PRESIDENTE NÃO ESPERAVA! Raquel Dodge Quer Ouvir Temer Sobre
‘Falcatrua’ Dos Portos
Por Redação Click Política Última
Atualização 2 out, 2017
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao
Supremo Tribunal Federal (STF) para tomar o depoimento do presidente Michel
Temer (PMDB) e de outras oito pessoas no inquérito que investiga o peemedebista
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição de um decreto
que mudou as regras do sistema portuário.
Dodge quer que o ministro Luís Roberto Barroso, do STF,
autorize uma série de diligências referentes à investigação.
Além de Temer, a
procuradora-geral solicitou audiências para ouvir o subchefe de Assuntos
Jurídicos da Presidência, Gustavo Rocha, o ex-assessor especial Rodrigo Rocha
Loures, os amigos do presidente José Yunes e João Batista Lima Filho e outras
quatro pessoas.
Dodge também pediu a verificação do registro de doações
eleitorais feitas pela Rodrimar S.A. e por outras empresas do mesmo grupo
econômico — ou seus respectivos sócios — para Temer, o PMDB nacional ou o PMDB
do estado de São Paulo, pelo menos nas eleições de 2014 e 2016.
A procuradora-geral quer registros de entrada deste ano no
Palácio do Planalto de cinco pessoas citadas na investigação.
Ela pediu o
compartilhamento do material apreendido em buscas e apreensões, em uma ação
controlada e numa interceptação telefônica, que estão nas mãos do ministro Luiz
Edson Fachin, do STF.
Dodge quer ainda informações do Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil referente à atualização da legislação
portuária.
A nova chefe do Ministério Público Federal pediu 60 dias de
prazo para concluir as investigações do inquérito.
As suspeitas são de que
Temer favoreceu a empresa de terminais portuários Rodrimar S/A ao emitir o
decreto 9.048/2017, que modificou a regulamentação do setor.
O dono e
presidente da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, e o executivo da empresa Ricardo Conrado
Mesquita também são investigados.
O caso
As investigações da Polícia Federal na Operação Patmos
flagraram conversas de Rocha Loures ao telefone em que ele articula com
Mesquita sobre o decreto e conversa com integrantes do governo, incluindo o
presidente, sobre o assunto.
A empresa opera no Porto de Santos, tradicional
área de influência política de Temer.
Em um telefonema a Gustavo do Vale Rocha, Rocha Loures tenta
convencer o interlocutor sobre a necessidade de discutir uma medida que
beneficiaria as empresas com concessões anteriores ao ano de 1993, a exemplo da
Rodrimar, que tem um contrato nestas condições no Porto de Santos.
“Realmente é uma exposição muito grande para o presidente se
a gente colocar isso… já conseguiram coisas demais nesse decreto”, advertiu
Gustavo Rocha, que escutou de Rocha Loures que era importante ouvir os
interessados.
Notório por ter sido flagrado pela PF após receber uma mala
com 500.000 reais do diretor de relações institucionais da JBS e delator,
Ricardo Saud, o ex-assessor presidencial também tratou com Temer sobre a
medida.
Poucos minutos depois, ligou para Ricardo Mesquita, diretor da
Rodrimar, para atualizá-lo sobre a edição do Decreto dos Portos.
“É isso aí,
você é o pai da criança, entendeu?”, disse Mesquita a Rocha Loures.
O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo
ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Para ele, há provas de que
Rocha Loures “atuou para produção de ato normativo que beneficiara justamente a
sociedade empresária, possivelmente ligada às figuras de ‘Ricardo’ e ‘Celso’,
no caso a Rodrimar S.A., nas pessoas de Ricardo Conrado Mesquita, diretor, e
Antônio Celso Grecco, sócio e presidente”.
(Com Reuters)
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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