Europeia a bloquear as exportações de frigoríficos
brasileiros foram problemas identificados em testes de qualidade, como a
presença de salmonela acima do padrão europeu na carne brasileira exportada ao
bloco.
A União
Europeia exige que a carne seja submetida a exames para detectar 2,6 mil tipos
de salmonela.
Isso porque maioria da carne brasileira exportada é crua, mas
com adição de sal, categoria que paga um imposto menor do que se ela fosse
vendida in natura (sem sal).
Segundo
Santin, a maioria dos tipos de salmonela é aceita na carne crua, justamente
porque a bactéria morre quando a carne é cozida.
Há apenas dois tipos de
salmonela que podem provocar problema à saúde humana se identificadas na carne.
"A UE
faz os testes para a carne salgadas iguais ao de carne cozida.
Tudo isso é
feito não por motivos sanitários, mas para aumentar a compra de produto local e
forçar os importados a venderem carne in natura - e pagar mais impostos",
disse.
O critério é
antigo, mas passou a ser cumprido com maior rigor após o início das
investigações sobre os frigoríficos brasileiros após a operação Carne Fraca,
deflagrada em março de 2017.
A realização
do teste para a carne salgada é justamente o principal ponto que deve ser
questionado pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), disse o
representante dos produtores.
Segundo ele, o questionamento é antigo, mas agora
o governo brasileiro se mostrou solícito a ingressar na disputa contra a UE.
Na
última terça-feira, o
ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que o Brasil dever abrir um painel
no órgão.
Em 2017, o
Brasil exportou 138 mil toneladas de carne salgada para os países da União
Europeia, um volume de US$ 317 milhões.
O preço médio da carne vendido a Europa
foi de US$ 2.500 por tonelada, valores que subiram para US$ 4.000 este ano.
O Brasil tem
uma cota de exportação para a Europa, de 170 mil toneladas por ano de carne
salgada de aves. Há também cotas para os outros tipos de carne.
Fonte: http://globo.com/
Doação para o Blog
Queridos leitores do
Blog SUED E PROSPERIDADE
que a paz esteja com
todos.
Venho pedir aos
leitores que têm condições e querem contribuir com o Blog uma pequena doação
para o Blog
Que a prosperidade os
acompanhe hoje e sempre.
Desde já agradeço.
Maria Joselia
Número da conta
Maria Joselia Bezerra
de Souza
Caixa Econômica Federal
Agencia: 0045
Operação: 013
Conta: 00054784-8
Poupança
Brasil
Obrigado
Nenhum comentário:
Postar um comentário