segunda-feira, 20 de junho de 2016

o governo não chega ao fim do mandato

Grande imprensa reconhece que Temer não tem capacidade para governar

“Todo dia, uma crise. Se for tomar uma decisão drástica, toda vez que tiver notícia negativa, o governo acaba em duas semanas.”
Duas semanas é um eufemismo. Se continuar como está, até entre senadores do próprio PMDB, uma coisa é certa: o governo não chega ao fim do mandato.
A declaração acima, de um peemedebista do Palácio do Planalto, parece não perder a validade. Antes mesmo da posse, o governo do presidente em exercício Michel Temer já sofria críticas e estava afogado em denúncias e polêmicas.
O primeiro passo do peemedebista foi montar um ministério sem mulheres, negros e com nove envolvidos na Operação Lava Jato – dois investigados e sete citados. Um deles – Romero Jucá, do Planejamento – foi afastado uma semana e meia após a nomeação.
A troca de farpas com a presidente afastada Dilma Rousseffe a nomeação para a Secretaria da Mulher, Fátima Pelaes, que é contra o aborto mesmo em caso de estupro e está envolvida em escândalo de corrupção, ajudaram a piorar a imagem do governante interino.
O reajuste do Judiciário foi considerado a primeira derrota da principal aposta de Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Embora tenha garantido que há condições de arcar com os gastos, Meirelles reclamou que, no momento em que pede a todos que apertem as contas, o governo arma um rombo de R$ 56 bilhões no Orçamento.
Mas o que realmente preocupa é a Operação Lava Jato. Ela torna o governo Temer insustentável.
A “sangria”, como Romero Jucá classificou a operação, atinge as principais figuras do partido de Temer, cada dia com uma novidade.
Os pedidos de prisão de Romero Jucá, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o de tornozeleira para o ex-presidente José Sarney mostram que o cerco está se fechando.
Na avaliação de um peemedebista do Senado, na hora que a Lava Jato entrar no Planalto, vai ser difícil segurar o estrago. Tanto o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, quanto o da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, são citados na operação.
O problema é que, no Senado, os próprios aliados de Temer não entendem a postura do presidente em exercício.
Ele diz que não é para aumentar os gastos e patrocina o reajuste do Judiciário; afasta Jucá, mas mantém Henrique Eduardo Alves no Ministério do Turismo, mesmo com o despacho do procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que diz, pela primeira vez, que o ministro atuou para receber recursos desviados da Petrobras.
Enrolado nos conflitos internos que atingem o governo diariamente, o presidente em exercício não tem demostrado capacidade de lidar com a política no aspecto macro.
Há a avaliação de que Temer tem mais habilidade política que Dilma, mas falta experiência na grande política. Ele atua com pequenos conchavos políticos, mas, neste momento, o País precisa de um salto.

É preciso alguém capaz de gerenciar a crise interna para enfrentar a crise social, política e econômica que o Brasil vive hoje.

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