URGENTE:Maior
central sindical dos EUA pede libertação imediata de Lula
3 hours ago 01/08/2018
Política
A AFL-CIO,
maior central sindical dos Estados Unidos, lançou um manifesto em defesa da
democracia no Brasil, pedindo a libertação imediata de Lula; o texto do
manifesto diz: “de 2003 a 2015, os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff abraçaram a inclusão social, de gênero e racial, tiraram 40
milhões de brasileiros da pobreza e implantaram políticas que promovem a
negociação coletiva e aumentos sistemáticos do salário mínimo para aumentar a
participação dos trabalhadores na riqueza criada por eles”
247 – A AFL-CIO, maior central sindical dos Estados
Unidos, lançou um manifesto em defesa da democracia no Brasil, pedindo a
libertação imediata de Lula.
O manifesto diz: “de 2003 a 2015, os governos de
Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff abraçaram a inclusão social, de
gênero e racial, tiraram 40 milhões de brasileiros da pobreza e implantaram
políticas que promovem a negociação coletiva e aumentos sistemáticos do salário
mínimo para aumentar a participação dos trabalhadores na riqueza criada por
eles”.
Leia a
íntegra do manifesto:
Declaração
do Conselho Executivo da AFL-CIO
Washington,
D.C.
26 de Julho
de 2018
DEFESA DA
DEMOCRACIA NO BRASIL
Durante
anos, a AFL-CIO e seus sindicatos desenvolveram alianças estratégicas com
sindicatos brasileiros através de apoio mútuo em campanhas com empresas
multinacionais, criando sindicatos comprometidos com a democracia, igualdade
racial e de gênero.
Como populismo autoritário de direita que procura dividir e
enfraquecer os trabalhadores enquanto consolida o poder corporativo e aumenta o
privilégio em nossas democracias, a AFL-CIO compromete-se a trabalhar com os
sindicatos brasileiros parceiros junto com o movimento sindical global para
defender a democracia no Brasil e apoiar o retorno do país ao curso
progressista que foi seu objetivo nos primeiros quinze anos deste século.
De 2003 a
2015, os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff abraçaram a
inclusão social, de gênero e racial, tiraram 40 milhões de brasileiros da
pobreza e implantaram políticas que promovem a negociação coletiva e aumentos sistemáticos
do salário mínimo para aumentar a participação dos trabalhadores na riqueza
criada por eles.
Trabalhadores domésticos e outros excluídos obtiveram direitos
trabalhistas totais.
Novas políticas de educação superior aumentaram o acesso e
disponibilidade para mais trabalhadores e mais afro-brasileiros.
Durante
estes governos, foram construídas moradias a preços acessíveis, a eletricidade
chegou a locais onde não havia nenhuma e o saneamento melhorou notavelmente,
além de ter havido reduções significativas no trabalho infantil e forçado.
Essas políticas foram combinadas com um crescimento econômico estável.
Em suma,
o povo brasileiro recuperou a esperança para o futuro.
A AFL-CIO e outros
olharam para o Brasil como líderes de uma luta global por democracia e
igualdade, governando com um objetivo dos trabalhadores e dos cidadãos.
Em
quatro eleições sucessivas, os cidadãos brasileiros votaram em Lula e em sua
sucessora, Dilma Rousseff, eleita duas vezes, expressando seu apoio a essas
políticas.
Desde 2015,
os interesses corporativos, os grandes meios de comunicação e as forças da
direita organizaram um ataque a essas conquistas, bem como aos líderes que as
defenderam.
Primeiro, a sucessora de Lula, Dilma Rousseff, foi retirada em 2016
por meio de um golpe parlamentar liderado por um político que foi retirado por
uma condenação por corrupção.
Dilma foi destituída do cargo por um Senado, dos
quais mais da metade estava sob investigação ou condenados por corrupção;
Dilma, por sua vez, nunca foi acusada de corrupção.
Ao tomar o poder, o
presidente não eleito Michel Temer e o legislativo que destituiu Dilma,
impuseram políticas racistas e ambientalmente devastadoras, contra os
trabalhadores.
Planos de austeridade reduziram o acesso à saúde e educação,
enquanto a violência policial em comunidades predominantemente afro-brasileiras
aumentou.
Nos seus primeiros meses, esse governo mudou as leis trabalhistas
para tornar todo o Brasil um país onde o trabalhador não é obrigado a
participar de um sindicato, enfraquecer a negociação coletiva e atacar a
estabilidade financeira do movimento trabalhista.
Como o Comitê de
Especialistas da OIT informou em fevereiro de 2018, a revisão da legislação
trabalhista “não se baseia na negociação, mas na abdicação dos direitos”.
Desde
que houve estas mudanças, a negociação coletiva diminuiu em 39,6%.
Nos dois
últimos anos, Lula tem sido alvo de ataques da mídia convencional e perseguido
por partes do judiciário politicamente motivado.
Foi-lhe negado a presunção de
inocência e seu direito a um julgamento justo e aos recursos.
Em 7 de abril, Lula
foi preso (com uma sentença de 12 anos) apesar da falta de provas de corrupção,
liberdade a qual é garantida pela constituição do Brasil bem como a presunção
de inocência, até que o processo de recurso esteja encerrado.
Estes ataques têm
como objetivo impedi-lo de concorrer à presidência em outubro de 2018 e à sua
restauração das políticas de igualdade social e inclusão.
No mês
passado, da prisão, Lula anunciou sua candidatura à Presidência. Ele continua a
liderar em todas as pesquisas, com mais apoio que todos seus oponentes em
potencial juntos.
A principal oposição a Lula é um ex-militar da direita que
defende a ditadura de 1964-1985 e elogia os que utilizaram a tortura durante
este regime.
Ele rejeita explicitamente as conquistas progressistas das presidências
do Lula e Dilma.
Por dois
anos, a AFL-CIO e suas afiliadas expressaram nossas preocupações aos governos
dos EUA e do Brasil, bem como lideraram ações de solidariedade nos fóruns
americanos e internacionais.
A AFL-CIO também envolveu membros do congresso
para erguer suas vozes em oposição a esses ataques ao estado de direito, à
democracia no Brasil, a Lula e Dilma.
Continuaremos ativos em defesa do
movimento trabalhista brasileiro, de seus aliados e de sua democracia, bem como
das políticas e líderes progressistas, como Lula, que trouxeram mudanças reais
às famílias trabalhadoras brasileiras.
O Conselho
Executivo da AFL-CIO apela, assim, a todo o governo do Brasil, incluindo o
judiciário brasileiro, para reverter essa farsa da justiça e proteger os direitos
fundamentais ao devido processo legal e a um julgamento justo, adotando as
seguintes medidas:
• Libertação
imediata de Lula até que o processo de apelação tenha sido concluído, de acordo
com a constituição brasileira;
• Uma
revisão imparcial e objetiva do caso de Lula pelo judiciário com todos os
devidos direitos do processo garantidos;
• Permita
que Lula concorra para a presidência na eleição deste ano. Restaure a
democracia no Brasil, uma vez que as pessoas devem ter o direito de votar no
candidato de sua escolha;
• A AFL-CIO
trabalhará em coalizão com o
movimento trabalhista global e outras organizações
de direitos humanos e justiça social para apoiar a luta pela democracia e pelos
direitos dos trabalhadores no Brasil.
Nosso trabalho nesta campanha de coalizão
inclui as seguintes ações:
• Receber
ativistas brasileiros da democracia e justiça durante visitas aos Estados
Unidos e trabalhar com a comunidade brasileira progressista nos Estados Unidos;
• Defender a
democracia no Brasil no Capitólio e em outros níveis e filiais de organizações
governamentais e internacionais, bem como em eventos trabalhistas nacionais e
internacionais;
• Aumentar a
conscientização sobre esses ataques à democracia do Brasil por meio de
comunicações e manifestações;
• Construir
uma aliança de organizações e indivíduos comprometidos com esses objetivos.
A AFL-CIO
reconhece a partir de nossa própria experiência histórica e atual com ataques
semelhantes aos direitos dos trabalhadores e do compromisso de nossa central
com a justiça social e a igualdade, que devemos elevar nossas vozes juntamente
com os trabalhadores brasileiros.
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