Orientação para que PM paulista seja 'truculenta' com
manifestantes partiu de Brasília
Ministro da justiça nomeado por Michel Temer atua nos
bastidores para inflamar policiais militares
Publicado: 6 setembro 2016 WEB NEWS VIRAL Especialista em Brasil
Polícia Militar avança contra manifestantes em São Paulo, no
último domingo, 4 (Foto: Mídia Ninja)
A orientação para que a #Polícia Militar de São Paulo
aja com rigor contra os manifestantes que pedem novas eleições e a saída de Michel
Temer da presidência da república partiu do ministro da justiça, Alexandre de Moraes. A
informação foi revelada nesta terça-feira, 6, pelo jornal Folha de São Paulo.
De acordo com o veículo, o ministro possui relação bastante íntima com o
secretário de segurança pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho,
e usa esta proximidade para causar um aumento na tensão entre policiais e
manifestantes. A Folha obteve a informação com um secretário do governo
paulista, mas não revelou seu nome. A influência negativa do ministro sobre os
rumos da secretaria de segurança é tanta que já causa um mal-estar no gabinete
de Geraldo Alckmin. Aliados do governador acreditam que as ações de Alexandre
nos bastidores estão prejudicando a imagem de Geraldo Alckimin e diminuindo sua
popularidade.
Passado problemático
O ministro da justiça foi secretário de segurança pública de
São Paulo entre os anos de 2014 e 2016. Sua passagem à frente da pasta foi
marcada por controvérsias e denúncias de abuso policial. Foi em sua gestão que
a polícia paulista utilizou pela primeira vez blindados israelenses para dissipar
protestos. Um dos casos mais criticados foi o da ocupação das escolas por
movimentos estudantis. As Geraldo Alckimin de rua dos estudantes foram reprimidas
com força excessiva da polícia, de acordo com alguns críticos, assim como a
desocupação de algumas escolas. Além disso, no ano de 2015 cerca de 25% de
todos os assassinatos cometidos em São Paulo foram feitos por policiais
militares, de acordo com a TV Globo.
Repressão ao movimento "Fora Temer"
A revelação de que a ordem para atacar os manifestantes
partiu de um ministro de Michel Temer acontece poucos dias depois do maior
protesto "Fora Temer" ser realizado em São Paulo. A manifestação
do último domingo, 4, reuniu cerca de 100 mil pessoas na avenida Paulista. O
protesto era pacífico até chegar ao seu final, quando alguns baderneiros
começaram a quebrar lixeiras e espalhar e queimar o lixo pelas ruas do centro
da capital paulista. A PM utilizou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e
balas de borracha para dispersar tanto os baderneiros quanto as pessoas que
participaram da manifestação e estavam apenas voltando para casa. Além disso,
21 estudantes que estavam na concentração do ato foram presos antes mesmo da
manifestação começar e sem terem cometido nenhum crime, de acordo com os
organizadores do protesto.
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