Justiça
amplia quebra de sigilo e manda Receita passar notas fiscais de Flávio
37 mins ago Uncategorized 18/05/2019
O juiz Flávio
Itabaiana determinou que a Receita Federal envie ao Ministério Público do Rio
de Janeiro todas as notas fiscais emitidas entre 2007 e 2018 em nome do senador
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), de seu ex-assessor Fabrício Queiroz e outros sete
investigados no caso.
A decisão
assinada na quarta-feira (15) é uma ampliação das quebras de sigilo bancário e
fiscal determinadas no fim do mês passado.
O Ministério
Público apura a prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e
organização criminosa no gabinete de Flávio quando ele exercia o mandato de
deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Também são
alvos da nova medida a mulher de Flávio, a dentista Fernanda Bolsonaro, a
empresa do senador e cinco parentes de Queiroz.
Ao solicitar
a medida, o Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção)
afirma que, “em razão das peculiaridades da investigação, torna-se necessário
obter as notas fiscais a fim de possibilitar o cruzamento de dados bancários”.
A determinação
do magistrado foi endereçada à Receita Federal, que deve entregar os documentos
ao Ministério Público fluminense.
Flavio
Bolsonaro com a mulher, Fernanda, e com Queiroz, na loja de chocolates de sua
propriedade (Montagem)
As notas
fiscais aprofundam as informações a que o Ministério Público terá acesso.
Com
os dados bancários, os investigadores visualizariam apenas as transferências de
recursos.
Os novos documentos permitem identificar mercadorias e serviços
adquiridos com esses pagamentos.
Segundo a
Folha apurou, uma das hipóteses a ser checada é se Queiroz pagava contas e
serviços pessoais do senador.
Não há evidências, por enquanto, de que isso
ocorria.
No mês
passado, Itabaiana deferiu a quebra de sigilo bancário e fiscal de 86 pessoas e
9 empresas.
Além do próprio senador, sua mulher e empresa, foram alvos todos os
seus ex-assessores, nomes ligados a Queiroz e pessoas físicas e jurídicas que
fizeram transações imobiliárias com Flávio nos últimos 14 anos.
O pedido de
quebra dos sigilos bancário e fiscal foi o primeiro passo judicial da
investigação após um relatório do governo federal ter apontado, há 500 dias, a
movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz.
Além do
volume movimentado na conta de quem era apresentado como motorista de Flávio,
chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em
dinheiro vivo.
As
transações ocorriam em data próxima do pagamento de servidores da Assembleia
Legislativa, onde Flávio exerceu o mandato de deputado por 16 anos (2003-2018)
até ser eleito senador.
Queiroz já
admitiu que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete.
Ele
diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem
o conhecimento do então deputado.
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