sábado, 11 de fevereiro de 2017

Cerca de 160 imigrantes são detidos em uma semana em batidas nos EUA

Cerca de 160 imigrantes são detidos em uma semana em batidas nos EUA
Diretor diz que ações estavam sendo planejadas antes de ordem de Trump, mas grupos de defesa dizem que elas foram mais duras do que as anteriores.
Por Associated Press
11/02/2017 18h16  Atualizado há 8 hora
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Em foto de 7 de fevereiro, agentes do Departamento de Imigração 
e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) conduzem um imigrante 
ilegal preso em Los Angeles (Foto: Charles Reed/U.S. 
Immigration and Customs Enforcement via AP)

Uma grande série de batidas realizadas pelo Departamento de Imigração esta semana nos Estados Unidos e que deteve cerca de 160 pessoas seria um procedimento normal, que não se deve à uma determinação específica de Donald Trump, segundo o governo.

Grupos de defensores disseram, porém, que o número de detenções aumentou em cidades como Atlanta, Chicago, Nova York, Texas e Carolina do Norte nos últimos dias.

Mas as autoridades dizem que estão apenas aplicando a lei e conduzindo ações de rotina contra imigrantes ilegais com fichas criminais. Elas dizem ainda que o mesmo acontecia regularmente durante a administração de Barack Obama
A agência Associated Press analisou os fatos.

Trump vs. Obama
Quando candidato, Donald Trump prometeu adotar uma linha dura em relação à imigração. Cinco dias após assumir a presidência, ele assinou uma ordem executiva que deixou claro que qualquer imigrante vivendo no país ilegalmente poderia ser uma prioridade para deportação, particularmente aqueles com ordens de deportação em destaque. 

A ordem do presidente também disse que que as prioridades incluiriam criminosos condenados, imigrantes que tenham sido presos por qualquer ofensa criminal, os que tiverem cometido fraude ou qualquer um que tenha cometido um crime.

No governo Obama, o governo focava em imigrantes ilegais que ofereciam ameaça à segurança nacional ou segurança pública e que tinham cruzado fronteiras recentemente. 

Mas, apesar do foco mais estreito, mais de 2 milhões de pessoas foram deportadas durante o governo Obama, incluindo um recorde de mais de 409 mil em 2012. A certa altura, ele foi apelidado de “Deportador Chefe” por seus críticos.

Os recordes foram alcançados com a ajuda do programa de Comunidades Seguras que ajudou o governo a identificar imigrantes ilegais que tinham sido presos. Na segunda metade do mandato de Obama, as deportações despencaram, igualando as do ex-presidente George W. Bush.

As batidas atuais são resultado da ordem de Trump?

Oficiais de imigração dizem que não.
David Marin, diretor de campo do Departamento de Imigração e Alfândega para a grande Los Angeles, disse que a agência executa essas ações duas ou três vezes por ano em sua região. Ele diz que a operação na Califórnia estava em planejamento “antes da administração apresentar suas atuais ordens executivas”.

Mas grupos de direitos dos imigrantes diz que as ações estão mais duras do que no passado.

Defensores começaram a atender chamados na quinta-feira de imigrantes e seus advogados relatando batidas em residências e empresas na área da grande Los Angeles. Em um caso, agentes apareceram na casa de um pintor de 50 anos chamado Manuel Mosqueda, no subúrbio de Los Angeles, para prender um imigrante que não estava lá. 

No processo, eles falaram com Mosqueda, o prenderam e colocaram em um ônibus com destino ao México – embora advogados tenham conseguido suspender sua deportação e o trazer de volta.

No total, o Departamento de Imigração e Alfândega prendeu cerca de 160 pessoas durante uma ação de cinco dias no sul da Califórnia que visava imigrantes com fichas criminais e um traficante brasileiro. Marin reconheceu que cinco desses detidos não teriam preenchido os critérios de prioridade da administração Obama.

A agência chamou o ato de uma “ação” que não foi diferente daquelas realizadas no passado e disse que “uma série de relatos recentes sobre pontos de verificação e batidas randômicas são falsas, perigosas e irresponsáveis”. 

Em uma declaração, a agência disse que “funcionários frequentemente encontram suspeitos adicionais que podem estar nos Estados Unidos em violação às leis federais de imigração.

Essas pessoas serão avaliadas caso a caso e, quando apropriado, detidas”.



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