sábado, 8 de abril de 2017

DECEPCIONOU: Roberto Freire luta por emprego para aliados no governo Temer e deixa seus admirados perplexos

DECEPCIONOU: Roberto Freire luta por emprego para aliados no governo Temer e deixa seus admirados perplexos
 8 de abril de 2017
 

O presidente do PPS, Roberto Freire, foi deputado estadual, deputado federal e senador por Pernambuco. Quando se viu sem futuro político em seu próprio estado e embora nunca tenha residido em São Paulo, foi presenteado, em 2009, com um cargo na administração da capital paulista, pelo então prefeito José Serra, agradinho que foi mantido pelo sucessor, Gilberto Kassab.

Mesmo sem conhecimentos técnicos comprovados na área, Freire ganhou uma boquinha na Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e na São Paulo Turismo (SPTuris), responsável pelo desenvolvimento do turismo e da organização de eventos, como o carnaval. 

Residente em Recife, não compareceu em nenhuma reunião dos conselhos em São Paulo, mas teve direito a R$ 12 mil por mês. 

No mesmo ano, apenas para garantir mandato, não viu conflitos de representação ao transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo, por onde conseguiu se eleger deputado federal, em 2010, com o apoio dos tucanos. Tentou se reeleger em 2014, mas foi novamente rejeitado pelas urnas.

Pelo apoio dado ao golpe parlamentar do ano passado, terminou virando ministro da Cultura de Temer.

Logo após a posse, em entrevista à imprensa, Freire afirmou que sob seu comando “os cargos no ministério seriam exercidos, preferencialmente, por servidores de carreira”. 

Em outras entrevistas, acusou diversas vezes, que o Ministério da Cultura teria sido aparelhado por petistas. “Lamentavelmente, um ministério que teria muito a dar ao país ficou voltado para atender a interesses de facções políticas”, declarou, atribuindo nomeações ao “projeto de poder” do PT e do PCdoB.

No entanto, desde que passou a ser ministro, o “zeloso” presidente do PPS nomeou para o MinC, em Brasília e nos estados, “companheiros” do partido que, em sua grande maioria, perderam eleições recentes e, pelo currículo, não possuem atributos – além da amizade e da relação política com o ministro – que os qualifiquem para integrar a pasta da Cultura. A lista é extensa:

Fábio Sato, candidato derrotado à prefeitura de Presidente Prudente (SP) no ano passado, ganhou de presente a cadeira de assessor na Secretaria-Executiva do MinC.

Maria do Céu, que não conseguiu se eleger vereadora de Recife, agora é chefe da representação do MinC no Nordeste.

Raimundo Benoni Franco foi nomeado secretário de Infraestrutura Cultural. Ele disputou e perdeu a eleição para prefeito da cidade de Salinas (MG).

Adão Cândido, que concorreu a vice-governador do Distrito Federal em 2014, foi presenteado com o cargo de secretário de Articulação e Desenvolvimento Institucional do ministério.

O ator global Stepan Nercessian tentou vaga na Câmara dos Deputados, perdeu, e agora é presidente da Funarte.

O presidente do PPS-DF, Francisco Andrade, candidato derrotado a deputado em 2014, recebeu a direção do Departamento de Mecanismos de Fomento. Sem experiência na área cultural ou de finanças públicas, tem em mãos R$ 41,5 milhões para gerir o Fundo Nacional da Cultura.

João Batista de Andrade, candidato a vice-prefeito de São Paulo derrotado em 2008, agora é secretário-executivo e, muito provavelmente, futuro presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema).

João Artur de Almeida Pinheiro faz parte do conselho fiscal do PPS. No MinC, é chefe de gabinete.

Fabiano Caldeira é apenas filiado ao partido de Roberto Freire e está no ministério como chefe da Assessoria de Comunicação Social.

José Haddad, presidente do PPS de Niterói (RJ), está ocupando a chefia regional do MinC nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Alberto Aggio, membro do conselho político do PPS, é assessor especial no ministério de Freire.

Outro filiado do partido, Sionei Ricardo Leão de Araújo, é, simplesmente, assessor no Minc.

E até a advogada do PPS, especialista em direito do consumidor, Renata de Carvalho Machado, foi agraciada pelo amigo ministro, que a indicou para ser coordenadora-geral de Cultura e Educação da Secretaria da Cidadania e Diversidade.

Roberto Freire, que apoiou o golpe em troca de um ministério, tem se notabilizado na mídia tradicional pelo empenho com que se lança na defesa da moralidade pública. 

Por essa razão, o seu comportamento deveria ser exemplar no campo da ética, já que se apresenta como o paladino da moral. Ou não?



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