08/10/2016 14h21 - Atualizado em 08/10/2016 19h35
Furacão Matthew toca o solo na Carolina do Sul e mata 10 nos
EUA
Passagem pelos EUA deixou mortos na Flórida, Geórgia e
Carolina do Norte. No Haiti, furacão provocou mais de 800 mortes, segundo agência.
Do G1, em São Paulo
Ruas ficam alagadas em Charleston, Carolina do
Sul, com
passagem do furacão Matthew pelos EUA
(Foto: Jonathan Drake/Reuters)
O furacão Matthew tocou o solo no sudeste da Carolina do Sul
na manhã deste sábado (8), informou o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos
Estados Unidos. Isso significa que o olho do furacão começou a se mover sobre a
terra, provocando uma tempestade que, apesar de enfraquecida, ainda causa
estragos na região. Até então, o olho do furacão estava se movendo sobre o oceano,
e passou pela costa dos estados da Flórida e da Geórgia.
Pelo menos 10 pessoas morreram na passagem do furacão pelo
país, informa a agência de notícias Associated Press. Três na Geórgia, outras
três na Carolina do Norte e quatro na Flórida. A agência France Presse reporta
uma quinta morte na Flórida.
Espera-se que Matthew chegue à Carolina do Norte à noite, antes de voltar para
o mar.
Antes, o furacão passou pelo Caribe e causou maior destruição no Haiti, onde
centenas de pessoas morreram. O último balanço da Defesa Civil, divulgado na
manhã deste sábado, apontava 336 mortos. No entanto, autoridades locais
disseram à
agência Reuters que foram mais de 840 mortes.
Na manhã deste sábado, o Matthew foi reclassificado para a
categoria 1 (em uma escala que vai até 5), quando a velocidade dos ventos caiu
para menos de 135 km/h. Quandoatingiu o Haiti, o furacão era classificado com a categoria 4.
Perto da Flórida, já tinha caído para a categoria 3 e, em seguida, para a
categoria 2.
Inundações e falta de luz
Na Carolina do Sul, o furacão tocou o solo perto da cidade de McClellanville, a
norte de Charleston, de acordo com o NHC, que alertou que um "evento grave
de inundação" estava ocorrendo na área. Em Chaleston, as ruas do centro da
cidade estavam inundando até a altura dos pneus dos carros, e alguns moradores
andavam pelas ruas com a água na altura das costa, enquanto a maré alta se
aproximava.
As autoridades do estado ordenaram a evacuação de 300 mil a 500 mil pessoas de
áreas de risco para refúgios em áreas mais no interior, embora isto "não
seja suficiente", segundo a governadora Nikki Haley.
O furacão também deixou milhares de casas e empresas no
sudeste dos Estados Unidos sem energia elétrica. Na Flórida, um milhão de
pessoas permanecem sem energia, segundo o governador, Rick Scott. Na Carolina
do Sul, 433 mil estão na mesma situação, segundo a governadora Nikki Haley, e
na Georgia são 275 mil sem energia.
Árvore arrancada do solo em Savannah, na Georgia
(Foto: Drew
Angerer/Getty Imagens North America/AFP)
As estradas em Jackson Beach, na Flórida, ficaram cheias de
entulho e madeira. Cercas e toldos foram derrubados em edifícios em frente ao
mar.
O governador Rick Scott, da Flórida, disse que mais de 6 mil
pessoas passaram a noite em abrigos entre sexta e sábado, mas ele mostrou-se
aliviado pelo fato de a tempestade não ter provocado maiores danos.
Morador verifica danos em sua casa após passagem
do furacão
na Flórida (Foto: Reuters/Phelan Ebenhack)
"Somos todos abençoados que o Matthew ficou fora de
nossa costa", disse. Mas também descreveu inundações intensas, estradas
danificadas, árvores caídas e casas sem eletricidade.
Entre as quatro mortes no estado, estão as de duas pessoas
pela queda de árvores e a de um casal de idosos que morreu por intoxicação de monóxido
de carbono. O gás estava sendo liberado por um gerador na garagem onde o casal
se abrigou contra a tempestade.
O presidente americano, Barack Obama, declarou estado de emergência em Flórida,
Geórgia e Carolina do Norte e do Sul.
Devastação no Haiti
No Caribe, a passagem do Matthew com ventos de até 230 km/h causou grande
destruição no Haiti, especialmente na parte do sul do país, que é o mais pobre
das Américas. Milhares de casas foram destruídas, e cidades ficaram inundadas.
As mortes ainda não foram calculadas, mas estima-se que passam de 800
vítimas.
"Considerando as dificuldades de acesso a certas zonas
e, sobretudo, as dificuldades de comunicação, não podemos dar um balanço
definitivo antes de quarta-feira (12)", disse à AFP a diretora de Defesa
Civil, Marie-Alta Jean-Baptiste.
Algumas autoridades locais das zonas afetadas estimam que o
balaço oficial, de 336 mortos, é subestimado. Segundo o senador Hervé Fourcand,
o furacão Matthew causou a morte de pelo menos 400 pessoas no departamento Sul,
que ele representa, enquanto que a Defesa Civil só contabilizou 78 mortes neste
local.
"Somos muito prudentes frente a certos números que
vemos circular, sem que necessariamente saibamos quem os comunicou e sem que
tenhamos detalhe sobre as circunstâncias das mortes", comentou
Jean-Baptiste.
As cidades de Miragoâne, Les Caye e Jeremie, todas ao sul,
ficaram isoladas e foram totalmente devastadas. Para
lá foi deslocado o comando do Brasil das tropas internacionais da ONU
na missão depaz no Haiti (Minustah) e cerca de 330 soldados brasileiros.
Diante da dimensão das perdas humanas e materiais, o presidente provisório
Jocelerme Privert decretou neste sábado (8) três dias de luto nacional, pouco
antes de embarcar para a cidade de Jérémie, capital do departamento de Grande
Anse, o mais atingido pelo desastre.
No Caribe, o furacão também passou pela Republica Dominicana, onde quatro
pessoas morreram, por Cuba e pelas Bahamas, de onde seguiu para o sudeste dos
EUA.
Imagem aérea da cidade de Jeremie, no oeste do
Haiti,
devastada pelo furacão Matthew (Foto:
Nicolas Garcia / AFP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário