MINEIRINHO TOCA O TERROR: Aécio pode acabar com a Lava Jato,
diz Deltan Dallagnol; CONFIRA AQUI!
1 de julho de 2017
Do Congresso em Foco:
O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em
Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, criticou a decisão do ministro Marco
Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar a volta do
senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao exercício do mandato e de negar o pedido de
prisão feito pela Procuradoria-Geral da República contra ele.
Para Dallagnol,
solto e no exercício de suas atividades parlamentares, Aécio poderá articular o
fim da Lava Jato.
“Havia razões para estar preso, mas influenciará leis que
governam nosso país.
Livre inclusive para articular o fim da Lava Jato e
anistia”, escreveu Dallagnol em sua conta no Twitter.
O pedido de prisão contra Aécio foi feito pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por solicitar a
abertura de investigações de parlamentares e outras autoridades federais que só
podem ser julgadas no Supremo.
Já a força-tarefa em Curitiba, de Dallagnol,
apura casos na primeira instância, de investigados sem foro privilegiado.
Para
Janot, a prisão do senador era “imprescindível” porque ele continuou a
articular politicamente mesmo sem direito a exercer o mandato.
O afastamento de Aécio das funções parlamentares foi
determinado no dia 18 de maio pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato.
A decisão ocorreu logo após a divulgação dos áudios gravados pelo empresário
Joesley Batista, da JBS, que resultaram na abertura de inquérito contra o
senador, o presidente Michel Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR), por corrupção, obstrução da Justiça e lavagem de dinheiro.
Mas o
Senado só o afastou das prerrogativas, de fato, quase um mês depois.
Atuação nos bastidores
Marco Aurélio relata a denúncia apresentada pela PGR contra
Aécio e Andrea Neves, sua irmã, também com base na Operação Patmos, derivada da
Lava Jato.
No pedido de abertura de ação penal, Janot sustenta que o
parlamentar tentou embaraçar as investigações da Lava Jato ao “empreender
esforços” para interferir na distribuição de inquéritos dentro da Polícia
Federal.
Para o procurador-geral, Aécio atuou “intensamente” nos
“bastidores” do Congresso Nacional com o objetivo de aprovar propostas legislativas
para atrapalhar a “efetiva punição de infrações penais que envolvam a
organização criminosa”.
Entre os exemplos citados por Janot, estão a lei da
anistia ao caixa dois, que acabou não sendo aprovada, e o projeto de lei de
abuso de autoridade, aprovado pelo Senado no fim de abril.
O senador também é
acusado de receber R$ 2 milhões em propina da JBS, sob pretexto de pagar
advogado.
Além de rejeitar o pedido de prisão e garantir a volta de
Aécio ao Senado, Marco Aurélio determinou a devolução do passaporte ao senador
e o autorizou a manter contato com outros investigados da Lava Jato, além de
viajar ao exterior.
“Em síntese, o afastamento do exercício do mandato implica
esvaziamento irreparável e irreversível da representação democrática conferida
pelo voto popular.
Como, então, implementá-lo, em ato individual, sequer de
colegiado, no início de investigação voltada a apurar possível prática a
consubstanciar tipo penal?”, alegou Marco Aurélio.
Carreira política elogiável
Em seu despacho, o ministro ainda fez elogios ao presidente
licenciado do PSDB.
“No tocante ao recolhimento do passaporte, surgem ausentes
elementos concretos acerca do risco de abandono do país, no que saltam aos
olhos fortes elos com o Brasil.
O agravante é brasileiro nato, chefe de família,
com carreira política elogiável”, escreveu. E ainda se referiu às eleições
presidenciais de 2014, quando Aécio foi o segundo colocado, como “ditas
fraudadas”.
Primeiro relator do caso do senador tucano, Fachin aceitou o
pedido da PGR para afastá-lo do mandato, mas rejeitou que ele fosse preso.
Em
seguida, o caso foi parar nas mãos de Marco Aurélio, que anunciou,
inicialmente, que submeteria os pedidos de revisão das decisões de Fachin à
Primeira Turma do Supremo, composta por cinco ministros.
Havia dois recursos
pendentes que questionavam as posições do primeiro relator – Aécio pedia a
retomada de seus direitos no Senado, e Janot, que o senador fosse preso.
Marco Aurélio disse que resolveu tomar a decisão sozinho, e
não mais submetê-la à Primeira Turma, por causa do início do recesso do
Judiciário, na próxima segunda-feira (3).
O senador comemorou a decisão do
ministro: “Sempre confiei na Justiça do meu país”. O senador afirma ainda ser
vítima de uma armação e que jamais tentou prejudicar a Lava Jato, operação que
tem seu apoio desde o início, segundo ele.
As complicações de Aécio se agravaram com a divulgação da
gravação em que o tucano pede R$ 2 milhões a Joesley.
O dinheiro, de acordo com
a delação, foi repassado a um primo de Aécio, que foi preso na Operação Patmos
– mas já está em prisão domiciliar por decisão do Supremo.
A entrega foi
registrada em vídeo pela Polícia Federal, que rastreou o caminho da encomenda e
descobriu que o montante foi depositado na conta de uma empresa do filho do
senador Zezé Perrella (PMDB-MG), aliado de Aécio na política mineira.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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