VENEZUELA PEITA TEMER E ASSUME CHEFIA DO MERCOSUL
Em carta enviada às chancelarias dos países do Mercosul, a
Venezuela, de Nicolás Maduro, comunicou que está assumindo a presidência do
Mercosul, a despeito da oposição de Brasil e Paraguai – dois países que viveram
rupturas democráticas, com seus golpes parlamentares; "Informamos que, a
partir de hoje, a República Bolivariana da Venezuela assumirá com beneplácito o
exercício da Presidência Pro Tempore do Mercosul, com fundamento no artigo 12
do tratado de Assunção e em correspondência com o artigo 5 do Protocolo de Ouro
Preto", diz o documento assinado pela chancelaria de Maduro, que desafiou
a posição de Temer
30 DE JULHO DE 2016 ÀS 20:35
247 – Em carta enviada às chancelarias dos países do
Mercosul, a Venezuela, de Nicolás Maduro, comunicou que está assumindo a
presidência do Mercosul, a despeito da oposição de Brasil e Paraguai – dois
países que viveram rupturas democráticas, com seus golpes parlamentares.
"Informamos que, a partir de hoje, a República
Bolivariana da Venezuela assumirá com beneplácito o exercício da Presidência
Pro Tempore do Mercosul, com fundamento no artigo 12 do tratado de Assunção e
em correspondência com o artigo 5 do Protocolo de Ouro Preto", diz o
documento assinado pela chancelaria de Maduro, que desafiou a posição de Temer.
Leia, abaixo, reportagem do Opera Mundi:
Em carta, Venezuela anuncia a países-membros do Mercosul que
assumirá Presidência do bloco
Do Opera Mundi
A carta tem como data sexta-feira, 29 de julho, e teria sido
enviada às chancelarias dos países-membros do bloco. "Informamos que, a
partir de hoje, a República Bolivariana da Venezuela assumirá com beneplácito o
exercício da Presidência Pro Tempore do Mercosul, com fundamento no artigo 12
do tratado de Assunção e em correspondência com o artigo 5 do Protocolo de Ouro
Preto".
Na carta, a Venezuela ressalta que estes artigos são os
"únicos instrumentos normativos fundacionais que regulam a procedência e
continuidade da Presidência Pro Tempore" do Mercosul.
O governo do Uruguai comunicou ontem aos países do Mercosul que
estava deixando a presidência do bloco após o fim do período de seis
meses em que lhe competia liderar a organização.
No comunicado, Montevidéu reiterou sua posição de que a
Venezuela deve ser o próximo país a ocupar a presidência do Mercosul, como
estabelecem as regras do bloco. “O Uruguai entende que no dia de hoje não
existem argumentos jurídicos que impeçam a passagem da Presidência Pro Tempore
à Venezuela”, diz a nota.
Também na sexta-feira (29/07), a chanceler venezuelana,
Delcy Rodríguez, reiterou que “não há nenhuma razão jurídica” para que seu país
seja impedido de ascender à presidência rotativa da organização.
Rodríguez também pediu que os países-membros do Mercosul
“mantenham a unidade” do bloco, que tem sido, nos últimos meses, palco de uma
disputa política internacional devido à oposição do governo do Paraguai,
liderado por Horacio Cartes, e do governo interino do Brasil, liderado por
Michel Temer, ao governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro.
Na sexta-feira, fontes diplomáticas uruguaias informaram
à Agência Efe que a passagem da liderança à Venezuela não foi
realizada devido a “diferenças internas” entre os membros da organização.
Na quarta-feira (27/07), foi cancelada a reunião de
chanceleres do bloco que estava prevista para este sábado (30/07), na qual se
discutiria a questão da transição. Paraguai e Brasil, que são contrários à
passagem da liderança à Venezuela, já haviam anunciado ao Uruguai que não
participariam da reunião.
Os países do bloco mantêm divergências quanto à interpretação
do protocolo para a transferência do mandato, abordada no Tratado de Assunção e
no Protocolo de Ouro Preto (1994).
A orientação que há nos documentos é que "a presidência
do Conselho do Mercado Comum será exercida por rotação dos Estados partes, em
ordem alfabética, por um período de seis meses".
Enquanto a Venezuela entende que o processo de transição é
automático, Paraguai e Brasil defendem que é necessário consenso entre os
Estados, além de uma reunião para efetuar a passagem. A Argentina não se
posicionou de forma definida a respeito da questão.
A Opera Mundi, um funcionário do Mercosul disse que a
entidade, até o fim da sexta-feira, não tinha informações sobre o processo de
transferência da presidência do bloco.
*Com Agência Efe
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