Sob pressão, Estado Islâmico perde sua última grande cidade
VEJA.com Julia Braun7 horas atrás 03/11/2017
© AFP Fumaça é vista entre prédios durante ofensiva
do
Exército sírio para a retomada do território de Deir
Ezzor – 02/11/2017
O grupo Estado
Islâmico (EI) perdeu todas as grandes cidades sob seu controle no Iraque e
na Síria após
a reconquista de Deir Ezzor pelo Exército sírio na quinta-feira. Além
disso, nesta sexta, as forças iraquianas recuperaram o controle de Al-Qaim,
área desértica na fronteira entre os dois países.
Deir Ezzor, localizada na margem oeste do rio Eufrates, é a
maior e mais importante cidade do leste da Síria e o centro da produção
petrolífera da nação. A cidade “era a sede dos principais líderes da
organização.
Ao perder o seu controle, perderam a capacidade de dirigir
operações terroristas conduzidas por seus homens”, comemorou o comando do
Exército sírio em um comunicado.
Nesta sexta-feira, as forças iraquianas anunciaram suas
próprias conquistas.
Os terroristas também foram expulsos de um importante
posto de fronteira, Husseiba, que liga o oeste do Iraque ao leste da Síria. Pouco
depois, em um comunicado, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi,
anunciou a “libertação de Al-Qaim em um tempo recorde”. A operação começou esta
manhã e terminou no final da tarde.
‘Fase final’
“Deir Ezzor representa a fase final na eliminação total” do
EI, afirmou o Exército sírio. O grupo extremista conquistou Deir Ezzor e sua
província rica em petróleo em 2014, aproveitando o caos gerado pela guerra na Síria, desencadeada em 2011 pela repressão do regime
aos protestos pró-democracia.
Alguns bairros da cidade ficaram totalmente destruídos após
a ocupação dos terroristas: edifícios desabaram e algumas fachadas explodiram.
As trincheiras escavadas pelos jihadistas ainda são visíveis.
Nesta sexta, as
unidades de Engenharia do exército sírio atuavam para neutralizar as minas e
outros artefatos explosivos espalhados pelo EI na cidade, de acordo com a
imprensa estatal.
Nos últimos meses, o EI sofreu uma série de derrotas na
Síria e no Iraque. No decorrer das batalhas, os extremistas foram expulsos de
todas as grandes cidades que conquistaram: pelas forças iraquianas em Mossul em julho e por uma coalizão curdo-árabe apoiada por Washington em Raqa em
outubro.
O grupo que proclamou em 2014 um “califado” nas vastas
regiões sob controle entre os dois países, tem visto seu território encolher
rapidamente.
Os jihadistas estão agora restritos a uma área desértica na
fronteira entre o leste da Síria e o oeste do Iraque, ao longo do Vale do
Eufrates.
Eles também ainda controlam 35% da província de Deir Ezzor, onde fica
a capital de mesmo nome recuperada nesta quinta.
Ajuda russa
O Exército da Rússia colabora
para a retomada da província de Deir Ezzor. Um submarino e seis aviões
bombardeiros Tu-22M3 de longa distância realizaram um grande ataque com mísseis
e bombas contra o Estado Islâmico nesta sexta.
Esconderijos e estoques dos
terroristas na cidade de Abu Kemal foram destruídos.
Só o submarino lançou seis mísseis de cruzeiro, afirmou o
porta-voz do Ministério da Defesa russo, General Igor Konashenkov. A operação
foi realizada para auxiliar o avanço das tropas do Kremlin
na região.
Nos últimos três dias, os Tu-22M3 realizaram dezoito
ataques contra os terroristas do EI no leste da Síria, de acordo com
Konashenkov.
Além disso, seus submarinos realizaram nove lançamentos do Mar
Mediterrâneo.
Depois dos ataques, todos os bombardeiros retornaram para a
Rússia.
Os submarinos continuam a realizar operações na área, ao lado de outros
navios, de acordo com Konashenkov.
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