quarta-feira, 12 de abril de 2017

TEMER NA RETA: Dilma foi atrás para saber se Michel Temer havia recebido propina, dispara Marcelo Odebrecht

TEMER NA RETA: Dilma foi atrás para saber se Michel Temer havia recebido propina, dispara Marcelo Odebrecht
12 de abril de 2017
 

Em um de seus depoimentos prestados no âmbito do acordo de colaboração premiada com a Lava Jato, o empreiteiro Marcelo Odebrecht assumiu pagamentos de propina para o PMDB e PT por conta do contrato PAC SMS da diretoria Internacional da Petrobras.

 Segundo o delator, tanto a presidente da estatal na época, Graça Foster, como a então presidente Dilma Rousseff (PT) foram informadas sobre os pagamentos ilícitos. 

Na conversa com Dilma, segundo Marcelo, teria transparecido que a então presidente queria saber se seu vice, Michel Temer, teria recebido valores oriundos do contrato.

“Eu contei tudo que tinha contado pra Graça pra ela. Presidenta, veja bem, não é justo o que Graça fez.. Eu achava que ela queria saber se Michel estava envolvido… mas você percebe que ela queria instigar quem era a pessoa que estava recebendo isso”, detalhou Odebrecht.

Os repasses ao PMDB, disse Marcelo, foram solicitados a Márcio Faria, diretor de Óleo e Gás do grupo Odebrecht, pelos então deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Por parte do PT, os repasses teriam sido tratados com o tesoureiro do partido João Vaccari. 

Questionado sobre os valores, Marcelo informou que não saberia o valor exato, mas que “foi relevante, foi 10, 20 milhões de reais” pagos na véspera da campanha de 2010.

Em 2013, uma auditoria interna da Petrobras contestou contrato com o grupo Odebrecht em torno de US$ 840 milhões para serviços em dez países. Depois da análise, o montante a ser pago foi reduzido em 43% do valor original, a cerca de US$ 480 milhões. 

O acordo incluía trabalhos de manutenção na refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), onde a Petrobras foi investigada por ter firmado um contrato com falhas e comprado a unidade por preço acima do de mercado, como revelou na época o jornal O Estado de S. Paulo.

Em sua delação, Odebrecht contou que soube dos pagamentos quando Graça Foster telefonou para perguntar se o PMDB havia recebido valores oriundos do contrato. 

“O que na época me foi informado, comentado, é que ela estava preocupada era com esse tal pagamento que foi feito para eleição de 2010 do grupo do PMDB”, explicou Marcelo.

Aos investigadores explicou que o caso foi diferente dos outros da estatal uma vez que não era costume o político solicitar os repasses. “No caso a Petrobras, a conversa era com diretores, a mensagem dos padrinhos políticos era pelos diretores”, explicou Odebrecht.

O PAC SMS foi um contrato de prestação de serviços para a área de Negócios Internacionais da Petrobras, dentro do plano de ação de certificação em segurança, meio ambiente e saúde. 

O contrato guarda-chuva contempla vários países e, em 2011, foi ampliado para incluir serviços específicos em Pasadena.



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