ESPECIALISTA AMERICANO QUESTIONA: A LEI AINDA VALE ALGUMA
COISA NO BRASIL?
Em artigo publicado no portal americano Huffington Post,
Mark Weisbrot, diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política em
Washington, destaca que o Ministério Público no Brasil não encontrou crime
cometido pela presidente Dilma Rousseff; ele compara o episódio de Dilma ao
processo de impeachment sofrido pelo ex-presidente norte-americano Bill
Clinton, que acabou sendo rejeitado: é movido por um grupo de políticos que
querem mudar o resultado das eleições nacionais e orientar o país em uma
orientação diferente, de direita; "Mais importante, falta um crime",
afirma; "Eles podem se livrar dessa?", questiona, sobre os
apoiadores do impeachment; "Muito depende de se a mídia – e o público –
agora vai aceitar que um grupo de políticos corruptos pode remover um
presidente democraticamente eleito, sem qualquer base legal para fazê-lo",
responde
21 DE JULHO DE 2016 ÀS 15:40
247 – O diretor do Centro de Pesquisa Econômica e
Política em Washington, Mark Weisbrot, publicou um artigo no portal
norte-americano Huffington Post em que destaca que o Ministério
Público não encontrou crime cometido pela presidente Dilma Rousseff e coloca
uma pergunta: "A lei vai contar para alguma coisa no Brasil?".
Weisbrot, que recentemente acusou os Estados Unidos de apoiarem o
golpe contra Dilma, vê "muitas semelhanças" entre o episódio da
presidente do Brasil e o processo de impeachment sofrido pelo ex-presidente
norte-americano Bill Clinton, que acabou sendo rejeitado no Congresso dos
Estados Unidos.
"É movido por um grupo de políticos que querem mudar o
resultado das eleições nacionais e orientar o país em uma orientação diferente,
de direita", compara o americano. "Mais importante, falta um crime;
os inimigos de Bill Clinton poderiam ao menos vir para cima com os alegados
crimes de perjúrio e obstrução da Justiça, mas os articuladores do impeachment
de Dilma não têm nem tal violação criminal para alegar", diz.
"Falta, é claro, o escândalo sexual", lembra ele.
"E as acusações são tão fracas que a maioria das pessoas nem sequer sabe
contra o que a presidente está sendo acusada, e não é assim tão fácil de
descobrir", ironiza, detalhando a decisão do procurador federal Ivan
Claudio Marx, que concluiu que não houve crime cometido por Dilma Rousseff.
O colunista faz um duro ataque à imprensa brasileira:
"Mas relatos da imprensa – na medida em que sequer se preocupou em
informar sobre a conclusão do procurador – parecem indicar que as forças
pró-impeachment estão agindo como se a lei, e a declaração do promotor, são
irrelevantes".
Weisbrot afirma que os adversários de Dilma "estão
pressionando a todo vapor o Senado para reverter os resultados das eleições
presidenciais de outubro de 2014" e líderes políticos, como ficou
comprovado em gravações telefônicas, "estão fazendo isso para evitar uma
investigação mais aprofundada de sua própria suposta corrupção".
"Eles podem se livrar dessa? Muito depende de se a
mídia – e o público – agora vai aceitar que um grupo de políticos corruptos
pode remover um presidente democraticamente eleito, sem qualquer base legal
para fazê-lo", conclui.
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