1 hour ago Política 16/05/201
Brasília(DF), 02/01/2019 Cerimônia de posse do Ministro da
Defesa General da reserva Fernando Azevedo Silva. Bolsonaro na frente de uma
estatua com quepe militar. Local: Clube do Exército. Foto: Igo
Estrela/Metrópoles
Uma das
principais forças de tração para o presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegar ao
Palácio do Planalto, os agentes de segurança centralizam agora um nódulo de
tensão no governo.
Com um distanciamento desencadeado logo após as eleições de
2018, a carreira encampa uma manifestação para a próxima terça-feira
(21/05/2019) e vive o momento de maior atribulação com o pesselista.
O
combustível para a crise são as mudanças propostas pelo governo na
aposentadoria da carreira.
Atos em estados se estendem desde o início do mês.
Sabendo dos riscos de ter como inimigos os agentes de segurança, integrantes do
alto escalão do governo tentam — até o momento sem sucesso — amenizar o clima.
Na última
terça-feira (14/05/2019), entrou em campo o secretário Especial de Previdência
e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
Ele tentou convencer
representantes da União dos Policiais do Brasil (UPB) da necessidade de
mudanças no sistema previdenciário. Não teve êxito.
Decepção e
abandono
Após a
reunião, André Luiz Gutierrez, presidente da Confederação Brasileira de
Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), uma das 28 entidades representativas
da UPB, conversou com o Metrópoles.
Ele é o mobilizador nacional do ato da
próxima semana.
“Não vamos
recuar da manifestação.
Isso é para mostrar o descontentamento com o presidente
Bolsonaro por ele ter nos abandonado, numa postura diferente do que aconteceu
em campanha.
Ele prometeu que seríamos valorizados. Agora, com a reforma da
Previdência, ele está tirando direitos conquistados ao longo de décadas”,
criticou.
Para
Gutierrez, a impressão que fica é que o presidente traiu a categoria ou pelo
menos tem virado as costas aos policiais.
“Votamos, trabalhamos em massa e
buscamos votos para ele. Até hoje, não conseguimos falar com o presidente.
Estamos decepcionados, nos sentindo abandonados”, completa
Juntas, as
entidades que compõem a UPB representa mais de 400 mil agentes de segurança
pública, reunindo policiais federais, civis, escrivães, peritos e
criminalistas, entre outros profissionais da área. Na próxima terça, a
expectativa é que mais de 5 mil pessoas participem da manifestação na Esplanada
dos Ministérios.
Também
sobram críticas para a atuação do ministro da Justiça e Segurança Pública,
Sérgio Moro, que é considerado omisso e de difícil traquejo. “Ele não tem se
manifestado. Ele mesmo disse que não é político.
Nem conversar ele conversou.
Para ministro, ele é um excelente juiz.
Enviamos um ofício para termos uma
reunião e até hoje não tivemos respostas”, reclama Gutierrez.
Lista de
reivindicações
Os primeiros
indícios de que a relação entre policiais e Bolsonaro azedou veio em novembro
de 2018 — um mês após a vitória do pesselista nas urnas.
À época, a UPB enviou
ao então presidente eleito uma carta pública com diversas reivindicações
relativas à Previdência.
Os policiais
brigam pela manutenção da atividade de risco, pensão integral por morte, regras
de transição justas, idade mínima de aposentadoria diferenciada para homens e
mulheres e integralidade e paridade dos vencimentos na aposentadoria, como foi
acordado com as Forças Armadas.
“Precisamos
ter um tratamento desigual, porque somos desiguais. Os militares treinam para
uma guerra, nós vivemos uma guerra diária. Cito um exemplo: se o policial morre
e deixa um esposa com menos de 40 anos, ela terá pensão de quatro meses e
depois que se vire. O discurso na campanha era outro”, frisa Gutierrez, ao
pontuar que esteve pessoalmente com Bolsonaro.
Essa não é a
primeira vez que policiais fazem atos contra o atual mandatário do Palácio do
Planalto.
Em fevereiro, a categoria realizou atos semelhantes no Aeroporto
Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek e na Esplanda dos
Ministérios.
Movimentos do tipo estão ocorrendo desde o último dia 6.
Estados
como Rio Grande do Sul e Goiás já tiveram protestos dos integrantes das forças
de segurança pública.
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