domingo, 31 de julho de 2016

Temer gastou R$ 328 mil em 3 dias de viagem oficial, com direito a duas Mercedes e seis BMW

31/7/2016 11:41
Temer gastou R$ 328 mil em 3 dias de viagem oficial, com direito a duas Mercedes e seis BMW
Documentos revelam gastos do interino em viagens oficiais quando era vice-presidente; Teve concerto em Nova York, fotógrafo exclusivo em Istambul e gasto de R$ 52 mil em três diárias de hotel

Telegramas produzidos por embaixadas brasileiras e divulgadas a partir da Lei de Acesso à Informação revelam detalhes sobre viagens internacionais caras, grandes comitivas e dinheiro extra para as viagens do então vice-presidente Michel Temer.

Os documentos, revelados pelo jornal Folha de S.Paulo, detalham os gastos de R$ 328 mil que o governo gastou em três dias de viagem oficial - sem contar despesas com aviões e diária dos servidores – do agora presidente interino a Istambul, a maior cidade da Turquia.

As mordomias custaram o trabalho de um fotógrafo turco exclusivo ao valor de US$ 944, o aluguel de duas salas no hotel para reuniões e entrevistas, no valor de US$ 4.000 e US$ 2.100. Tudo pago com “solicitações de recursos” pedidos pelo embaixador Marcelo Jardim ao Itamaraty, em Brasília, que precisou assumir os custos.

Mas o que mais chamou a atenção foi o aluguel dos veículos da comitiva, que incluiram duas Mercedes Benz, seis BMW, quatro vans Sprinter, dois Mondeo e um caminhão-baú para bagagens, tudo por US$ 21 mil. Já as três diárias em um quarto duplo no hotel Conrad saiu por US$ 16 mil (R$ 52 mil).

Entre 2011 e 2016, foram 15 viagens internacionais, incluindo uma a Nova York na qual o cônsul-geral do Brasil, Seixas Corrêa, precisou pedir US$ 45 mil (R$ 145 mil) ao Itamaraty para cobrir o aluguel na Peniel Limousine Service, por critério do menor preço. Uma de suas atividades foi ir a um concerto da Orquestra Filarmônica Bachiana no Lincon Center.

Outro lado

Ao jornal, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República informou que o então vice “sempre procurou economizar recursos públicos em seus deslocamentos ao exterior” com o intuito de trazer investimentos ao Brasil.

Link curto: http://brasileiros.com.br/i1cJY




Fonte: Revista Brasileiros

Ciro Gomes chama senador de assassino e cita políticos que lucram com o crime organizado

Publicado:
30 julho 2016
NOTÍCIAS BN DO BRASIL E MUNDO   - Especialista em Política

Ciro Gomes chama senador de assassino e cita políticos que lucram com o crime organizado
Ciro Gomes, mais uma vez, perde a linha, chama senador tucano de assassino e diz quais políticos lucram com a violência no Ceará.
Ciro chama Tasso de 'assassino' e diz quais políticos lucram com a violência no Ceará
Ciro chama Tasso de 'assassino' e diz quais políticos lucram
 com a violência no Ceará

O ex-ministro Ciro Gomes mais uma vez fez jus ao seu estilo explosivo e, em entrevista nesta sexta-feira, dia 29, na Rádio Tupinambá AM, na cidade de Sobral, no Ceará, voltou atacar nomes importantes da política nacional e do próprio estado. Bastante irritado com a possibilidade de que seu irmão, Ivo Gomes, venha a perder a eleição para prefeito da cidade, ele fez acusações bastantes graves ao senador tucano, Tasso Jereissati, a quem o chamou, ironicamente, de 'meu amigo'. Além disso, ele citou o nome de políticos que, na sua opinião, lucraram e ainda continua a tirar vantagem da questão da violência pública e com o#Crime organizado.
Ciro chama Tasso Jereissati de assassino e diz que ele exerce seu mandato atual na base do ódio
Por causa de um episódio ocorrido quando o atual senador tucano era governador do Ceará, Ciro declarou abertamente que a atitude do parlamentar era tipicamente de um assassino. Na ocasião, havia uma greve dos policiais militares nos quartéis do Ceará. De acordo cm o ex-ministro, Tasso então teria ordenado que se atirasse nos militares rebelados. Quando questionado pelo próprio Ciro que tal ato poderia levar à morte de muitos policiais, o parlamentar teria dito: 'morram!'
Sobre a atual postura de Tasso na atualidade, Ciro afirmou que o mesmo exerceu seu atual mandato com o coração repleto de ódio e de muito rancor. Na opinião do ex-ministro, a postura do tucano deve-se ao fato dele ter sido derrotado uma vez na eleições para o Senado. Segundo ele, o amor ao povo e o sentimento de espírito público deram lugar ao rancor e ao ressentimento.
Ciro cita nomes que têm ligação direta com o crime organizado no Ceará
Sem poupar nomes que se destacam na política cearense na atualidade, Ciro criticou o do atual pré-candidato a prefeito de Fortaleza, nas próximas eleições pelo Partido da República (PR-CE), Capitão Wagner. Nome bastante aplaudido na capital cearense, o parlamentar que, atualmente, é deputado estadual deverá concorrer com o atual prefeito, Roberto Cláudio (PDT-CE), apadrinhado de Ciro e Cid Gomes, que tentará a reeleição.
Segundo Ciro Gomes, o candidato do PR, que faz parte da Polícia Militar do Estado do Ceará, possui ligações com o crime organizado e vive a espalhar o terror e o caos em toda a parte. Segundo o ex-ministro, ele comanda uma verdadeira milícia dentro da instituição em que exerce um cargo de comando. Depois de chamá-lo de 'vagabundo', o ex-ministro disse que seu irmão, Cid Gomes, deveria ter mandado prender o mesmo quando estivera frente ao cargo de governador do Estado. Inimigo declarado dos irmãos Ferreira Gomes, o Capitão Wagner também não poupa esforços em acusar o irmão de Cid, mesmo sem ter como provar todas as declarações.
Ciro ataca senador peemedebista por ter enriquecido às custas da violência no Ceará 

Sem hesitar, Ciro Gomes, desta vez, voltou a 'metralhadora' de seus ataques para outro desafeto político seu: O senador peemedebista, Eunício Oliveira. Ele acusou publicamente o parlamentar de lucrar com a violência atual que se alastra por todo o Ceará. Dono de uma empresa de segurança privada, o político estaria lucrando muito alto com a venda de serviços nesta área. Segundo o ex-ministro, todas as propriedades do parlamentar como sua mansão em Brasília, um apartamento em Nova Iorque e seu jatinho particular teriam sido amealhados com a exploração do caos gerado pela onda de crimes que assombra o estado.#CiroGomes

2ª parte da entrevista da Professora Maria Josélia de Jaboatão dos Guara...



Segunda parte da entrevista do meu contato e minha experiencia com os extraterrestre no hangouts do Maurição Almeida. O brigado Mauricio.

Chocante, Impactante, Estarrecedor, Impressionante! Abdução da Professor...



Primeira parte da entrevista do meu contato e minhas experiencias com os extraterrestre no hangouts do Maurição Almeida. O brigado Mauricio.

Novas regras para aposentadoria valerão para trabalhadores de até 50 anos Normas de transição terá pedágio entre 40% e 50%

Novas regras para aposentadoria valerão para trabalhadores de até 50 anos Normas de transição terá pedágio entre 40% e 50%
por Geralda Doca 30/07/2016 4:30 / Atualizado 30/07/2016 9:19
Alívio. O ministro Padilha conversa com o presidente Temer
 em reunião recente: mulheres e professores terão tratamento
 especial - Andre Coelho / O Globo

BRASÍLIA - O governo já definiu um dos pontos mais polêmicos da reforma da Previdência, que todo brasileiro gostaria de saber: quem será atingido pelas mudanças e como. As novas regras — mais rígidas e que exigirão mais tempo de trabalho para se obter a aposentadoria — valerão para quem tiver até 50 anos de idade. Terão direito a uma regra de transição aqueles que tiverem 50 anos ou mais quando a reforma for promulgada. Nesse caso, haverá um pedágio entre 40% e 50%, ou seja, terão de trabalhar por um período adicional para requerer o benefício pelas normais atuais.
As linhas gerais da reforma da Previdência foram fechadas em reunião na última quinta-feira entre o presidente interino, Michel Temer, e os ministros da área econômica e da Casa Civil. O eixo é a adoção de uma idade mínima para a aposentadoria, de 65 anos, podendo chegar a 70 anos no futuro.
Também ficou decidido que mulheres e professores, que atualmente podem se aposentar antes dos demais trabalhadores, terão uma regra de transição especial, pela qual levarão mais tempo até que os critérios de aposentadoria se igualem aos dos demais trabalhadores.
A proposta foi antecipada ao GLOBO pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ele contou que foi apresentado ao presidente um duro diagnóstico das contas do regime de aposentadoria, que ficaria inviável na próxima década se nada fosse feito.
— Estamos com um déficit crescente de forma exponencial e explosivo. Só que a receita da União não é explosiva. Logo, o déficit vai bater no limite máximo do que o orçamento suporta. Então, nós temos que puxar os efeitos dessa reforma para o mais próximo possível, sem sermos injustos, fazendo a transição — disse o ministro.
Segundo Padilha, o corte de 50 anos e o pedágio de até 50% (por exemplo, se faltam dez meses para a aposentadoria, o trabalhador teria de esticar em cinco meses o período na ativa para requerer a aposentadoria sob a legislação hoje em vigor) farão com que a transição entre as regras atuais e as novas dure 15 anos, considerado um prazo razoável para interromper a trajetória explosiva do déficit.

Entenda a proposta de reforma da Previdência em 12 pontos
Foto: Camilla Maia / Agência O Globo
Por que a reforma é necessária.

A Previdência registra rombo crescente: os gastos saltaram de 0,3% do PIB em 1997 para projetados 2,7% em 2017. Em 2016, o rombo é de R$ 149,2 bi (2,3% do PIB). A conta é insustentável, pois os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter fatia maior de idosos e o número de jovens, que sustentam o regime geral, encolherá.
Para mulheres e professores, que terão tratamento diferenciado, a transição levará mais tempo. No caso das mulheres, foi uma decisão presidencial, apesar de viverem mais.
Padilha disse ainda que o governo pretende criar uma brecha legal para permitir que a idade de aposentadoria chegue aos 70 anos, dependendo da mudança demográfica, agravada pelo rápido envelhecimento da população brasileira. Ele explicou que o ponto de partida será 65 anos. Será definida uma regra de como ao longo do tempo o patamar poderá ser elevado, sem precisar passar pelo Congresso.
Ele reafirmou que a reforma pretende fixar regras únicas para todos os trabalhadores, mas que isso não significa que os regimes privado e do servidor serão unificados. Os militares das Forças Armadas também terão que cumprir a idade mínima de 65 anos, com mudanças nas carreiras para absorver o tempo maior na ativa. O governo ainda avalia como ficará a pensão das filhas, no caso em que os militares optaram por manter o benefício em 2001, pagando um adicional.
Já policiais militares e bombeiros, que não têm idade para se aposentar (só tempo de contribuição), não serão abrangidos pela reforma da Previdência. Caberá aos estados alterar as regras para essas categorias. O entendimento é que trazer essa questão para a Constituição poderá dificultar ainda mais o processo de aprovação no Congresso.
O ministro confirmou ainda que o governo pretende mexer nas regras da pensão por morte para todos os segurados (do INSS e servidores públicos): o valor do benefício cairá para 60%, mais 10% por dependente, no limite de 100%. Os benefícios assistenciais (Lei de Assistência Social, a Loas), pagos a idosos e deficientes da baixa renda, também passarão por mudanças. A idade de 65 anos deve subir e o valor do auxílio — correspondente a um salário mínimo independentemente de tempo de contribuição — será revisto.
A mudança, neste caso, valerá apenas para os novos beneficiários. A proposta prevê ainda uma cobrança de contribuição para os trabalhadores rurais, além do aumento da idade para aposentadoria (hoje mais cedo do que a dos demais).
FORÇA AO ACORDO COLETIVO
indagado sobre a resistência das centrais sindicais à reforma, Padilha respondeu que os interesses do cidadão vão se impor no Congresso:
— As posições das centrais e confederações serão mantidas, mas serão superadas. Ficarão acima das posições deles os interesses do cidadão, do João, da Maria, do José, que precisam saber como vão se aposentar.
Padilha disse que outra reforma prioritária do governo, a trabalhista, conterá apenas dois tópicos: prevalência do acordado sobre a CLT, com a valorização da negociação coletiva, e regulamentação da terceirização, inclusive nas atividades-fim.
— Vamos aprovar o projeto (de terceirização) que está no Senado e, se for o caso, a gente modifica, porque aquela aprovação na Câmara foi uma batalha campal e, neste caso, há muito risco, a gente pode ganhar ou perder.

Ontem, em entrevista a agências internacionais de notícias, Michel Temer afirmou que acha difícil que as reformas da Previdência e trabalhista sejam aprovadas ainda este ano. Porém, o presidente interino garantiu que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que impõe teto para os gastos públicos será votada ainda em 2016.

Petrobras perdeu hoje mais do que com a Lavo a Jato inteira; Governo Temer vendeu por R$ 8,5 bi campo de pré-sal que vale R$ 22 bi

Brito: Petrobras perdeu hoje mais do que com a Lavo a Jato inteira; Governo Temer vendeu por R$ 8,5 bi campo de pré-sal que vale R$ 22 bi
30 de julho de 2016 às 00h32
 Temer, pré-sal, parente-001

coluna

Venda de Carcará: Petrobras perdeu hoje mais do que com a Lava Jato inteira
O governo Michel Temer e o gestor que ele colocou na Petrobras, o ex-ministro do apagão Pedro Parente tiraram, hoje, da Petrobras, mais do que todos os desvios de paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Nestor Cerveró e todos os outros ratos que roeram o dinheiro da Petrobras nos casos investigados pela Operação Lava Jato.
A venda do campo de Carcará para a norueguesa Statoil é um desastre que pode se explicar com uma conta muito básica.
Mesmo a 50 dólares o barril, campos como Carcará – onde os estudos já apontaram para uma produção superior a 35 mil barris diários por poço – remetem a um custo mais baixo do que a média já fantástica de US$ 8 dólares por barris atingida no pré-sal. Depois de pagos royalties (Carcará é anterior à lei de partilha), impostos, custos de transporte e tudo o mais. é conta muito modesta estimar um lucro de US$ 5 por barril. Pode até ser o dobro.
Carcará teve colunas de rocha-reservatório até quatro vezes mais extensas que Sapinhoá (ex-Guará) e sua metade oeste, onde estão os poços, tem mais ou menos a mesma área. Sapinhoá tem uma reserva medida de 2,1 bilhões de barris de óleo recuperável, isto é, que pode ser extraído.
Pode, portanto, ser maior, muito maior.
Ma já se Guará tiver o mesmo, apenas o mesmo, faça a conta: lucro de mais de 10 bilhões de dólares, a cinco dólares por barril.
Ou R$ 33 bilhões, ao dólar de hoje. Como a Petrobras detinha 66%, dois terços, da área, R$ 22 bilhões.
Pode ser mais, muito mais, esta é uma conta conservadora.
Este campo foi vendido por R$ 8,5 bilhões, metade a vista e metade condicionada à absorção de áreas vizinhas, dentro do processo que, na linguagem do setor, chama-se “unitização”, quando o concessionário leva as áreas nas quais, mesmo fora do bloco exploratório original, a reserva petrolífera se prolonga, na mesma formação geológica.
Como o valor estimado das roubalheiras na Petrobras ficou na casa de R$ 6,2 bi, nos cálculos folgados que se fez para a aprovação de seu balanço, tem-se uma perda de mais de duas Lava Jato.
Sem incluir na conta as centenas de milhões de dólares gastos na perfuração dos três poços pioneiros – muito mais caros que os de produção normal – e nos estudos e sensoriamentos geológicos que fez para determinar o “mapa” da reserva.
Reproduzo, por definitiva, a frase do professor Roberto Moraes: “o que é legal pode ser muito mais danoso que o ilegal”.
Ontem, Parente pediu pressa no fim da lei da partilha. Hoje, vendeu Carcará.
Fez, assim, da Petrobras a única petroleira do mundo que diz que não quer lugar cativo nas melhores jazidas de petróleo descobertas neste século. Faz dela a única que dá, a preço de banana, o que já tinha do “filé” do filé do pré-sal.


Investigação VIOMUNDO

Estamos investigando a hipocrisia de deputados e senadores que dizem uma coisa ao condenar Dilma Rousseff ao impeachment mas fazem outra fora do Parlamento. Hipocrisia, sim, mas também maracutaias que deveriam fazer corar as esposas e filhos aos quais dedicaram seus votos. Muitos destes parlamentares obscuros controlam a mídia local ou regional contra qualquer tipo de investigação e estão fora do radar de jornalistas investigativos que trabalham nos grandes meios. Precisamos de sua ajuda para financiar esta investigação permanente e para manter um banco de dados digital que os eleitores poderão consultar já em 2016. Estamos recebendo dezenas de sugestões, links e documentos pelo galeriahipocritas@gmail.com

UMA ONDA DA MARÉ GALÁCTICA DA LUZ DIVINA DESCE SOBRE A TERRA (Sintomas)

UMA ONDA DA MARÉ GALÁCTICA DA LUZ DIVINA DESCE SOBRE A TERRA (Sintomas)
 

"Os subníveis da 4ª D estão finalizados, agora estamos tocando a Porta da 5ª D. A faixa de frequência atual oscila entre 26 a 28 hz e chegaremos a 32 Hz no espaço de um mês. Tudo está absolutamente sendo calibrado e quantificado, e a grade irá abrir-se cada vez mais de maneira muito suave, paulatinamente e sem deter-se."
Vamos experimentar uma dinâmica recalibração dos campos electromagnéticos na Terra em escala global, que causará uma mudança radical na consciência.
Nesta segunda metade do ano experimentaremos mudanças mais fortes, sintomas da expansão das frequências, a cura, o equilíbrio e alinhamento do corpo, mente e alma.

 A Energia do Cristo Cósmico entrante no planeta agora está aumentando a frequência da nossa energia Kundalini.
 O nosso campo áurico está expandindo e está cada vez mais brilhante. A Aura celebra as energias cósmicas de alta frequência que está recebendo das Dimensões superiores. À medida que a aura expande, a pessoa expande sua consciência. A nossa aura deve passar por essas expansões a fim de fundir-se com a Nova Terra.
 As mudanças de frequência estão filtrando qualquer frequência vibratória mais baixa do nosso corpo.
 Sensação de alterações emocionais, humor irritável e esmagadoras alterações mentais, desorientação, falta de concentração, reações físicas com altos tons de som vibrando nos ouvidos, intensa pressão em torno da cabeça, fadiga, esgotamento, são sinais claros de que estamos integrando-nos com a espiral da Terra e os seus Códigos de mais alta frequência, criando, assim, um Corpo Cristalino interconectado e unificado que carregará mais da Energia Cósmica Crística.
 Nosso corpo está passando por um processo de mudança, sendo redefinido. Enquanto passamos por esse processo, o nosso DNA também passa. O DNA está se programando para uma nova realidade a nascer dentro dele, para que você possa começar a experimentar uma nova visualização da Terra para além dos baixos limites da 3ª D.
 A ativação de novas vias neurais desencadeiam novas percepções, novas informações, novos impulsos e uma recalibração do nosso DNA, ativando assim o nosso potencial mais elevado conforme a Terra ascende mais e mais rápido em espiral através do Portal 4ª D, para que ganhemos mais e mais consciência do Universo.
Assim como a Terra sobe, mais e mais rápido, em espirais através do Portal das Estrelas da 4ª D , nós somos levados a estados superiores de consciência dentro do novo Universo Harmônico.

 À medida que os Véus são levantados perceberemos mundos de beleza inimaginável. A realidade Multidimensional que interliga todas as coisas será tão clara como a luz do Sol. A realidade antiga será varrida pela revelação do que nós Somos, Liberados, Transformados em um Ser Multidimensional, consciente, pleno e livre.
 A Nova Terra vai surgir sem medo, sem guerra, sem cobiça, custodiada pela espécie humana desperta, manifestando paz com amor, luz e celebração.
 Abra-se a estas elevadas frequências dimensionais; abra seu coração, confie com amor.

Agora é o momento de Grande Mudança do Ciclo de Ascensão!

Com Amor-Unidade,

Sacred Romeo



Autor: Sacred Romeo
Tradução: Vilma Capuano

Fonte: Rise Earth 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Cientista americano admite que criou o vírus HIV para redução da população

NO Cosmos
Cientista americano admite que criou o vírus HIV para redução da população
Em abril de 1984, o Dr. Robert Gallo entrou com um pedido no Estados Unidos referente a sua invenção, o vírus HIV / AIDS. Normalmente, quando uma patente é apresentada e aprovado, como a Dr. Gallo foi, quem usa o produto ou invenção deve um pagamento de royalties para o artífice
 dr-gallo-tonocosmos
Dr. Robert Gallo ficou famoso em 1984 com a descoberta do vírus.

Assim, mantendo as leis de propriedade intelectual para as suas interpretações mais completas, é preciso apenas se maravilhar por Dr. Gallo ainda tem que arquivar um processo que pretendem recuperar os danos do uso de sua invenção?
Por mais estranho que este estado de coisas poderia soar, não tem necessidade de um escrutínio extra. A evidência científica é completa e convincente, o vírus da Aids é um bi-produto criador do programa de vírus especial dos EUA. O programa Vírus especial foi um programa de desenvolvimento de vírus federal que persistiu Nos EUA, de 1962 até 1978. Os EUA Virus Especial foi então adicionado como “complemento” para Vacinar inoculações na África e Manhattan, segundo o site Huffington Post e Chicago Tribune, de uma matéria de 1991.
Pouco tempo depois o mundo estava envolto com infecções em massa de vírus animal. Uma revisão especial do Fluxograma Vírus ( “lógica de investigação”) revela que os Estados Unidos procuram uma “partícula de vírus” que poderia impactar negativamente os mecanismos de defesa do sistema.  De acordo com os Procedimento dos EUA, a SIDA é um processo biológico, o desenvolvimento laboratorial do vírus Visna peculiar, detectado pela primeira vez em ovinos islandês. Recentemente, cientistas norte-americanos e mundiais garantiram com 100 por cento de certeza que a gênese da AIDS foi num laboratório .
No início deste ano, o Dr. Gallo admitiu seu papel como um projeto para o programa de desenvolvimento de vírus federal, o vírus especial. O fluxograma do programa e os relatórios de progresso prova inegavelmente que os Estados Unidos estava num “jogo de abater populações do mundo através do desencadeamento de um organismo biológico”. À luz desta verdade é que  os EUA  deve pagamentos “reais” para as vítimas inocentes. Cada vítima da AIDS é digno de um pedido de desculpas adequada e uma forma de fechamento econômico para custear o tratamento. Os olhos do mundo estão sobre equipe de saúde do Escritório geral de contabilidade, sob a direção de William J. Scanlon. Entre 1964 e 1978, o programa de vírus Federal secreto gastou US $ 550 milhões de dólares de dinheiro dos contribuintes para criar a AIDS.


DCM: MORO AGORA PASSA A SER OBSERVADO PELO MUNDO

DCM: MORO AGORA PASSA A SER OBSERVADO PELO MUNDO
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O jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, afirma que "Lula agiu muito bem em bater nas portas da Comissão de Direitos Humanos da ONU" para denunciar os excessos de Sérgio Moro; "No centro do apelo de Lula está o que todos sabem, embora poucos falem: Moro é um juiz parcial, tendencioso, inconfiável. É um juiz da plutocracia, um homem que não faz cerimônia nenhuma em aparecer ao lado de homens como os irmãos Marinhos em celebrações. É evidente que ele vai condenar Lula, quaisquer que sejam as circunstâncias, se puder. Condenar e prender. Os fatos não contarão nada, assim como no julgamento de Dilma pelo Senado. Moro é um juiz da linha de Gilmar Mendes", critica

28 DE JULHO DE 2016 ÀS 20:34 

247 - O jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, afirma que "Lula agiu muito bem em bater nas portas da Comissão de Direitos Humanos da ONU" para denunciar os excessos de Sérgio Moro.
"No centro do apelo de Lula está o que todos sabem, embora poucos falem: Moro é um juiz parcial, tendencioso, inconfiável. É um juiz da plutocracia, um homem que não faz cerimônia nenhuma em aparecer ao lado de homens como os irmãos Marinhos em celebrações. É evidente que ele vai condenar Lula, quaisquer que sejam as circunstâncias, se puder. Condenar e prender. Os fatos não contarão nada, assim como no julgamento de Dilma pelo Senado. Moro é um juiz da linha de Gilmar Mendes. Você consegue ver Gilmar julgando qualquer causa relativa ao PT que não seja com uma tonitruante condenação? É uma medida extrema a de Lula, mas tempos excepcionais demandam ações igualmente excepcionais. Fingir que Moro e a Lava Jato são neutros só serve à plutocracia e a ambos, Moro e Lava Jato", diz.



Lula fez muito bem em denunciar Moro ao mundo. Por Paulo Nogueira
Postado em 28 Jul 2016  por : Paulo Nogueira
 Juiz partidário
                            Juiz partidário

Num mundo menos imperfeito, Lula jamais teria que recorrer a um tribunal internacional para se defender de acusações que lhe são feitas no Brasil.
Mas este mundo em que vivemos é muito imperfeito — e isto quer dizer que Lula agiu muito bem em bater nas portas da Comissão de Direitos Humanos da ONU.
No centro do apelo de Lula está o que todos sabem, embora poucos falem: Moro é um juiz parcial, tendencioso, inconfiável.
É um juiz da plutocracia, um homem que não faz cerimônia nenhuma em aparecer ao lado de homens como os irmãos Marinhos em celebrações.
É evidente que ele vai condenar Lula, quaisquer que sejam as circunstâncias, se puder. Condenar e prender.
Os fatos não contarão nada, assim como no julgamento de Dilma pelo Senado.
Moro é um juiz da linha de Gilmar Mendes. Você consegue ver Gilmar julgando qualquer causa relativa ao PT que não seja com uma tonitruante condenação?
É uma medida extrema a de Lula, mas tempos excepcionais demandam ações igualmente excepcionais, para lembrar a grande frase do rebelde britânico Guy Fawkes.
Fingir que Moro e a Lava Jato são neutros só serve à plutocracia e a ambos, Moro e Lava Jato.
Um dos erros graves de Dilma e do PT não foi, lá para trás, ter reagido à altura quando se caracterizaram os abusos da Lava Jato. Não tardou que ficasse claro que o objetivo de Moro era extirpar Lula, Dilma e o PT — e não a corrupção.
Dilma, Lula e o PT sempre contemporizaram com a farsa de Moro e da Lava Jato, dentro de uma estratégia fracassada de republicanismo suicida.
Coube a Lula, ainda que com atraso, dizer verdades sobre Moro, primeiro no plano interno e agora no cenário internacional.
As pessoas lá fora desconhecem o que se passa no Brasil. O jornalista americano Glenn Greenwald disse nunca ter visto uma mídia como a brasileira. Ele só viu o horror por viver aqui. O advogado australiano contratado por Lula foi na mesma linha: disse ser inconcebível, em sua terra, um juiz como Moro.
Vivemos uma guerra movida pela plutocracia. O jornalismo que se pratica nas corporações é de guerra. A justiça que se faz nos tribunais mais elevados é de guerra.
Que essa guerra seja, ao menos, reconhecida e denunciada por suas vítimas.
O recurso de Lula está impregnado de um forte componente simbólico. A direita brasileira tradicionalmente aumenta a violência contra a democracia quando não há resposta a seus ataques.
Lula respondeu. Jogou em escala mundial luzes sobre o caráter de Moro e da Lava Jato.
Moro vai ter que ser mais cuidadoso com seus passos, para não dar completa razão a Lula.
Ele será observado pelo mundo, uma situação nova e desconfortável para quem jamais recebeu nenhum tipo de fiscalização no Brasil e por isso pôde cometer abusos em série.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Mídia esconde denúncia de jornal inglês contra mulher de Temer

GOLPISMO
Mídia esconde denúncia de jornal inglês contra mulher de Temer
Restrição intempestiva e inédita de uso do estacionamento público na entrada do Palácio do Jaburu simboliza comportamento da família presidencial que em outros tempos geraria “indignação” na imprensa
por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania publicado 26/07/2016 19:58
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Blog da Cidadania  -  “Um dos maiores vexames internacionais a que o país poderá ser submetido nos próximos anos é o conhecido uso desmesurado de dinheiro público pela família de Michel Temer”, diz interlocutora profundamente versada em intimidades dos centros de poder. “Marcela é o ponto fraco de Temer”, diz a fonte. “Os caprichos dela ainda vão custar caro…”.
A conversa decorreu de fato envolvendo a mulher de Temer que saiu discretamente na mídia, mas que, fosse outro grupo político a ocupar o governo federal, teria ganhado grande destaque. Ou seja: se Lula ou Dilma governassem, o tema dessa reportagem daria pano pra manga.
Ainda estão frescas na memória de quem presta atenção no Brasil as picuinhas da imprensa contra os presidentes petistas. Lá em 2004, por exemplo, o mundo quase caiu sobre a cabeça de Lula porque a imprensa cismou com um arranjo floral nos jardins do Palácio da Alvorada que reproduziria uma “estrela do PT”.
A imprensa caçou ferozmente qualquer tipo de vinculação pública do então presidente Lula com seu partido, como se tal vinculação fosse segredo. O portal G1 chegou ao absurdo de questionar o fato de a esposa do então presidente, Marisa Letícia, usar um maiô com uma estrela vermelha estampada.
A obsessão midiática por supostos “abusos” dos presidentes “petistas” com a res pública perdurou até a era Dilma. Reportagem do Estadão de alguns anos atrás implicava com outra “estrela petista” que teria sido plantada na Granja do Torto.

Na semana passada, a imprensa noticiou que a ida de Marcela Temer e de seu filho para Brasília tem provocado mudanças na rotina e nos protocolos do Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República.
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Uma das medidas tomadas recentemente foi a proibição do uso do estacionamento público localizado na entrada do local, que chegou a ter seu acesso bloqueado por um período logo que Temer assumiu o comando do país, em maio deste ano.
O que se sabe é que o caso não ganhou o destaque merecido. Na verdade, não ganhou destaque algum. A notícia saiu bem escondidinha e sumiu em seguida.
Marcela proibiu o uso do estacionamento porque ficou incomodada com a exposição que poderia ter e com a possibilidade de que fossem feitas fotos da área privativa do palácio caso a imprensa ficasse naquele lugar.
Quando a imprensa vai cobrir a Residência Oficial do presidente da República, seguranças vêm indicando outra região onde os carros de reportagem e veículos particulares podem ser estacionados.
Esses locais são improvisados. Ficam em um canteiro de grama, afastado da entrada do Jaburu, que teve o meio-fio quebrado para facilitar o acesso, ou em faixa de asfalto com a marcação de proibição para o tráfego.
As demarcações são irregulares, mas estão lá porque “dona Marcela quer”.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República negou que a restrição ao uso do estacionamento público tivesse sido pedida por Marcela, mas não explicou por que tal medida só foi tomada após a chegada dela ao Palácio.
Seja como for, a restrição intempestiva e inédita de uso de área pública simboliza um comportamento da família presidencial que em outros tempos geraria “indignação” na imprensa antipetista.
A fonte do Blog citou esse caso como decorrente de histórias sobre o comportamento de ditador de república bananeira que se diz que vem sendo adotado por Temer, sobretudo após virar presidente interino.
Em maio último, o tabloide  inglês “Daily Mail” publicou extensa reportagem sobre Marcela dando conta de uma vida de “família real” que os Temer se dão à custa de dinheiro público.
O tabloide, que utiliza fotos postadas nos perfis do Instagram de pessoas próximas a Marcela, comparou os gastos da esposa de Michel Temer aos de Maria Antonieta, rainha da França na época da Revolução Francesa e esposa de Luís XVI, no fim do século 18.
Segundo o jornal britânico, os gastos financeiros da primeira-dama, de 33 anos, não refletem o momento de crise que o Brasil enfrenta.
Na artigo, o Daily Mail lista uma série de aquisições não só para Marcela, como para sua família. Entre eles, as viagens internacionais de primeira classe, cirurgias plásticas e procedimentos estéticos para a mãe de Marcela, Norma Tedeschi, e uma vida regada a champanhe, roupas caras e festas badaladas para a irmã, Marcela Fernanda Tedeschi.
Ainda de acordo com a publicação, a família possui quatro camareiras somente para lavar e passar as roupas, além de duas empregadas, uma cozinheira e uma babá para cuidar de seu filho único, Michelzinho, de 7 anos.
As despesas, segundo o jornal, não param por aí: Marcela Temer teria promovido uma reforma em vários cômodos no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência em Brasília, que, de acordo com a publicação, custou milhões de reais de dinheiro público. Marcela teria ainda insistido para o marido comprar uma casa para sua mãe e sua irmã na capital federal avaliada em cerca de R$ 7 milhões.
Diante do comportamento anterior da imprensa, quando petistas governavam o país, surpreendeu a reação da imprensa brasileira ao que diz a homóloga britânica. Reportagem do jornal Folha de São Paulo tenta desqualificar a matéria atribuindo-lhe pequenos erros que, na prática, não invalidam uma só acusação de abuso do dinheiro público atribuído à família presidencial.
Entre os erros que a imprensa brasileira atribuiu à matéria britânica está a informação de que Marcela estava ao lado do marido na cerimônia de posse de Temer como presidente interino, apesar de que ela não estava. E, ironicamente, a matéria critica o perfil de Marcela pelo “Mail” por citar críticas que teriam sido direcionadas ao casal sem divulgar o autor das falas.
Sim, você leu corretamente: a Folha criticou o jornal britânico por divulgar informações de fontes que não quiseram se identificar, como se, no Brasil, essa prática não estivesse por trás de nove entre dez denúncias midiáticas contra petistas.
O tabloide, segundo a Folha, afirmou “incorretamente” que a irmã de Marcela, Fernanda Tedeschi, chegou a posar para a revista “Playboy” e que as fotos depois “foram misteriosamente vazadas na internet”.
A defesa que Folha faz para a família Temer diz que a irmã de Marcela, Fernanda apenas assinou um contrato com a revista e desistiu antes de posar para o ensaio. As fotos que chegaram a ser divulgadas são de uma prévia antecipada pela Editora Abril, que publicava a “Playboy” na época.
O que isso muda em relação à denúncia da imprensa britânica? Se você disse nada, acertou.
O fato a destacar é que se estão erradas as informações sobre gastos exagerados feitos pela família Temer, cumpriria à imprensa brasileira investigar e publicar a verdade. As reformas feitas no palácio, todos os gastos abusivos com dinheiro público teriam que ser investigados e, em nada sendo encontrado, aí, sim, a imprensa brasileira poderia inocentar sua equivalente britânica, mas o assunto morreu em maio e nunca mais se ouviu falar do assunto.
Por outro lado, surgiram versões de que a preocupação com o suposto estilo imperial de Marcela, que dizem custar (muito) dinheiro público, seria “machismo”.
Não é difícil de isso ocorrer. Marcela é o alvo perfeito para machismo, tanto quanto Dilma. Porém, ninguém viu a mulher de Temer reclamando da Veja por tê-la qualificado como “bela, recatada e do lar”, o que, para qualquer mulher emancipada, é quase uma ofensa.
Porém, não pode haver machismo em uma denúncia objetiva de que Marcela gasta o dinheiro suado de nossos impostos com mordomias… Certo? Assim, o que se pede, ao fim e ao cabo, é que essa denúncia seja alvo da mesma “apuração jornalística” que implicava com um mísero canteiro de flores em administrações petistas.
Arrumemos cadeiras confortáveis para esperar por essa apuração.

José Serra diz que alta participação de mulheres na política do país 'é perigo'

José Serra diz que alta participação de mulheres na política do país 'é perigo'
Piada machista foi feita durante pronunciamento conjunto com chanceler mexicana
Redação OperaMundi, 27 de Julho de 2016 às 10:29
 Chanceler Serra fez piada machista durante pronunciamento conjunto com homóloga mexicana, Claudia Ruiz Massieu - Créditos: Wilson Dias/Agência Brasil
Chanceler Serra fez piada machista durante pronunciamento 
conjunto com homóloga mexicana, Claudia Ruiz Massieu / 
Wilson Dias/Agência Brasil

Em visita oficial ao México, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, fez uma piada machista durante um pronunciamento conjunto com a chanceler mexicana, Claudia Ruiz Massieu, na segunda-feira (25). Segundo a agência de notícias AFP, Serra "brincou" sobre o "perigo" para políticos homens de se ter tantas mulheres na política.
“Devo dizer, cara ministra, que o México, para os políticos homens no Brasil, é um perigo porque descobri que aqui metade das senadoras são mulheres”, disse o chanceler, ao lado de Massieu, na Cidade do México.
José Serra foi indicado para a pasta das Relações Exteriores pelo vice-presidente no exercício da Presidência, Michel Temer, em maio, e é parte de um gabinete ministerial composto exclusivamente por homens brancos— o primeiro desde o governo Geisel (1974-1979), na ditadura militar, sem mulheres.
O atual chanceler brasileiro reiterou o convite à ministra mexicana para que venha aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mas fez uma ressalva: “Eu quero muito que a senhora vá ao Brasil [durante as Olimpíadas], mas isso representará um perigo, porque a senhora vai chamar atenção para o assunto”, disse em referência à participação das mulheres na política no Brasil.
No Brasil, há 12 mulheres em um total de 81 cadeiras no Senado Federal (14,81%) e 52 deputadas do total de 513 cadeiras na Câmara dos Deputados no Brasil (10,13%). No México, são 47 mulheres do total de 128 congressistas no Senado, representando portanto 36,71% — algo distante da metade considerada "um perigo" por José Serra.
Contatado por Opera Mundi com pedido de posição sobre as declarações de José Serra, o Itamaraty afimou que responderia "com a brevidade possível".
Não é a primeira vez que Serra faz declarações machistas. Em dezembro de 2015, quando atuava como senador pelo Estado de São Paulo, ele disse à ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu durante uma festa que ela tinha “fama de ser muito namoradeira”. A ex-ministra reagiu jogando uma taça de vinho no senador e declarou depois que achou o comentário “infeliz, desrespeitoso, arrogante e machista”.

O chanceler brasileiro visitou o México para reforçar as relações bilaterais, discutir a ampliação do comércio e investimento entre ambas as nações e firmar o Acordo para o Reconhecimento Mútuo da Cachaça e da Tequila como Indicações Geográficas e Produtos Distintivos do Brasil e do México. Lá, Serra também afirmou que o Brasil precisa "pedir a Deus" para que não aconteça atos terroristas no país durante os Jogos Olímpicos.

Papa diz que 'mundo está em guerra', mas religião não tem culpa

27/07/2016 11h16 - Atualizado em 27/07/2016 11h33
Papa diz que 'mundo está em guerra', mas religião não tem culpa
Para pontífice, conflitos mostram disputas por dominação de povos.  Ele viaja nesta quarta para Cracóvia, na Polônia.
Do G1, em São Paulo
 Papa Francisco falou com repórteres durante seu vôo para a Polônia, nesta quarta-feira (27) (Foto: AP Photo/Gregorio Borgia)
Papa Francisco falou com repórteres durante seu vôo para a
 Polônia, nesta quarta-feira (27) (Foto: AP Photo/Gregorio Borgia)

O Papa Francisco disse na quarta-feira (27) que a série de ataques recentes, incluindo o assassinato de um padre na França, é a prova de que o "mundo está em guerra". No entanto, ele destacou que culpar a religião por isso não é responsável, segundo a Reuters.
              
Para o pontífice, os conflitos são motivados pela disputa pela dominação de povos e por interesses econômicos. As declarações foram dadas a bordo de um avião que o levará à Polônia. Ele participará da Jornada Mundial da Juventude, na Cracóvia.

Na Polônia, a agenda de Francisco é extensa, segundo a Efe. Ele vai celebrar a missa no santuário de Jasna Góra, em Czestochowa, e visitará ao santuário da Divina Misericórdia .
Em seguida participará dos eventos relacionados com a JMJ como a Via-Sacra, a vigília e a missa final com os jovens.

Na sexta-feira (29), como já fizeram João Paulo II e Bento XVI, percorrerá em silêncio os campos de extermínio nazista de Auschwitz e Bikernau, onde se encontrará com alguns sobreviventes.

Fotógrafo russo capta a Via Láctea da Bolívia, a 4 mil metros de altitude

Fotógrafo russo capta a Via Láctea da Bolívia, a 4 mil metros de altitude
Notícias Ao Minuto 6 horas atrás 27/07/2016
Em entrevista ao Notícias Ao Minuto, o fotógrafo disse que a experiência no Salar lhe deu a sensação de estar "flutuando no espaço"
FOTÓGRAFO RUSSO CAPTA A VIA LÁCTEA DA
 BOLÍVIA, A 4 MIL METROS DE ALTITUDE

Em entrevista ao Notícias Ao Minuto, o fotógrafo disse que a experiência no Salar lhe deu a sensação de estar "flutuando no espaço"
O fotógrafo russo Daniel Kordan foi até a Bolívia e conseguiu capturar imagens impressionantes da Via Láctea. No Salar de Uyuni, a mais de 4 mil metros de altidude, Kordan passou quase uma semana com sua câmera para realizar o projeto que ele chama de "Astrofotografia", numa referência à astronomia.
Em entrevista ao Notícias Ao Minuto, o fotógrafo disse que a experiência no Salar lhe deu a sensação de estar "flutuando no espaço". Ainda segundo ele, por conta da altitude, foram necessários de 5 a 6 dias para se acostumar com o ar rarefeito: "Era difícil andar e respirar, mas por conta do planejamento, não cheguei a ter problemas".

A respeito de novos projetos, Kordan conta que suas próximas viagens estão programadas para as Ilhas Faroe e Groelândia.

Telescópio capta pela 1ª vez estrela que dispara raios

Telescópio capta pela 1ª vez estrela que dispara raios
BBC Brasil 9 horas atrás  27/07/2016
Fenômeno levou à descoberta de um novo tipo de estrela binária
Usando um supertelescópio em conjunto com outros aparelhos semelhantes na Terra e no espaço, astrônomos descobriram um novo tipo de estrela binária.
Ela fica no sistema estelar AR Scorpii, habitado por uma estrela anã branca que libera um raio de elétrons que atinge sua vizinha - uma estrela anã vermelha fria -, como se a estivesse "atacando".
Esse fenômeno faz com que todo o sistema pulse, se iluminando e escurecendo a cada 1,97 minuto.
O estudo com a descoberta será publicado na revista Nature nesta quinta-feira.
Comportamento único
O trabalho começou em maio de 2015, quando um grupo de astrônomos amadores de Alemanha, Bélgica e Reino Unido se deparou com um sistema que se comportava como nenhum outro.
Isso fez com que a Universidade de Warwick, na Inglaterra, passasse a observá-lo, usando uma rede de telescópios que revelou sua verdadeira natureza.
O AR Scorpii fica na constelação de Escorpião, a 380 anos-luz de distância da Terra.
Sua estrela anã branca tem o tamanho do nosso planeta, mas uma massa 200 mil vezes maior. A estrela anã vermelha fria tem um terço da massa do Sol. Elas se orbitam num ciclo de 3,6 horas.
oto: ESO 
Fenômeno levou à descoberta de um novo tipo de estrela binária
Fenômeno levou à descoberta de um novo tipo de estrela binária
A estrela anã branca é muito magnética e gira em alta velocidade. Isso acelera elétrons até quase atingirem a velocidade da luz, fazendo com que sejam liberados em explosões que formam o facho. Quando ele atingem a estrela anã vermelha fria, todo o sistema pulsa intensamente.
"O sistema foi descoberto há 40 anos, mas não suspeitávamos que se comportava assim até começarmos a observá-lo em 2015", diz Tom Marsh, membro do grupo de astrofísica da Universidade de Warwick.
"Percebemos que estávamos vendo algo extraordinário alguns minutos depois de dar início à observação."
Colaboração
Sistema está localizado a 380 anos-luz da Terra.
Foto: ESO Sistema está localizado a 380 anos-luz da Terra.
A princípio, quando o fenômeno foi visto pela primeira vez, chegou-se a conclusão de que a luminosidade do sistema variava a cada 3,6 horas, o que fez com que cientistas divulgassem incorretamente se tratar de uma única estrela.
Um comportamento assim já tinha sido observado em estrelas de nêutrons, que são alguns dos corpos celestres mais densos do Universo, mas nunca em uma estrela anã branca.
"Sabemos que estrelas de nêutrons pulsam assim há 50 anos e algumas teorias previam que estrelas anãs brancas também poderiam se comportar assim", afirma Boris Gänsicke, coautor do estudo.

"É fantástico ter encontrado um sistema assim. É um ótimo exemplo de colaboração entre astrônomos amadores e acadêmicos."

Temer pode acabar sozinho na tribuna da abertura dos Jogos

Temer pode acabar sozinho na tribuna da abertura                      dos Jogos
Notícias ao Minuto Notícias Ao Minuto7 horas atrás 27/07/2016
 
Fornecido por Notícias ao Minuto

O presidente interino Michel Temer corre risco de assistir à abertura dos Jogos Olímpicos sozinho na tribuna de honra do evento. Segundo informações do jornal O Globo, partiu do Comitê Olímpico Internacional (COI) a iniciativa de convidar todos os ex-chefes de Estado.
 A presidente afastada Dilma Rousseff já afirmou que não vai comparecer à abertura da Olimpíada como mera “espectadora”. José Sarney e Fernando Henrique Cardoso recusaram o convite por motivos de saúde. Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de sua assessoria, diz que não irá por causa do “golpe que aconteceu no Brasil”.
A princípio, FHC havia comunicado que tinha uma reunião marcada na mesma data. No entanto, após passar por cirurgia cardíaca, ele alega que não pode viajar de São Paulo até o Rio. Sarney sofreu uma queda e fraturou o braço, o que impede sua participação no evento. Ele declarou, porém, ter ficado “orgulhoso” com o convite.

A assessoria do ex-presidente Fernando Collor, que está viajando, não confirmou se ele participará na abertura dos Jogos no Maracanã.

Já vai tarde: Cunha faz churrascão de despedida na residência da presidência da Câmara

Já vai tarde: Cunha faz churrascão de despedida na residência da presidência da Câmara
HuffPost Brasil  9 horas atrás  27/07/2016
 
Reprodução/GloboNews

Já se despedindo da residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado afastado Eduardo Cunha fez um churrasco de almoço para cerca de 50 funcionários.
Participaram do almoço seguranças, assessores, policiais legislativos e funcionários da casa. O churrasco foi animado com música ao vivo.
No Twitter, Cunha explicou que o churrasco foi para agradecer a equipe que trabalhou com ele no período em que foi presidente da Casa.

 deputado tem até o próximo dia 6 para deixar a residência oficial. Cunha renunciou ao comando da Casa no último dia 7 - dois meses após ter sido afastado do cargo e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal.

Putin às elites ocidentais: acabou a brincadeira

Putin às elites ocidentais: acabou a brincadeira
25.07.2016
Putin às elites ocidentais: acabou a brincadeira. 24781.jpeg
 (Vladimir Putin, Clube Valdai de Discussão Internacional, 
Sochi, Rússia, 24/10/2014 -

"Não se trata de alguns simples negócios locais, ou de alguma partilha na esfera de influência, no espírito da diplomacia clássica, ou da total dominação global por alguma força. Entendo que precisamos de uma nova versão do que seja interdependência. Devemos não temer a interdependência. Ao contrário, pode ser um bom instrumento para harmonizar posições". - See more at:
MUITOS, na parte anglófona do planeta, não souberam do discurso do presidente Putin na conferência Valdai em Sochi, há poucos dias, e é altamente provável que mesmo os que ouviram falar do discurso não tiveram chance de lê-lo na íntegra, e ficaram sem meios efetivos para avaliar a importância daquela fala. (Para ajudar, adiante todos encontrarão o discurso do presidente Putin, transcrito na íntegra [e traduzido].) A mídia-empresa ocidental fez de tudo para ignorar o discurso ou distorcer seu significado real. Independente do que um ou outro pense ou não pense sobre Putin (como Sol e Lua, Putin não veio ao mundo para servir de 'substrato' a opiniões de colunistas de jornal) - o chamado Discurso de Sochi, do presidente Vladimir Putin é provavelmente o mais importante discurso político que o mundo conhece, desde o discurso de Churchill, "Cortina de Ferro", dia 5/3/1946.
Nessa fala, Putin mudou abruptamente as regras do jogo. Antes, o jogo da política internacional era jogado do seguinte modo: políticos faziam discursos para manter viva uma ficção confortável de soberania nacional, mas eram só gás colorido, sem nada a ver com a substância da política internacional; enquanto discursavam, também se envolviam em negociações secretas por trás dos panos, nas quais se fechavam os negócios reais. 

Putin até tentou jogar esse jogo, na expectativa de que a Rússia seria tratada como país igual aos demais. Mas essas esperanças deram em nada. E no discurso que fez em Sochi, num círculo de especialistas, o presidente russo fez saber que a brincadeira acabou. Violou explicitamente o tabu ocidental que manda só falar às elites; e falou, por cima das cabeças de clãs da elite e de líderes políticos da elite, diretamente ao povo.

O blogueiro russo chipstone resumiu os pontos principais da fala de Putin, como segue:

1. Rússia não continuará engajar-se em conversas sigilosas e jogadas em tornos de minudências. Mas a Rússia está preparada para conversações e acordos sérios, se promoverem a segurança coletiva; se baseados em justiça e equilíbrio e levarem em conta os interesses de cada lado.

2. Todos os sistemas de segurança global estão hoje em ruínas. Já não há absolutamente qualquer garantia de segurança internacional. E conhece-se a estidade que os destruiu: os EUA.

3. Os construtores da Nova Ordem Mundial construíram um castelo de areia e, como agora se vê, fracassaram. Se uma nova ordem mundial será construída ou não, não cabe à Rússia decidir. Mas, ao mesmo tempo, é decisão que não poderá ser tomada sem a Rússia.

4. Rússia favorece uma abordagem conservadora ao processo de introduzir inovações na ordem social, mas não se opõe a que se investiguem e discutam essas inovações, para determinar se é justificável a introdução de uma ou outra inovação.

5. Rússia não tem intenção de pôr-se a pescar nas águas turvas criadas pelos EUA no processo de expansão eterna de seu "império do caos", nem tem interesse em construir império só seu (não é necessário; os maiores desafios da Rússia são conseguir desenvolver o seu já vastíssimo território). Nem a Rússia tem qualquer interesse em agir como salvador do mundo - como já se viu acontecer no passado.

6. Rússia não tentará reformatar o mundo à sua imagem, mas tampouco admitirá que outros se ponham a reformatar a Rússia à imagem deles. A Rússia não se fechará ao mundo, mas quem tente fechar a Rússia do lado de fora do mundo com certeza colherá tempestades.

7. Rússia não quer que o caos se expanda, não quer guerra e não tem nenhuma intenção de iniciar uma guerra. Contudo, a Rússia hoje vê como quase inevitável a eclosão de uma guerra global; está preparada para ela; e continuará a preparar-se para ela. A Rússia não quer guerras - nem teme guerras.

8. Rússia não tem planos para assumir qualquer papel ativo no sentido de diminuir ou paralisar os que ainda tentam contruir sua Nova Ordem Mundial - até que os esforços deles comecem a pesar contra os interesses russos chaves. Rússia sempre preferirá pôr-se de lado e assistir ao espetáculo deles batendo suas pobres cabeças uns contra outros, enquanto suportarem. Mas os que se dedicam a tentar arrastar a Rússia para esse processo, sem qualquer atenção aos interesses da Rússia, esses receberão lição dura e conhecerão o real significado da dor.

9. Na política externa - e ainda mais na política interna -, o poder da Rússia não dependerá de elites e de seus arranjos por baixo dos panos, mas, sempre, da vontade do povo russo.

A esses nove pontos, gostaria de acrescentar um décimo:

10. Ainda há uma chance para construir uma nova ordem mundial que evitará uma guerra mundial. Mas essa nova ordem mundial tem necessariamente de incluir os EUA -, o que só será admissível se os EUA forem integrados em pés de igualdade a todos os demais estados e povos: submetidos à lei internacional e aos acordos internacionais vigentes; com pleno respeito à soberania de outras nações.

Resumo: acabou a brincadeira. Crianças, devolvam os brinquedos. Chegou a hora de os adultos tomarem decisões. A Rússia está pronta; mas... e o mundo?
_________________________________


24/10/2014, Vladimir Putin, intervenção/entrevista
11ª sessão do Clube Valdai de Discussão Internacional
Plenária final, Sochi, Rússia (vídeo: duração =2h 38' 33")


Traduzido da transcrição em inglês, tradução publicada em Rede Castorphoto 
(texto aqui cortado-colado para facilitar a referência).


PRESIDENTE DA RÚSSIA VLADIMIR PUTIN: Colegas, senhoras e senhores, amigos, é um prazer recebê-los nessa 11ª reunião do Clube Valdai de Discussão Internacional.

Já se informou que o clube, esse ano, tem novos co-organizadores. Incluem-se organizações russas não governamentais, grupos de especialistas e as principais universidades. A ideia foi também ampliar as discussões para incluir não só questões relacionadas à própria Rússia, mas também da política e da economia globais.

Espero que essas mudanças na organização e no conteúdo ampliem ainda mais a influência do clube como fórum avançado de discussão entre especialistas. Ao mesmo tempo, espero que o 'espírito Valdai' permaneça - essa atmosfera aberta e livre, e a possibilidade de se conhecerem as opiniões mais francas e diferentes.

Permitam-me dizer que, quanto a isso, não os decepcionarei e falarei diretamente e francamente. Alguma coisa do que eu diga talvez pareça dura demais, mas se não falamos diretamente e com honestidade, reuniões como essa não fazem muito sentido. Seria então melhor manter apenas convescotes diplomáticos, nos quais ninguém diz coisa alguma que tenha significado real e, recordando as palavras de um famoso diplomata, ocasiões em que se percebe que diplomatas têm línguas para conseguir não dizer a verdade.

Nos reunimos aqui por razões diferentes. Nos reunimos para falar com franqueza. Hoje temos de ser diretos e claros, não para trocar farpas, mas numa tentativa de chegar ao fundo do que realmente se passa no mundo, para tentar compreender por que o mundo vai-se tornando menos seguro e menos previsível, e por que os riscos aumentam por toda a parte à nossa volta.

A discussão hoje tem por tema: Ordem Mundial: Ou novas regras ou vale-tudo. Parece-me que essa fórmula descreve acuradamente o ponto de virada histórico que alcançamos e a escolha que todos enfrentamos. Nada há de novo, é claro, na ideia de que o mundo está em rápida transformação. Sei que os senhores já falaram sobre isso nas discussões de hoje. O mais difícil, com certeza, é não ver as transformações dramáticas pelas quais estamos passando na política e na economia globais, na vida pública e nas tecnologias industriais, informacionais e sociais.

Peço desculpas antecipadas, se acontecer de eu repetir coisas que já tenham sido ditas por outros participantes dessa reunião. É praticamente impossível evitar. Vocês já mantiveram discussões detalhadas, mas eu exponho aqui o meu ponto de vista - que coincidirá com alguns e diferirá de outros pontos de vista.

Ao analisarmos a situação de hoje, não esqueçamos as lições da história. Primeiro de tudo, as mudanças na ordem mundial - e o que vemos hoje são eventos dessa grande escala - sempre vieram acompanhadas, quando não por guerras e conflitos globais, por intensos conflitos de nível local, encadeados. Segundo, a política global é questão, sobretudo, de liderança econômica, questões de guerra e paz e sua dimensão humanitária, incluindo direitos humanos.

O mundo é cheio de contradições. Temos de nos perguntar com franqueza se temos instalada para nossa proteção uma rede confiável de segurança. Infelizmente, não há garantia nem certeza de que o atual sistema de segurança global e regional seja capaz de nos proteger. Esse sistema foi gravemente enfraquecido, fragmentado e deformado. As organizações internacionais e regionais de cooperação política, econômica e cultural passam por tempos muito difíceis.

Sim, muitos dos mecanismos que há para garantir a ordem mundial foram criados há muito tempo, inclusive e principalmente durante o período imediatamente depois da 2ª Guerra Mundial. Permitam-me destacar que a solidez daquele sistema então criado dependia não só do equilíbrio de poder e dos direitos 'de vitória' dos países vitoriosos, mas também dependia do fato de que, por aquele sistema, os 'pais fundadores' não se respeitavam uns os outros, não tentavam não se atropelar uns os outros; o que faziam sempre era tentar alcançar acordos.

O principal é que esse sistema tem agora de desenvolver-se e, apesar dos seus muitos fracassos, tem de ser capaz, pelo menos, de manter a discussão dos problemas do mundo dentro de certos limites, e tem de regular a intensidade da concorrência normal entre países.

É minha convicção profunda que não podemos tomar esse mecanismo de verificações e contrapesos [orig. checks and balances] que construímos ao longo das últimas décadas, às vezes com muito esforço e dificuldades, e simplesmente rasgá-lo em tiras, sem construir algo que o substitua. Sem algum mecanismo que substitua o que houve, só nos restará, como instrumento, a força bruta.

O que precisamos fazer é levar avante uma reconstrução racional e adaptá-la às novas realidades no sistema das relações internacionais.

Mas os EUA, depois de se autodeclararem vencedores da Guerra Fria, não viram qualquer necessidade desse tipo. Em vez de estabelecer um novo equilíbrio do poder, essencial para manter a ordem e a estabilidade, tiveram iniciativas que lançaram o sistema existente de agudo e profundo desequilíbrio.

A Guerra Fria terminou, mas não terminou com assinatura de um tratado de paz com cláusulas claras e transparentes sobre respeitar regras existentes ou criar novas regras e padrões. Assim se criou a impressão de que os ditos 'vitoriosos' na Guerra Fria haviam decidido pressionar os eventos e reformatar o mundo para que atendesse às suas próprias necessidades e interesses. Quando o sistema existente de relações, a lei internacional e os 'checks and balances' apareceram como obstáculos na trilha rumo àqueles objetivos, todo o sistema existente foi declarado imprestável, antiquado, exigindo demolição imediata.

Perdoem-me a analogia, mas é como agem os nouveaux riches quando, de repente, põem as mãos numa grande fortuna, nesse caso sob a forma de liderança e dominação mundiais. Em vez de administrar com sabedoria a própria riqueza, também para o próprio benefício deles, parece-me que se puseram a cometer loucuras.

Entramos num período de interpretações divergentes e silêncios deliberados, na política mundial. A lei internacional foi forçada a bater em retirada repetidas vezes, ante o massacre que o niilismo impôs à lei. Objetividade e justiça foram sacrificadas no altar da conveniência política. Interpretações arbitrárias e enviesadas assumiram o lugar das normas legais. Ao mesmo tempo, o controle total sobre a impressa-empresa global de massas tornou possível, sempre que interesse, 'noticiar' que o preto seria branco e o branco seria preto.

Numa situação em que se via a dominância por um país e seus aliados, quando não os seus satélites, a busca por soluções globais frequentemente se converteram em tentativa para impor as próprias receitas universais 'deles'. As ambições daquele grupo cresceram de tal modo que começaram a apresentar as políticas que só eles concebiam nos próprios corredores do próprio poder, como se fossem a visão de toda a comunidade internacional. E não são.

A própria noção de "soberania nacional" tornou-se valor relativo para muitos países. Na essência, o que estava sendo proposto era uma fórmula: quando maior a lealdade que manifestasse àquele único centro mundial de poder, mais a legitimidade de um ou outro regime governante.

Teremos adiante discussão aberta, e terei prazer em responder suas perguntas, mas quero usar também meu direito de fazer perguntas. Ao longo da discussão, todos podem tentar demolir o quadro e o argumento que acabo de construir e propor.

As medidas tomadas contra os que se recusam a submeter-se são bem conhecidas e foram tentadas e testadas muitas vezes. Incluem uso da força, pressão econômica e propaganda, intromissão em assuntos domésticos, e apelos a uma espécie de legitimidade 'supralegal', quando interventores ilegais tentam justificar a intervenção ilegal nesse ou naquele conflito, e a derrubada de governos que pareçam inconvenientes aos interventores. Recentemente, já há cada dia mais provas de que a chantagem mais desabrida foi tentada também contra vários governantes e líderes. Não é à toa de aquele 'grande irmão' está consumindo bilhões de dólares para manter todo o mundo, inclusive os mais próximos aliados, sob vigilância.

Perguntemo-nos nós mesmos o quanto nos sentimos confortáveis com isso, se nos sentimos seguros, se estamos felizes vivendo nesse mundo, e se se tornou justo e racional? Talvez não haja razão real para nos preocuparmos? Talvez não seja o caso de perguntar perguntas difíceis? Quem sabe a excepcional posição dos EUA e o modo como conduzem a liderança deles seja uma bênção para nós, e a intromissão dos EUA em toda parte pelo mundo está produzindo paz, prosperidade, progresso, crescimento e democracia, e o melhor para nós seria relaxar e gozar essas felicidades?

Permitam-me responder que não, absolutamente não é o caso.

Diktat unilateral e a imposição de modelos produzidos por um, não por muitos, produzem resultado exatamente oposto. Em vez de conciliar os conflitos, aquela atitude só os leva à escalada; em vez de estados soberanos e estáveis, o que vemos é a disseminação de caos crescente, e em vez de democracia, o que se vê é os EUA a darem apoio a gente muito duvidosa, que vai de declarados neofascistas a islamistas radicais.

Por que apoiam esse tipo de gente? Apoiam-nos, porque decidiram usá-los como instrumento ao longo do percurso até conseguirem seus objetivos. Mas queimaram os dedos e recolheram a mão. Nunca canso de me surpreender com o modo como nossos parceiros repetem sempre os mesmos erros e caem sempre na mesma armadilha [(como dizemos em russo: "pisam sempre no mesmo ancinho") [1].

Antes, patrocinaram movimentos islamistas extremistas para que dessem combate à URSS. Aqueles grupos aprenderam a combater no Afeganistão e, adiante, formaram os Talibã e a Al-Qaeda. O ocidente, se não os apoiou, no mínimo fingiu que não via o que se passava, e, pode-se dizer, garantiram informação e apoio político e financeiro aos terroristas internacionais que invadiram a Rússia (não esquecemos!) e países da região da Ásia Central. Só depois dos horrendos atentados terroristas cometidos em solo norte-americano é que os EUA acordaram e viram que o terrorismo é ameaça contra todos. Permitam-me relembrar que a Federação Russa foi o primeiro país a oferecer apoio ao povo norte-americano naquela ocasião, o primeiro a reagir como amigos e parceiros, ante a terrível tragédia do dia 11 de setembro.

Em meus encontros e conversas com líderes norte-americanos e europeus, sempre falo da necessidade de combatermos juntos o terrorismo, como desafio numa escala global. Não podemos nos resignar a aceitar essa ameaça nem podemos dividi-la em diferentes 'fatias', usando parâmetros duplos, ambíguos. Nossos parceiros manifestaram concordância e acordo. Mas pouco tempo depois, e lá estávamos, de volta ao ponto de partida. Primeiro, foi a operação militar no Iraque, depois na Líbia, que foi empurrada à beira do colapso total. Por que a Líbia foi empurrada para a situação em que está hoje - um país à beira do esfacelamento e que se tornou campo de treinamento para terroristas?

No caso do Egito, só a determinação e a sabedoria do governo atual salvou essa país árabe crucialmente importante, de mergulhar no caos, com extremistas instalados no poder. Na Síria, como no passado, os EUA e seus aliados começaram a financiar e armar diretamente os rebeldes, permitindo que recrutassem mercenários de vários países. Alguém pode me dizer de onde vem o dinheiro que abastece e mantém aquela gente, as armas que usam, os especialistas militares que mantêm a serviço deles? De onde vem tudo isso? Como é possível que o famoso "ISIL" tenha-se convertido em grupo tão forte, já praticamente um exército completo?

Quanto às fontes de financiamento, hoje, o dinheiro já não vem só de drogas, cuja produção aumentou não apenas alguns poucos pontos percentuais, mas multiplicou-se várias vezes, desde que as forças da coalizão internacional instalaram-se no Afeganistão. Todos aqui sabem disso. Os terroristas também estão vendendo petróleo, com grandes lucros. O petróleo é produzido no território controlado pelos terroristas, que os vendem a preços inferiores aos do mercado, produzem e transportam petróleo. Mas alguém compra esse petróleo, revende esse petróleo e lucra nessa venda, sem sequer considerar o fato de que, assim, está financiando terroristas que, mais cedo ou mais tarde poderão estar atacando e semeando a destruição dentro desses países parceiros-de-terroristas.

Onde recrutam? No Iraque, depois que Saddam Hussein foi derrubado, as instituições do estado, inclusive o exército, estavam em cacos. Naquele momento, nós avisamos que tomassem cuidado, muito cuidado. Vocês estão desempregando milhares de pessoas. O que farão elas? Não esqueçam que essas pessoas foram (corretamente ou erradamente) a elite que governou uma grande potência regional. O que vocês estão fazendo daquelas pessoas?

O resultado? Dezenas de milhares de soldados, oficiais e ativistas do antigo Partido Baath saíram às ruas e, hoje, já se incorporaram às fileiras dos exércitos terroristas. Talvez isso explique por que o chamado Estado Islâmico tornou-se tão eficaz, em termos militares. A Rússia alertou repetidas vezes sobre os perigos de ações militares unilaterais, intervenção nos negócios de estados soberanos e flertar com extremistas e radicais. Insistimos para que os grupos que enfrentam o governo central sírio fossem incluídos nas listas de organizações terroristas. De nada adiantou. Apelamos em vão.

A impressão que temos é que nossos colegas e amigos estão sempre combatendo contra as consequências de suas próprias políticas, aplicando o próprio esforço para dar conta dos riscos que eles próprios criaram; e sempre pagam preço altíssimo.

Colegas, esse período de dominação unipolar demonstrou convincentemente que manter um único centro de poder não torna os processos globais mais administráveis. Ao contrário, esse tipo de construção instável está mostrando a própria incapacidade para combater as ameaças reais, como conflitos regionais, terrorismo, tráfico de drogas, fanatismo religioso, chauvinismo e neonazismo. Ao mesmo tempo, abriu amplamente a estrada para o orgulho nacional inflado, manipulando a opinião pública e deixando que o forte persiga e suprima o fraco.

Essencialmente, o mundo unipolar é simplesmente um meio para justificar a ditadura sobre povos e países. O mundo unipolar tornou-se carga por demais desconfortável, pesada e não administrável, até para o autoproclamado líder! Aqui nessa reunião ouviram-se comentários precisamente nessa direção e concordo com eles. Eis porque entendemos que qualquer tentativa, no atual estágio histórico, para recriar qualquer arremedo de mundo semi-bipolar é modelo conveniente para tentar perpetuar a liderança norte-americana. Não importa quem assuma o lugar central do mal, na propaganda pró-EUA, a URSS continua no mesmo antigo posto de principal adversário. O centro do mal pode ser o Irã, porque busca obter a tecnologia nuclear; ou a China, como maior economia do mundo; ou a Rússia, porque é superpotência nuclear.

Hoje, estamos vendo novos esforços para fragmentar o mundo, traçar novas linhas de divisão, montar coalizões  não para construir algo, mas dirigida contra terceiros, qualquer terceiro, criar a imagem de um inimigo como se via acontecer nos anos da Guerra Fria, e declarar-se com direito de liderar, ou de emitir o diktat, se os senhores preferirem. Durante a Guerra Fria, a situação era essa. Todos compreendemos e vemos precisamente isso. Os EUA sempre disseram aos seus aliados: "Temos um inimigo comum, um monstro terrível, o âmago do mal, e nós estamos defendendo vocês, nossos aliados, contra esse monstro, e, assim sendo, temos o direito de comandar vocês, obriga-los a sacrificar seus interesses políticos e econômicos e pagar a parte de vocês dos custos dessa defesa coletiva, mas nós, só nós, ficaremos no comando de tudo, é claro".

Em resumo, vemos hoje tentativas, num mundo novo e em transformação, para reproduzir os modelos familiares da administração global, e tudo isso só para assegurar aos EUA aquela sua posição de excepcionalidade e, com isso, recolher dividendos políticos e econômicos.

Mas essas tentativas são cada vez mais distanciadas e divorciadas da realidade e em contradição com a diversidade do mundo. Passos desse tipo inevitavelmente criam confrontação e contramedidas, e têm efeito contrário aos efeitos buscados. É o que se vê acontecer quando a política põe-se a intrometer-se sem qualquer controle na economia, e a lógica das decisões racionais cede lugar à lógica da confrontação, que sempre fere as posições e interesses econômicos de qualquer um, inclusive os interesses das empresas nacionais.

Projetos econômicos conjuntos e investimentos mútuos objetivamente aproximar os países entre si, e ajudar a alisar o contexto dos problemas que haja nas relações entre os estados. Mas hoje a comunidade empresarial mundial enfrenta pressões sem precedentes, que lhe aplicam os governos ocidentais. De que competência e pragmatismo econômico e empresarial e de que pragmatismo se pode falar, se só se ouvem palavras de ordem do tipo "a pátria-mãe está em perigo", "o mundo livre está ameaçado" e a "democracia está por um fio"?! Por isso, todos têm de se mobilizar. Verdadeira mobilização política é, precisamente, mobilizar-se contra o que se vê hoje, no ocidente.

As sanções já estão minando as bases do comércio mundial, as regras da Organização Mundial do Comércio e o princípio da inviolabilidade da propriedade privada. Os EUA estão atacando violentamente o modelo liberal de globalização baseado em mercados, liberdade e concorrência, o qual, permitam-me relembrar, é modelo que beneficiou principalmente, até hoje, os países ocidentais. Agora, arriscam-se a perder a confiabilidade, como líderes da globalização. Já nos perguntamos a nós mesmos, por que as sanções seriam necessárias? Afinal, a prosperidade dos EUA repousa, em grande parte, sobre a confiança que recebem de investidores e possuidores estrangeiros de dólares e de seguros norte-americanos. Essa confiança está sendo minada e já há sinais hoje de desapontamento quanto aos resultados da globalização, visíveis em vários países.

O bem conhecido precedente caso de Chipre e as sanções politicamente motivadas só fazer reforçar a tendência na direção de todos trabalharem para fortalecer a soberania econômica e financeira de seus próprios países ou de seus grupos regionais, com vistas a encontrarem-se meios para os próprios países protegerem-se contra o risco de pressões externas. Já vimos mais e mais países à procura de se tornarem menos dependentes do dólar, construindo alternativas financeiras e sistemas alternativos de pagamento, além de outras moedas de reserva. Minha opinião é que nossos amigos norte-americanos estão serrando o próprio galho onde pousaram. Não se podem misturar políticas e economia, mas é exatamente o que está acontecendo atualmente. Sempre entendi e ainda entendo que sanções politicamente motivadas são erro grave, que feriria todos. Mas com certeza retornaremos a esse ponto, nas discussões, adiante.

Sabemos como essas decisões foram tomadas e que está pressionando. Mas permitam-me destacar que a Rússia não se deixará envolver, nem se declarará ofendida ou baterá a alguma porta, pedindo esmolas. A Rússia é país autossuficiente. Trabalharemos dentro do ambiente econômico que tomou forma, desenvolveremos a produção e a tecnologia doméstica e agiremos de modo mais decisivo para fazer acontecer a transformação. Pressões externas, como se viram em ocasiões passadas, só farão consolidar nossa sociedade, nos manterão mais alertas e nos levarão a nos concentrar ainda mais em nossas metas de desenvolvimento.

Claro que as sanções são grave incômodo. Eles tentam nos agredir com essas sanções, bloquear nosso desenvolvimento, e nos empurrar para o isolamento político, econômico e cultural; em outras palavras, querem no forçar a viver no atraso. Mas fato é que o mundo hoje é lugar muito diferente do que foi. Não temos absolutamente nenhuma intenção  de nos deixar tirar da estrada, de deixar que nos empurrem para algum tipo de desenvolvimento fechado, lutando para sobreviver como autarquia. Sempre estamos abertos ao diálogo, inclusive sobre a normalização de nossas relações políticas e econômicas. Contamos, quanto a isso, com a abordagem e a posição pragmáticas das comunidades de negócios nos principais países.

Há quem esteja dizendo hoje que a Rússia estaria supostamente dando as costas para a Europa - são palavras que provavelmente também se ouviram aqui, nas discussões -, e estaria procurando por novos parceiros comerciais, sobretudo na Ásia. Quero dizer aqui e agora que absolutamente não é o caso. Nossa política ativa na região do Pacífico Asiático não começou ontem nem em resposta às sanções: é uma política que seguimos já há muitos anos. Como muitos outros países, inclusive países ocidentais, vimos que a Ásia está desempenhando papel cada dia maior no mundo, na economia e na política, e simplesmente não nos podemos expor ao risco de não dar atenção a esses desenvolvimentos.

Quero repetir que todos os países do mundo estão fazendo o mesmo, e nós faremos exatamente isso, tanto mais que vasta porção de nosso país é geograficamente parte da Ásia. Por que não poderíamos nos servir de nossas vantagens competitivas nessa área? Não fazê-lo seria sinal de visão extremamente estreita.

Desenvolver laços econômicos com esses países e fazer avançar projetos conjuntos de integração também cria grandes incentivos para nosso desenvolvimento doméstico. As tendências demográficas, econômicas e culturais todas sugerem que a dependência de uma única superpotência diminuirá concretamente. É assunto sobre o qual especialistas europeus e norte-americanos também estão escrevendo e falando.

Talvez desenvolvimentos em política global venham a espelha o desenvolvimento que estamos vendo na economia global, a saber, concorrência intensa por nichos especiais e mudança frequente de líderes em áreas específicas. É inteiramente possível.

Não há dúvidas de que fatores humanitários, como educação, ciência, atenção à saúde e cultura estão desempenhando papel maior na concorrência global. E isso também tem grande impacto nas relações internacionais, inclusive porque esse recurso de "poder suave" [orig. 'soft power'] dependerá em grande medida de realizações objetivas no desenvolvimento de capital humano, em vez de servir-se só de truques sofisticados de propaganda.

Ao mesmo tempo, a formação de um digamos "mundo policêntrico" (quero também chamar a atenção para isso) em si e por ela mesma não promove nenhuma estabilidade; de fato, o mais provável é que aconteça o exato oposto disso. O objetivo de alcançar o equilíbrio global é converter um quebra cabeças extremamente difícil, em uma equação com várias incógnitas.

Assim sendo, o que o futuro nos reserva, se escolhermos viver não por regras - por mais que as regras sejam estritas e inconvenientes, mas viver absolutamente sem regra alguma? E esse cenário é inteiramente possível; não podemos descarta-lo, dadas as altas tensões que se verificam na situação global. Já se podem fazer muitas predições, levando em conta as tendências atuais, e, infelizmente, nenhuma delas é otimista. Se não construirmos um claro sistema de compromissos e acordos mútuos, se não construirmos os mecanismos para administrar e resolver situações de crise, os sintomas de anarquia global inevitavelmente aumentarão.

Hoje já se vê aumento acentuado na probabilidade de todo um conjunto de conflitos violentos com participação, direta ou indireta, das grandes potências mundiais. E os fatores de risco incluem não só os tradicionais conflitos mundiais, mas também a instabilidade interna em estados separados, especialmente se se fala de nações localizadas nas intersecções de grandes interesses geopolíticos dos estados, ou na fronteira de continentes civilizacionais, culturais, históricos e econômicos.

A Ucrânia, tema que, com certeza foi discutido longamente, e que tornaremos a discutir um pouco mais, é exemplo desse tipo de conflitos que afetam o equilíbrio internacional de poder, e creio que, certamente, não será o último caso. Daqui emana a próxima real ameaça de destruir-se todo o atual sistema de acordos para controle de armas. E esse processo perigoso foi lançado pelos EUA, quando unilateralmente se retirou do Tratado dos Mísseis Antibalísticos [orig. Anti-Ballistic Missile Treaty] em 2002, e, na sequência, pôs-se, como continua até hoje, a só trabalhar para criar um sistema global de mísseis de defesa só deles mesmos.


Colegas e amigos,

Quero destacar que nós não começamos nada disso. Mais uma vez estamos deslizando para tempos nos quais, em vez de equilíbrio de interesses e garantias mútuas, é o medo e o equilíbrio na mútua destruição que impedem as nações de se engalfinharem em conflito direto. Na ausência de instrumentos legais e políticos, as armas voltam a ocupar o foco de toda a agenda global; estão já habituados, onde for e seja pelo meio que for, com ou sem sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU. E se o Conselho de Segurança recusa-se a produzir tais decisões, então o próprio conselho é imediatamente declarado instrumento antiquado e inefetivo.

Muitos estados já não veem qualquer outro modo de proteger a própria soberania, senão produzir suas próprias bombas atômicas. É extremamente perigoso. Insistimos em que é preciso continuar as conversações; não só somos a favor de conversações como, também insistimos em dar continuidade a conversações para redução dos arsenais nucleares. Quanto menos bombas atômicas houver no mundo, melhor. E estamos prontos para as mais sérias, concretas conversações sobre o desarmamento nuclear - mas só para conversações sérias, sem dois pesos e duas medidas conforme o caso, e sem duplifalar.

O que quero dizer com isso? Hoje, muitos tipos de armamento de alta precisão já estão bem próximos de serem armas de destruição em massa, pelas suas capacidades; e no evento de que todos renunciem às armas nucleares ou de redução radical do potencial nuclear, as nações líderes na criação e produção de sistemas de alta precisão terão clara vantagem militar. A paridade estratégica será rompida, o que é praticamente o mesmo que gerar desestabilização. O uso de um chamado primeiro ataque global preventivo pode ficar muito tentador: em resumo, os riscos não diminuem, mas intensificam-se.

Outra óbvia ameaça é a escalada ainda maior dos conflitos étnicos, religiosos e sociais. Esses conflitos são perigosos, não só pelo que são, mas também porque criam em torno deles zonas de anarquia, ausência de lei e caos, locais confortáveis para terroristas e criminosos, nos quais a pirataria, o tráfico de pessoas e o tráfico de droga prosperam.

Vale anotar que, no mesmo momento, nossos colegas tentaram de algum modo administrar esses processos, usar conflitos regionais e montar 'revoluções coloridas' para fazer avançar os interesses deles. Mas o gênio escapou da garrafa. É como se os próprios pais de teorias do caos controlado não soubessem o que fazer da própria criatura; reina grande desordem naquelas fileiras.

Acompanhamos bem de perto as discussões, tanto da elite governante quanto da comunidade de especialistas. Basta examinar as manchetes da imprensa-empresa ocidental durante o último ano. A mesma gente é chamada "combatentes da democracia", depois "islamistas"; primeiro escrevem sobre revoluções, depois chamam a coisa de "protestos" e "levantes". O resultado é óbvio: só o caos global prospera e se expande.

Colegas,

dada a situação global, é hora de começar a fixar alguns pontos fundamentais. É tarefa muitíssimo importante e necessária; é muito melhor que voltar cada um para seu corner. Quanto mais todos nós encaremos nossos problemas comuns, mais nos vemos no mesmo barco, digamos assim. E a forma lógica para resolver dificuldades comuns é a cooperação entre nações, sociedades, encontrando respostas coletivas a desafios crescentes, e um mesmo gerenciamento conjunto de riscos. Claro que alguns de nossos parceiros, por alguma razão, só se lembram dessa verdade quando serve aos interesses deles.

A experiência prática mostra que respostas conjuntas a desafios nem sempre servem como cura ou panaceia; e temos de compreender isso. Além do mais, em muitos casos, são coisas difíceis de alcançar; não é fácil superar as diferenças entre interesses nacionais, a subjetividade de diferentes abordagens, particularmente quando se trata de nações com tradições culturais e históricas diferentes. Mas mesmo assim há exemplos de que, com objetivos comuns e agindo-se baseados nos mesmos critérios, alcançamos, juntos, sucesso verdadeiro.

Permitam-me recordar a solução que se deu ao problema das armas químicas na Síria e o diálogo substantivo sobre o programa nuclear iraniano, além de nosso trabalho nas questões da Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia), que também levaram a alguns resultados positivos. Por que não se poderia usar essa experiência no futuro, para superar desafios locais e globais?

Qual seria a base legal, política e econômica para uma nova ordem mundial que garanta estabilidade e segurança, ao mesmo tempo em que estimule a concorrência saudável, impedindo que se formem novos monopólios que impedem o desenvolvimento? É pouco provável que, nesse momento, alguém possa oferecer soluções já prontas e absolutamente exaustivas. É indispensável trabalhar muito, com a participação de ampla coleção de governos, empresas globais, sociedade civil e plataformas de especialistas como essa nossa.

Mas é óbvio que resultados reais e bem-sucedidos só são possíveis se participantes-chaves dos negócios internacionais puderem aceitar que todos têm de harmonizar alguns interesses básicos, que têm de exercitar uma razoável autocontenção, e dar exemplo de liderança responsável e positiva. Temos de identificar claramente onde terminam as ações unilaterais e temos de aplicar mecanismos multilaterais; e, como parte do movimento para tornar mais efetiva a lei internacional, temos de resolver o dilema entre as ações da comunidade internacional para garantir a segurança e proteger direitos humanos e o princípio da soberania nacional e de não intervenção em assuntos internos de qualquer estado.

As colisões nesses campos levam cada vez mais à interferência externa arbitrária em complexos processos internos e, cada vez mais, provocam perigosos conflitos entre atores-líderes globais. A questão de manter a soberania torna-se crucialmente importante para que se mantenha e fortaleça-se a estabilidade global.

Claro, discutir os critérios para o uso de força externa é extremamente difícil; é praticamente impossível separá-los dos interesses de cada nação. Mas é de longe muito mais perigoso quando não há acordos claros para todos, quando não se fixam com clareza as condições para intervenção necessária e legal.

Acrescento ainda que relações internacionais têm de ser baseadas na lei internacional, a qual, por sua vez, decorre de princípios morais como justiça, igualdade e verdade. Talvez ainda mais importante seja o respeito pelos próprios parceiros e seus interesses. Essa é fórmula óbvia, mas apenas com seguir essa fórmula já se pode mudar radicalmente a situação global.

Tenho certeza de que, se houver vontade, podemos restaurar a efetividade do sistema de instituições internacionais e regionais. Sequer precisamos construir coisa alguma de novo, desde o rascunho; esse não é campo virgem, sobretudo porque as instituições criadas depois da 2ª Guerra Mundial são universais e podem receber substância-conteúdo moderno, adequado para que se consiga administrar a situação atual.

É verdade que melhorando o trabalho da ONU, cuja função central é insubstituível, como também a Organização para Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), a qual, ao longo de 40 anos, provou ser mecanismo necessário para garantir a segurança e a cooperação na região euro-atlântica. Devo dizer que mesmo agora, no esforço para resolver a crise no sudeste da Ucrânia, a OSCE desempenha papel muito positivo.

À luz de mudanças fundamentais no ambiente internacional, a crescente impossibilidade de manter os eventos sob controle e as muitas ameaças, precisamos hoje de um novo consenso global de forças responsáveis. Não se trata de alguns simples negócios locais, ou de alguma partilha na esfera de influência, no espírito da diplomacia clássica, ou da total dominação global por alguma força. Entendo que precisamos de uma nova versão do que seja interdependência. Devemos não temê-la. Ao contrário, pode ser um bom instrumento para harmonizar posições.

É uma nova versão particularmente relevante, dado o fortalecimento e o crescimento de algumas regiões do planeta, processo que exige objetivamente a institucionalização desses novos polos, criando poderosas organizações regionais e desenvolvendo regras para a interação entre elas. A cooperação entre esses centros acrescentará muito à estabilidade da segurança, da política e da economia globais. Mas, com vistas a estabelecer esse diálogo, temos de assumir, de início, que todos os centros regionais e os projetos de integração que se formam em torno deles têm de contar com iguais direitos para desenvolverem-se, de modo a que possam complementarem-se uns os outros; e ninguém possa empurrá-los artificialmente para a guerra ou para as oposições. Essas ações destrutivas sempre rompem laços entre os estados, e os próprios estados acabam expostos à ação de forças extremas, ou, mesmo, ao risco de total destruição.

Gostaria de rememorar os eventos do ano passado. Dissemos a nossos parceiros norte-americanos e europeus que decisões apressadas, tomadas nos bastidores - por exemplo, sobre a associação da Ucrânia com a União Europeia -, implicam sérios riscos para a economia. Nem chegamos a falar de política; só falamos de economia, dizendo que tais passos, tomados sem qualquer discussão ou acerto prévio, tocam os interesses de muitas nações, inclusive da Rússia como principal parceiro comercial da Ucrânia, e que era indispensável uma ampla discussão de todas as questões. Sobre discussões amplas e demoradas, gostaria de relembrá-los, por exemplo, que as conversações para o ingresso da Rússia na Organização Mundial do Comércio duraram 19 anos. Foi trabalho muito difícil, mas alcançou-se certo tipo de consenso.

Por que estou falando disso? Porque, ao implementar o projeto de associação da Ucrânia, nossos parceiros nos procuraram com os bens e serviços que têm a vender, pode-se dizer, pela porta dos fundos. Não aceitamos aquele tipo de negociação. Não aceitamos. Ninguém nos consultou sobre coisa alguma. Mantivemos discussões sobre todos os tópicos relacionados à associação da Ucrânia com a União Europeia, discussões persistentes, mas quero ressaltar que tudo isso foi feito de forma civilizada, indicando problemas prováveis, mostrando os argumentos e raciocínios óbvios. Ninguém quis nos ouvir e ninguém queria discutir coisa alguma. Disseram-nos, simplesmente: nada disso é da conta de vocês, ponto, fim das conversações. Em lugar de diálogo amplo mas - chamo a atenção para isso - sempre civilizado, a coisa toda acabou reduzida a derrubarem um governo; jogaram o país no caos, geraram colapso econômico e social, inventaram uma guerra civil com número enorme de mortos.

Por quê? Quando pergunto aos meus colegas "por quê?", já nada têm a dizer, ninguém diz coisa alguma. É isso. Estão todos desentendidos, sem saber o que aconteceu: dizem "aconteceu porque... aconteceu". Se aquelas ações não tivessem sido estimuladas, o que aconteceu não teria acontecido. Afinal (e já falei sobre isso), o ex-presidente ucraniano Yanukovych assinou tudo, aceitou tudo, concordou com tudo. Por que fizeram o que fizeram? Com que objetivo? O que é isso? Será talvez meio civilizado de resolver problemas? Aparentemente, os que vivem de inventar novas "revoluções coloridas" consideram-se, eles mesmos, 'artistas de gênio', e simplesmente não conseguem parar de "inventar".

Tenho certeza de que o trabalho de associações integradas, a cooperação de estruturas regionais, devem ser construídas sobre base clara, transparente. O processo de formação da União Econômica Eurasiana [orig.Eurasian Economic Union] é bom exemplo de transparência. Os estados que participam desse projeto informaram seus parceiros com antecedência, especificando os parâmetros de nossa associação, os princípios de seu trabalho, que correspondem completa e totalmente às regras da Organização Mundial do Comércio.

Acrescento que também teríamos acolhido bem o início de diálogo concreto entre a União Eurasiana e a União Europeia. Mas eles nos recusaram tudo isso quase completamente, e não se sabe ainda exatamente por quê. O que haveria aí de tão assustador?

E, claro, com esse trabalho conjunto, seria de supor que precisamos nos engajar em diálogo (já falei várias vezes sobre isso, e recebi respostas de concordância de muitos de nossos parceiros ocidentais, pelo menos na Europa), sobre a necessidade de criarmos um espaço comum para cooperação econômica e humanitária, que se estenda do Atlântico até o Oceano Pacífico.

Colegas, a Rússia fez suas escolhas.

Nossas prioridades são aprimorar ainda mais nossas instituições democráticas e econômicas abertas, crescimento interno acelerado, levando em conta todas as modernas tendências positivas que circulam pelo mundo, e consolidando nossa sociedade baseada em valores tradicionais e no patriotismo.

Temos um agenda pacífica, positiva e orientada para a integração; estamos trabalhando ativamente com nossos colegas na União Econômica Eurasiana, na Organização de Cooperação de Xangai, com o grupo dos países BRICS e com outros parceiros. Nossa agenda visa a desenvolver laços entre governos, não em aumentar a dissociação. Não temos planos para emendar blocos que não possam coexistir nem nos envolveremos em trocas de socos.

Todas as alegações e declarações de que a Rússia estaria tentando criar alguma espécie de império, atropelando a soberania dos países vizinhos são absolutamente sem fundamento.

Quero enfatizar que a Rússia não precisa inventar para ela nenhum tipo de lugar especial no mundo, exclusivo ou excepcional. Respeitamos os interesses dos outros e exigimos, simplesmente, que nossos interesses sejam levados em consideração e que nossa posição seja respeitada.

Estamos todos conscientes de que o mundo entrou numa era de mudanças e transformações globais, quando todos precisamos de um grau específico de cautela, e de muita habilidade para evitar passos irrefletidos. Nos anos depois da Guerra Fria, os que participavam da política global perderam, em certo sentido, esses talentos e capacidades. Agora, temos de despertá-los outra vez. Se não o fizermos, todas as esperanças de desenvolvimento pacífico e estável não passarão de perigosa fantasia, quando o torvelinho que se vê hoje se revelar como um simples prelúdio, antes do colapso da ordem mundial.

Sim, é claro, e já disse várias vezes que construir ordem mundial mais estável é tarefa difícil. Falamos aqui de trabalho longo, demorado, penoso. Conseguimos desenvolver regras para interação depois da 2ª Guerra Mundial, e conseguimos construir um acordo em Helsinki nos anos 1970s. Nosso dever comum é resolver esse desafio fundamental no atual novo estágio de desenvolvimento.

Muito obrigado pela atenção de todos. [...]

VLADIMIR PUTIN (a seguir comenta o que disseram o ex-primeiro ministro da França Dominique de Villepin e o ex-chanceler federal da Áustria, Wolfgang Schuessel):

Começo por dizer que, no geral, concordo com que disseram Wolfgang e Dominique. Apoio integralmente o que disseram. Quero, só, esclarecer alguns pontos.

Entendo que Dominique referiu-se à crise ucraniana como causa da deterioração das relações internacionais. Naturalmente, essa crise é uma das causas, mas não é a causa principal. A crise na Ucrânia é, ela mesma, um resultado de um desequilíbrio nas relações internacionais.

Já disse, na minha fala inicial, por que tudo aquilo está acontecendo, e meus colegas já mencionaram. Posso voltar a isso, se necessário. Mas, basicamente, o que se vê na Ucrânia é o resultado do desequilíbrio nas relações internacionais.

Quanto às questões que Wolfgang expôs, voltaremos a discuti-las: falaremos das eleições, se necessário e sobre o fornecimento de recursos energéticos à Ucrânia e à Europa.

Gostaria, porém, de responder ao que disse Wolfgang, que ele é otimista e que a vida é mais dura para os pessimistas. Já contei aquela velha piada sobre um pessimista e um otimista, mas não posso deixar de repetir aqui.

Os russos temos essa piada, muito antiga sobre pessimistas e otimistas: o pessimista bebe seu conhaque e diz "Fede como percevejo". O otimista cata um percevejo, esmaga o percevejo entre os dedos, cheira e diz: "Sinto um toque de conhaque!". Melhor ser o pessimista que bebe conhaque, que o otimista que cheira percevejos [risos].

Por mais que pareça que os otimistas vivam vida melhor, nosso objetivo comum, de todos, é todos vivermos vida decente (sem jamais beber demais). Por isso é preciso evitar crises, dar jeito conjunto nos desafios e ameaças e construir relações tais, na arena global que nos ajudem a alcançar aqueles objetivos.

Adiante, posso responder a outras coisas mencionadas aqui. Obrigado.

Jornalista Seumas Milne, britânico: Gostaria de fazer duas perguntas numa só. Primeiro, senhor presidente, o senhor acredita que as ações da Rússia na Ucrânia e na Crimeia ao longo dos últimos meses foram reação a regras que estavam sendo desrespeitadas e são exemplo de gestão do estado sem regras? E a outra pergunta é: a Rússia vê essas violações globais de regras como sinal de mudança na posição dela? Já se disse aqui que a Rússia não pode liderar a situação global existente; mas fato é que a Rússia está demonstrando que tem condições para liderar. Como o senhor responde a isso?

VLADIMIR PUTIN: Por favor, preciso que o senhor reformule a segunda parte da pergunta, que não compreendi. Qual, exatamente é sua segunda pergunta?

SEUMAS MILNE: Ouvi aqui que a Rússia não poderia aspirar a posições de liderança no mundo, considerados os efeitos do colapso da União Soviética, mas que pode influenciar qualquer líder que haja. Pergunto: É possível que a Rússia altere sua posição, que mude de foco, como o senhor disse, em relação ao Oriente Médio e a questões conectadas com o programa nuclear iraniano?

VLADIMIR PUTIN: A Rússia jamais alterou sua posição. Somos país que tem, tradicionalmente, foco na cooperação e na busca de soluções conjuntas. Isso, para começar. Em segundo lugar, não temos nenhuma aspiração a qualquer tipo de liderança mundial. A ideia de que a Rússia estaria buscando algum tipo de exclusividade é falsa. Já disse exatamente isso, antes. Não estamos pedindo que nos deem um lugar ao sol; simplesmente partimos da premissa de que todos os participantes nas relações internacionais devem respeitar os interesses dos demais. Estamos prontos a respeitar os interesses de nossos parceiros, mas esperamos que nossos interesses sejam igualmente respeitados.

Não mudamos nossa atitude para o Oriente Médio, para o programa nuclear iraniano, para o conflito da Coreia do Norte, para o combate ao terrorismo e ao crime em geral e para o tráfico de drogas. Jamais mudamos nossas prioridades nem sob a pressão de ações pouco amigáveis empreendidas por nossos parceiros ocidentais, liderados obviamente, nesse caso, pelos EUA. Não mudamos nossas posições, nem sob o peso das sanções.

Contudo, também aqui tudo tem limites. Parto da ideia de que pode ser possível que circunstâncias externas nos forcem a alterar algumas de nossas posições, mas até aqui não houve qualquer situação extrema desse tipo e não temos intenção de mudar coisa alguma. Esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto tem a ver com nossas ações na Crimeia. Já falei sobre isso em várias ocasiões, mas, se necessário, posso repetir. Tem a ver com a Parte 2 do Artigo 1º da Carta das Nações Unidas - o direito das nações à autodeterminação. Está lá, bem claro, não só como direito à autodeterminação, mas como objetivo das Nações Unidas. Leia o artigo com atenção.

Não entendo por que as pessoas que vivem na Crimeia não teriam esse direito, exatamente como quem vive, por exemplo, no Kosovo. Também isso já foi mencionado aqui. Por que num caso o branco seria branco e, noutro caso, o branco seria preto? Jamais aceitaremos essenonsense. Isso é uma coisa.

A outra coisa muito importante é algo de que ninguém fala, então, gostaria de chamar a atenção dos senhores. O que aconteceu na Crimeia? Primeiro, houve o golpe antiestado em Kiev. Digam o que disserem, para mim é óbvio: o que houve lá foi golpe armado para tomada do poder.

O golpe foi festejado em muitas partes do mundo, por gente que não percebe a que pode levar aquele golpe; em outras partes do mundo há gente muito preocupada porque o poder foi tomado ali, por extremistas, por nacionalistas de extrema direita, inclusive neonazistas. Muita gente temeu pelo próprio futuro e pelo futuro da família, e reagiram de acordo. Na Crimeia, a população realizou um referendo. Insisto em chamar a atenção dos senhores para isso.

Não fomos nós, na Rússia, que decidimos que haveria referendo. A decisão a favor de haver um referendo foi decisão tomada pela legítima autoridade na Crimeia - o Parlamento da Crimeia, eleito há alguns anos, nos termos da lei que regia o país antes desses graves eventos. O Parlamento é corpo de autoridade legítimo e o Parlamento declarou o referendo, e fez-se o referendo e, baseados nos resultados do referendo, a Crimeia adotou sua declaração de independência, exatamente como fez o Kosovo. Na sequência, a mesma autoridade da Crimeia requereu que o país voltasse a ser incorporado à Federação Russa, aceito como parte do estado russo.

A verdade é que, façam o que fizerem e digam o que disserem, tentando encontrar alguma ilegalidade nesse processo, não encontrarão, porque não há, se se considera o que diz a ONU, que declara (o que já se aplicou, antes, ao Kosovo) que a decisão a favor da autodeterminação não requer aprovação pela autoridade suprema de nenhum país.

Quanto a isso, sempre lembro um dito que se repete muito: "Se é permitido a Júpiter, não é permitido ao boi". Não podemos de modo algum concordar com esse tipo de abordagem. É possível que o boi seja impedido de fazer algo, mas o urso nem perde tempo com pedir permissão. Por aqui vemos o urso como senhor da taiga, e tenho certeza absoluta de que o urso não tem planos para mudar-se para outras áreas climáticas - porque só aqui se sente bem. Mas tampouco deixará que lhe roubem sua taiga. Acho que já está bem claro.

Quais são os problemas da ordem mundial atual? Podemos falar com franqueza, aqui todos somos especialistas. Falamos, falamos, somos como diplomatas. O que aconteceu no mundo? Antes, o sistema era bipolar. Houve o colapso da União Soviética, o poder chamado União Soviética deixou de existir.

Todas as regras que governam as relações internacionais depois da IIª Guerra Mundial foram concebidas para um mundo bipolar. A União Soviética, é verdade, era chamada de "o Alto Volta com mísseis". Talvez fosse, mas havia muitos mísseis. Além do mais, tínhamos políticos brilhantes, feito Nikita Khrushchev, que bateu com o sapato na bancada da ONU. E todo o mundo, a começar pelos EUA e OTAN, pensou: melhor não mexer com esse Nikita... E vai que ele dispara um daqueles mísseis contra nós? E ele tem muitos. Melhor respeitá-lo.

Agora que a União Soviética já não existe, qual a situação e quais as tentações? Já não é preciso levar em consideração o que digam os russos, a Rússia é muito dependente, passou por profunda transformação durante o colapso da União Soviética, e podemos agora fazer o que quisermos, sem dar atenção a leis e regras.

É exatamente o que está acontecendo. Dominique [de Villepin], há pouco, mencionou o Iraque, a Líbia, o Afeganistão e a Iugoslávia. E tudo, aí, foi enfrentado sem desrespeito à lei internacional? Por favor, não nos venham com contos de fadas.

Quer dizer que alguns poderiam ignorar tudo, mas a Rússia não poderia proteger os interesses da população russa na Crimeia e dos falantes de russo? Esqueçam. Nunca será feito desse modo. Não acontecerá.

Gostaria que todos compreendessem bem. Temos de nos livrar dessa tentação e das tentativas para arrumar o mundo como um ou outro bem entenda e prefira. Temos de criar um sistema equilibrado de interesses e relações do qual o mundo muito precisa e que o mundo que há muito espera. Para começar, temos de mostrar algum respeito pelos outros.

Como eu já disse, entendemos que o mundo mudou, e estamos prontos a tomar pé nesse novo mundo e ajustar o novo sistema ao novo mundo, mas nunca, em nenhum caso, nunca, permitiremos que seja quem for ignore completamente os nossos interesses.

Se a Rússia ambiciona assumir o papel de liderança? Não temos nem necessidade nem vontade de sermos superpotência - seria para nós um peso extra. Já falei da taiga: é imensa, ilimitável. Só para desenvolver nosso próprio território, precisamos de todo nosso tempo, nossa energia e nossos recursos.

Não precisamos nos envolver em questões, nos pôr a dar ordens à nossa volta, mas queremos que os outros fiquem fora dos nossos assuntos, e parem de fazer de conta que mandam no planeta inteiro. É só isso. Se há alguma área na qual a Rússia poderia liderar seria essa: afirmar sempre o poder da lei internacional.

PERGUNTA: O processo de paz entre palestinos e israelenses entrou em total colapso. Os EUA jamais deixaram que o quarteto trabalhasse adequadamente. Ao mesmo tempo, o crescimento das colônias ilegais de israelenses em territórios palestinos torna impossível criar um estado palestino. Recentemente, testemunhamos mais um violento ataque dos israelenses contra a Faixa de Gaza. Qual a atitude da Rússia nessa tensa situação no Oriente Médio? E o que o senhor pensa dos desenvolvimentos na Síria?

Uma pergunta para M. Villepin: o senhor falou de humilhação. O que poderia ser mais humilhante que a ocupação que a Palestina sofre já há tantos anos?

VLADIMIR PUTIN: Sobre a Palestina e o conflito israelense. É fácil, para mim, falar sobre isso, porque, primeiro, tenho de dizer e creio que todos podem ver, que nossas relações com Israel transformaram-se muito e seriamente, ao longo da última década. Refiro-me ao fato de que muitas pessoas da extinta União Soviética vivem em Israel e a Rússia não pode ser indiferente ao destino daquelas pessoas. Ao mesmo tempo, temos relações tradicionais com o mundo árabe, especificamente com a Palestina. Importante, também, que a União Soviética - e a Rússia é sucessora legal da URSS - reconheceu o estado palestino. Nada disso foi alterado.

Finalmente, sobre as colônias. Partilhamos a visão dos principais atores nas relações internacionais: entendemos que as colônias são erro grave. Já disse isso aos nossos parceiros israelenses. Entendo que as colônias são obstáculo a relações normais, e espero empenhadamente que tenham fim, e que um acordo pacífico entre as partes possa retomar seu curso.

Partimos do fato de que esse conflito no Oriente Médio é uma das principais causas da desestabilidade, não só na região, mas em todo o mundo. Viver de humilhar os povos que vivam naquela região, ou em qualquer outra parte do mundo, é sempre fonte de desestabilidade e não é atitude que se possa manter por tempo algum. Naturalmente, é preciso encontrar os meios e as medidas que sejam aceitáveis para todos os que participam no processo e vivam naquela área.

É processo muito complicado, mas a Rússia está pronta para usar todos os meios ao seu alcance para que se construa um acordo, inclusive suas boas relações com as partes em conflito.

MIKHAIL POGREBINSKY, DIRETOR do KIEV CENTER FOR POLITICAL AND CONFLICT STUDIES: Sr. Presidente, estou voltando da Ucrânia. Pela primeira vez em 70 anos, a Ucrânia passa por tempos muito difíceis. Minha pergunta tem a ver com a possibilidade de um acordo. Sobre o mesmo assunto, gostaria de voltar um pouco no tempo. O senhor disse que houve um momento em que se discutiu um formato trilateral: Rússia-Ucrânia-Europa. Naquela época, a Europa não concordou, depois do que se passaram vários eventos trágicos, inclusive a perda da Crimeia e a morte de milhares de pessoas.

Recentemente, a Europa, com Ucrânia e Rússia, concordavam que aquele formato, afinal, seria possível. Mais importante, foi aprovada uma Resolução sobre isso. Naquele momento, havia esperança de que a Rússia, com Europa e Ucrânia conseguiriam chegar a algum acordo e a Rússia se converteria em restauradora da paz na Ucrânia. Minha pergunta é: O que aconteceu depois? O que aconteceu entre Moscou e Bruxelas, Moscou e Berlin? - porque, hoje, a situação já parece tão totalmente insana! Ninguém sabe a que isso tudo levará. O que o senhor acha que aconteceu à Europa?

VLADIMIR PUTIN: Você sabe: o que aconteceu é que nada aconteceu. Havia acordos prontos e assinados, mas nenhum dos lados cumpriu integralmente o que prometera. De fato, o total cumprimento de todas as promessas pelos dois lados talvez fosse impossível.

Por exemplo, as unidades do exército ucraniano deveriam deixar alguns locais onde se haviam instalado antes dos acordos de Minsk, e o exército das milícias populares deveriam deixar alguns postos que haviam conquistado antes daqueles acordos. Mas nem o exército ucraniano abandonou as posições que teria de abandonar, nem as milícias populares deixaram os postos que teriam de deixar. No caso das milícias, o argumento foi que não podiam sair e deixar ali as próprias famílias, porque temiam pela segurança delas, de pais, mães, esposas, filhos, netos. Aí está um importante fator humanitário.

Estamos dispostos a fazer todos os esforços para conseguir que os acordos de Minsk possam ser implementados. Aproveito sua pergunta para explicar, mais uma vez, a posição da Rússia: somos a favor de que todas as cláusulas e itens dos acordos de Minsk sejam respeitados pelos dois lados.

Qual é o problema? No meu modo de ver, o principal problema é que não vemos nenhuma disposição, do lado de nossos parceiros em Kiev, a começar pelas autoridades, para resolverem a questão das relações com o sudeste do país, por vias pacíficas, mediante negociações. Vemos sempre a mesma coisa, sob várias formas: sempre a supressão pela força. Tudo começou com Maidan, quando decidiram suprimir Yanukovych pela força. Conseguiram e criaram essa onda de nacionalismo e, na sequência, acabaram criando vários batalhões nacionalistas.

Quando o povo do sudeste da Ucrânia não gostou do que viu, tentaram eleger seus próprios corpos de governo e administração do estado, e foram presos durante a noite e metidos em prisões Kiev. Quando se viu o que estava acontecendo, a população armou-se, em vez de parar, pensar e tentar um diálogo pacífico. E Kiev mandou tropas para lá, com tanques e jatos bombardeiros.

Deve-se dizer que a comunidade global recolheu-se no mais profundo silêncio, como se não esteja vendo tudo isso, como se nem existisse o crime de "uso de força desproporcional". Repentinamente, esqueceram de tudo. Lembro muito bem o frenesi que tomou o planeta quando tivemos uma situação complicada no Cáucaso. Dia e noite, eu só ouvia falar que não podia "usar força desproporcional". E, isso, quando eles já haviam usado bombas de fragmentação e até armas táticas.

Vejam, nas atuais circunstâncias, é muito difícil para nós na Rússia conseguir acordo com o povo do sudeste da Ucrânia, de modo que os leve a cumprir a parte deles nos acordos. Eles sempre nos dizem que as autoridades em Kiev também não estão cumprindo a parte delas nos mesmos acordos.

Mas não há outro meio. Quero destacar que somos a favor da total implementação dos acordos pelas duas partes, e o mais importante que quero deixar claro - e quero que todos ouçam: se, que Deus nos livre, alguém for novamente tentado a usar a força para resolver definitivamente a situação no sudeste da Ucrânia, essa ação levará a situação a impasse completo. (Continua)1


24/7/2016, Paul Craig Robert Blog (de 24/10/2014 in Redecastorphoto e 29/10/2014 in Club Orlov)

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