diário operário e socialista desde 2003
28 DE JULHO DE 2016
Golpe na Turquia:
organizado pelos EUA e pela CIA
Uma reportagem publicada
pelo jornal turco Yeni Safak, próximo do presidente Recep Tayyip Erdogan,
apresenta o responsável pela organização da tentativa de golpe na Turquia no
dia 15 de julho: o general aposentado norte-americano John F. Campbell. Campbell
era até recentemente chefe da Força de Assistência para a Segurança
Internacional (ISAF, na sigla em inglês), missão ligada à OTAN no Afeganistão.
O jornal cita “fontes próximas aos processos contra presos
por participação na tentativa de golpe”. Milhares de pessoas foram presas
depois da tentativa de golpe, em que militares tomaram pontos estratégicos de
Istambul e Ancara, além de tomarem o controle de uma rede estatal de TV e
atacarem prédios públicos. Centenas de pessoas morreram durante a tentativa dos
militares de tomar o poder.
Campbell comandou a ISAF até o dia 1º de maio desse ano.
Depois de deixar o cargo, fez duas visitas secretas À Turquia, onde se reuniu
com militares nas bases de Erzurum e Incirlik, sendo esta última utilizada
pelos norte-americanos para lançar ataques na Síria.
US$ 2 bilhões
O golpe na Turquia foi parado pelo povo, que tomou as ruas e
enfrentou soldados e tanques para evitar mais um golpe militar no País. Do lado
do golpe, e do imperialismo, a força social usada para impulsionar o golpismo
foi o dinheiro. Mais precisamente, pelo menos US$ 2 bilhões geridos por
Campbell em sua missão para corromper militares turcos. Essa quantidade de
dinheiro foi transferida para a Turquia a partir do United Bank of Africa
(UBA) na Nigéria, operação que foi conduzida pela CIA. Pelo menos 80 militares
receberam dinheiro para serem “persuadidos” a participar da aventura golpista.
Segundo a reportagem, oficiais investigaram seus
subordinados durante meses na preparação para o golpe. Os soldados foram
classificados, levando em conta seu histórico e de suas famílias, em três
categorias, os que não participariam foram colocados em listas negras, enquanto
outros seriam neutros e uma terceira categoria participaria da tentativa de
derrubar o governo ou poderia ser corrompida por meio do dinheiro fornecido por
Campbell.
A revelação da participação de Campbell mostra como foi
possível forjar uma unidade entre um setor de militares para dar o golpe,
graças à coordenação de fora e ao dinheiro. Quando preso, o general de brigada
Mehmet Disli foi encontrado com um saco cheio de dinheiro. Para o imperialismo,
os regimes em crise não servem mais, precisam de governos fantoches ainda mais
duros. Por mais conciliadores que os governos dos países atrasados sejam,
como vinha sendo Erdogan.
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